O Brasil precisa avançar nos estudos sobre morcegos e carece de pesquisadores na área. É o que está sendo colocado no VI Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros, que está sendo realizado na Universidade Estadual de Maringá, no bloco do PDE, desde terça até sexta-feira (12 a 15). Ludmilla Moura de Souza Aguiar, professora da Universidade de Brasília, em sua palestra sobre A Quiropterologia no Brasil e as Áreas Prioritárias para Estudos, destacou que as espécies estão subamostradas. Há muito trabalho a ser feito, principalmente porque a extensão territorial é grande e há falta de pesquisadores envolvidos. As regiões que precisam de mais atenção são a amazônica, a Mata Atlântica e o cerrado.

Durante a solenidade de abertura, o presidente da comissão organizadora, Henrique Ortêncio Filho, comentou sobre a trajetória de se trazer o evento para Maringá. Lembrou que defendeu a escolha da UEM como sede porque a Instituição não tem pesquisadores de mamíferos selvagens e existem alunos interessados na área, além de a cidade ser agradável e com custos moderados. Ortêncio Filho, que é o primeiro a trabalhar com mamíferos selvagens na UEM, ressaltou o interesse em expandir os trabalhos e pesquisadores na área. Para ele, existe muita discriminação contra os morcegos porque não são conhecidos. No mundo existem cerca de 1.120 espécies catalogadas, das quais, apenas três que se alimentam de sangue. No Brasil, são 162 espécies.

O presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros (SBEQ), Ricardo Moratelli, agradeceu pela realização do evento e pelo cuidado especial dado aos alunos de graduação. Comentou sobre a SBEQ, que prioriza a divulgação científica, estimula a produção científica e agrega os profissionais afetos à área.

Estão sendo debatidos temas como Morcegos Urbanos: conservação e saúde; Educação Ambiental para a Conservação dos Morcegos; O Uso da Radiotelemetria para o Estudo dos Quirópteros; Diversidade Genética de Morcegos; Extração de Material Cefálico para Diagnóstico de Raiva e Preservação de Exemplares para Coleções Zoológicas; O Limite Ético do Matar Morcegos: da necessidade ao hábito vivisseccionista e sobre fragmentação de hábitats e a diversidade de morcegos; Avaliação do Estado de Conservação da Fauna Brasileira e a Lista de Espécies Ameaçadas: o que significa? Qual sua importância? Como vamos fazer isso?; e Mudanças Climáticas Globais e Cenários Futuros para a Biodiversidade de Morcegos no Cerrado.

Simultaneamente ao evento, estão sendo realizados trabalho em campo em uma Unidade de Conservação em Maringá (para iniciantes); o II Simpósio de Conservação de Morcegos e o Workshop Diretrizes para Pesquisas com Quirópteros no Brasil. Haverá ainda atividade restrita a convidados na quinta feira a partir das 18 horas. Estão programadas a oficina de trabalho Avaliação do Estado de Conservação de Morcegos Brasileiros e a oficina de planejamento da análise científica de base para a nova lista de espécies ameaçadas de morcegos do Brasil.

Os eventos receberam cerca de 130 participantes de 16 estados brasileiros e uma bióloga de Portugal. O evento faz parte das atividades da SBEQ. Outras informações pelo site www.sbeq.org/ebeq/6ebeq/index.html ou e-mail ebeq.2011.maringa@gmail.comEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo .