O Workshop Artes Visuais: desafios e perspectivas para um curso de graduação está sendo realizado, hoje e amanhã (19 e 20), na Universidade Estadual de Maringá, no bloco H-35, sala 7. Na pauta, discussões sobre os cursos de Arte no Paraná, a implantação da graduação em Artes Visuais na Universidade Estadual de Ponta Grossa, as “escolinhas” de arte no Estado, as políticas públicas de formação de professores e as licenciaturas em Artes, a articulação entre a teoria e a prática no curso de Artes Visuais e outras licenciaturas e departamentos e idéias para uma graduação na relação ciência-arte.

A professora Ana Luiza Ruschel Nunes, chefe do Departamento de Artes da UEPG, que abriga as licenciaturas em Música e em Artes Visuais, apontou diversos desafios a serem vencidos. O primeiro é um debate da formação do professor no Paraná para atuar na escola básica, cuja demanda é altamente significativa. Em Ponta Grossa, dos professores que atuam nessa área, 80% não tem formação específica. Nunes ressalta que, além dessa formação, é necessário que seja de qualidade. Nesse aspecto, destaca a participação das universidades.

Os desafios passam pelo investimento em cursos de Artes e na qualificação dos docentes das universidades que formarão os professores da educação básica. Outra questão de destaque é a verticalização do ensino. Nunes cobra um mestrado na área. Além disso, declara que são fundamentais a inter-relação com as universidades e que o Estado acredite que as artes são importantes para formação do sujeito e aprove vários cursos na área, além de expandir os cursos de Artes Visuais no Paraná.

Para Nunes, é preciso trazer as concepções do ensino das Artes Visuais com a contemporaneidade, com a questão da hibridização (o inter-relacionamento entre as várias linguagens). Cita ainda os aspectos da arte inclusiva, da arte de inclusão social com interface com a cultura, da estética do cotidiano a partir de uma cultura visual mais ampla, da educação da sensibilidade, do diálogo mais estreito entre as universidades e a comunidade escola e não-escolar. Além disso, cobra uma relação acadêmica mais próxima para discutir e propor perspectivas para o ensino de Artes Visuais em nível estadual e uma conscientização do corpo docente para que tenha uma maior participação em associações nacionais em artes plásticas, como a Anpap e Federação dos Arte-Educadores do Brasil.

O diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Lúcio Tadeu Mota, lembrou que a UEM pensa em outros cursos na área de Artes, aproveitando as iniciativas já desenvolvidas pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e de outras áreas. A pró-reitora Wânia Rezende Silva (PEC) citou que uma possibilidade poderia ser um curso de artes com algumas habilitações.

O evento é promovido pela PEC, sob coordenação dos professores Josie Agatha Parrilha (UEPG) e Marcos Cesar Danhoni Neves (UEM). Amanhã à tarde, os professores de Ponta Grossa vão para a UEL para troca de experiências e intercâmbio acadêmico e cultural.