Novas atividades da segunda edição da Semana Ambiental movimentam a UEM. A programação científica começou nesta segunda-feira, dia 6, com a conferência Política Nacional de Resíduos Sólidos: a proposta do Município de Maringá para a instalação de usina termoelétrica alimentada com a queima de lixo, proferida pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente do Estado do Paraná, Saint-Clair Honorato Santos, e pelo secretário do Meio Ambiente, Leopoldo Fiewiski. Também nesta segunda-feira, ocorreu a solenidade de abertura com a participação de representantes de diversos segmentos da sociedade, que destacaram a importância do evento e da campanha de transformar a UEM na primeira universidade do Paraná 100% sustentável.

Representantes do Fórum Lixo & Cidadania de Maringá, Sarandi e Paiçandu, além de diversos representantes de ONGs, foram contundentes na reprovação da proposta do município. Afirmaram que ela vai na contra-mão da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, não promove a redução da produção de lixo, não faz educação ambiental, não inclui os catadores de materiais recicláveis, não apóia a formação de cooperativas de catadores, além de promover mais poluição atmosférica em razão da queima de lixo contaminado.

O representante do município deixou claro que a prefeitura pretende instalar a usina e que isso seria benéfico à cidade. Comentou que o problema da destinação do lixo produzido em Maringá poderia ser resolvido com a sua queima, e além disso, haveria a vantagem de se produzir energia. Afirmou que o lixo a ser queimado seria aquele resultante do processo final de separação pelos catadores.

Saint-Clair Santos questionou seriamente a pretensão do município. Afirmou que isso seria uma penalidade muito grande ao povo de Maringá. O lançamento de gases contaminantes na atmosfera poderá provocar uma drástica redução da qualidade de vida para os habitantes. Fez um alerta aos presentes para que lutem a fim de não permitirem a instalação da usina para queima de lixo. Relembrou que o município está se esquecendo do elemento humano, pois, na proposta, não se encontram contemplados os catadores de materiais recicláveis. E concluiu que um empreendimento dessa envergadura só dá lucro se tiver muito lixo para ser queimado. E, do jeito que se está encaminhando, junto com o lixo, também serão queimadas a educação ambiental e a participação da população para contribuir com a melhoria de sua cidade.

O representante do Ministério Público do Trabalho, Fábio Alcute, fez um apelo para que Maringá integre o Fórum Lixo & Cidadania, assim como os municípios de Sarandi e Paiçandu o fizeram. Fiewiski assumiu o compromisso de conversar com os representantes do Fórum, porém, advertiu que a decisão para integrá-lo não cabe a ele sozinho.

A mesa principal contou com a presença também de Celene Tonella, representando o reitor Júlio Santiago Prates Filho; Marino Elígio Gonçalves, presidente da Comissão Ambiental da UEM; Júlio Damasceno, coordenador do Programa Proação da UEM; Elenice Tavares Abreu, coordenadora do Proação-Ambiental da UEM; Maria Marlene Galhardo Mochi, assistente do Núcleo Regional de Educação de Maringá; Paulino Mechia, chefe do escritório regional de Maringá da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Paraná;.Victor Eduardo Cury Silva, coordenador geral do DCE/UEM; e Sílvio Fazolli, presidente da Comissão Ambiental da OAB/Maringá.

Programação

A programação segue até o dia 10 com oficinas, debates, palestras, entre outras atividades, e pode ser consultada no site www.ddp.uem.br. Nesta terça-feira, no Auditório do F-67, às 19h30, haverá um debate sobre o Código Florestal, com Dominique Michele Perioto Guhur, da Coordenação  Político-Pedagógica da Escola Milton Santos do MST. No mesmo horário, no Dacese, está marcada a oficina sobre Educação Ambiental.

Outro destaque da Semana é a trilha ecocultural, com saída às 9 horas, na quarta-feira, dia 8, em frente ao Museu da Bacia do Paraná. A proposta é percorrer diversos espaços dentro do câmpus sede, abrindo a UEM à comunidade maringaense para que a Instituição seja conhecida em seus diversos ambientes. O que se quer é provocar o senso de responsabilidade e respeito, sobretudo porque a UEM é um patrimônio que merece cuidado.

Outro ponto importante dentro da Semana é a  audiência pública da Comissão Ambiental da UEM, marcada para sexta-feira, dia 10, às 8h30, no Dacese. A Comissão foi criada, por ato oficial da Reitoria, para elaborar a Política Ambiental da Universidade, contribuindo alcançar a meta de transformar a UEM na primeira universidade 100% sustentável do Paraná.

“Nos dias 9 e 10 ocorrerá também a Feira de Produtos Orgânicos da Agricultura Familiar e da Agroecologia de Maringá e Região, que será montada ao lado do Restaurante Universitário”, anunciou Marino Elígio Gonçalves, que também é o presidente da Comissão Ambiental.

Outras informações sobre a Semana no site do evento, ou pelo fone 44 3011-4782.