Requião critica lei de patente e defende o acesso irrestrito ao conhecimentoCom a presença de diversas autoridades, entre elas o governador Roberto Requião, foi aberto, nesta quarta-feira à noite, o 3º Encontro de Ciência e Tecnologia do Paraná no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, em Maringá. Na solenidade, os presentes puderam apreciar e conhecer a Orquestra da UEM, que se apresentou em dois momentos durante a solenidade. 

Mais fotos 

Sperandio diz que ambiente é propício para o desenvolvimento da pesquisa Promovido pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o evento segue até sexta-feira, dia 9, constituindo um espaço de debate e de apresentação de resultados de projetos de pesquisa. Com esse objetivo haverá conferências, painel de jornalismo científico, rodada de negócios, feira de produtos de empresas incubadas, exposição de projetos, entrega de prêmios, entre outras atividades.

Durante a abertura do Encontro, o ponto comum entre os discursos foi a necessidade de fazer com que o conhecimento produzido nas universidades contribua para a melhoria da qualidade de vida da população, sobretudo a população econômica e socialmente menos favorecida.

O lema da Revolução Francesa foi lembrado pelo governador Roberto Requião que falou em Liberdade, Igualdade e Fraternidade na Ciência e Tecnologia, numa crítica às leis de patente e de propriedade intelectual que, segundo ele, elitizam o conhecimento científico e atendem aos desejos do mercado e do lucro.

Requião criticou as políticas neoliberais de países desenvolvidos, que durante décadas sustentaram o próprio desenvolvimento às custas da destruição da natureza e da apropriação do conhecimento acumulado pela humanidade. “Por que não somos herdeiros desse conhecimento? Por que temos de nos curvar às leis de patente?”, indagou o governador, sugerindo que a contrapartida da preservação do meio ambiente deveria ser o acesso irrestrito ao conhecimento.

Como referência, o governador citou Santos Dumont, que em benefício da popularização da Demoiselle, o melhor modelo de avião inventado por ele, disponibilizou os planos da aeronave a quem se interessasse, sem exigência de patenteamento. “Essa é a Ciência e Tecnologia que desejamos para o Brasil e para o mundo e não a apropriação privada do conhecimento”, declarou.

A secretaria da Seti, Lygia Pupatto, numa referência ao tema central do Encontro, que é o Ano da França no Brasil também citou o lema da Revolução Francesa. A secretária ressaltou a importância e o tamanho do evento que, segundo ela é o maior Encontro de Ciência e Tecnologia já realizado no Paraná.

A diversidade foi outro ponto destacado por Lygia Pupatto, lembrando que essa diversidade não seria possível no passado porque não havia integração entre as universidades, nem uma política para o ensino superior e a grande preocupação era com a própria sobrevivência, numa referência aos baixos salários nas universidades.

Elogiando o comprometimento do atual governador com a educação e o desenvolvimento social, Lygia Puppato destacou o financiamento de mais de 4 mil projetos de pesquisa em todo o Estado, dentro do Programa Universidade Sem Fronteiras. São projetos em diferentes áreas e que abrigam 5.400 bolsistas, atuando em 260 municípios do Paraná, levando o conhecimento desenvolvido nas universidades para a melhoria da qualidade de vida de populações carentes.

A secretária também enfatizou o desempenho das universidades públicas do Estado, lembrando que é a competência dos pesquisadores que faz essa política dar certo.

O reitor da Universidade Estadual de Maringá, Décio Sperandio, falou de um ambiente propício para o desenvolvimento da pesquisa e para a cooperação entre as universidades que encontram apoio financeiro para seus projetos e implantação de infra-estrutura.

Ressaltando a relevância da presença do Estado para a formulação de programas consistentes, Sperandio falou da sua expectativa de que projetos como o Sem Fronteiras ou o PDE se perpetuem, não como política de governo, mas política de Estado.

Também discursaram, o prefeito de Maringá, Sílvio Barros, o vice-presidente do Ensino Superior da Região Rhône-Alpes, Roger Fougères, o secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral, Ênio Verri, o ministro especial de Assuntos Estratégicos, Daniel Vargas.

Além dessas autoridades, também participaram da mesa principal, o residente da Câmara de Comércio França-Brasil, Alan Tissier, o secretário de Estado de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, o presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, o chefe do escritório do Itamaraty no Paraná, Sergio Curi.

Uma comitiva do ensino superior de Rhône-Alpes, liderada pelo vice-presidente, Roger Fougères está participando das atividades. Fazem parte dessa comitiva 50 alunos franceses, que irão passar os próximos seis meses no Paraná, num intercâmbio entre as universidades.