O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, esta semana, um aumento da produção industrial em 0,4% em julho sobre junho. Após três meses consecutivos de queda, esses números reforçam a hipótese de que a indústria venha a ter um bom desempenho neste segundo semestre. É neste cenário promissor que os professores Edgar Antônio Pereira, da Universidade Estadual de Campinas, e Maria da Graça Derengowski Fonseca, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, abrem a série de palestras programadas para a 25ª Semana do Economista da UEM. O tema que eles vão discutir é exatamente Política industrial e de competitividade no Brasil, área de pesquisa em que ambos atuam. A palestra começa logo após a solenidade de abertura do evento, no dia 14 deste mês, às 19h30, no anfiteatro do Nupélia, Bloco G-90, no câmpus universitário.

A Semana do Economista irá prosseguir até o dia 17, com a presença de palestrantes de destaque no cenário nacional, que irão discutir diferentes temas. No dia 15, também às 19h30, no Nupélia, a pesquisadora Denise Gentil, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) debate Política social no Brasil junto com o professor Luiz Guilherme Scorzafave, da Universidade de São Paulo.

No dia 16, no mesmo horário e local, três convidados falam de Políticas Macroeconômicas. Na área de política fiscal, o convidado é o pesquisador Cláudio Hamilton dos Santos (Ipea); sobre política monetária, fala André Modenesi (UFRJ); e sobre política cambial, Luiz Fernando de Paula (UERJ).

O ciclo de palestra encerra-se com o tema Novo desenvolvimentismo, que será debatido pelos professores José Luis Oreiro (UNB) e Luiz Fernando de Paula (UERJ). De acordo com Oreiro, novo-desenvolvimentismo é o conjunto de propostas de reformas institucionais e de políticas econômicas, por meio das quais as nações de desenvolvimento médio, como o Brasil, buscam alcançar os níveis de renda per-capita dos países desenvolvidos. Ele aponta “o fortalecimento da capacidade competitiva das empresas nacionais a nível mundial e o fortalecimento do Estado como instrumento de ação coletiva da nação,  como eixos fundamentais da estratégia novo-desenvolvimentista”. Essas questões serão abordadas na palestra.

A Semana ainda registra diversos outros destaques que irão ministrar minicursos. A exemplo da professora Roberta Oliveira Guimarães (UFRJ), que irá falar sobre os determinantes socioeconômicos dos homicídios entre jovens nas regiões metropolitanas brasileiras. Segundo dados apontados pela pesquisadora, o número de homicídios no Brasil é extremamente elevado. Em apenas duas décadas foram assassinadas 900 mil pessoas. Apesar de o país como um todo ser muito violento, a incidência de homicídios é altamente concentrada nas metrópoles. Metade das mortes por homicídio no Brasil ocorreu nas 10 maiores Regiões Metropolitanas (RM). Eles também se concentram em um grupo específico da população: os homens jovens.

“Apesar da gravidade do problema, ele tem sido, razoavelmente, negligenciado pela literatura econômica brasileira”, diz a pesquisadora, lembrando que é justamente este o objetivo central do seu minicurso: identificar os principais aspectos socioeconômicos determinantes da criminalidade entre os homens jovens no Brasil metropolitano.

"Verifica-se, a partir de um painel formado pelas 10 maiores RM do país, entre os anos de 1992 a 2005, que a taxa de desemprego dos homens jovens é um importante fator para explicar o homicídio desse grupo. Além do desemprego, a ociosidade  é outro fator relevante para explicar esses homicídios", adianta Roberta Guimarães.  

A expectativa dos organizadores é reunir 300 participantes nesse evento, que comemora os 50 anos do curso de Ciências Econômicas da UEM. Para consultar a programação completa da Semana acesse www.dco.uem.br/semana2010. Outras informações pelo fone 44 3011-4905.