Os setores da educação do Noroeste do Paraná estão reunidos na Universidade Estadual de Maringá, nesta quarta-feira, dia 15, participando do Fórum Estadual de Educação do Paraná – Região Noroeste. Estão debatendo propostas para o Plano Nacional de Educação. O PNE 2011-2020, em análise no Congresso Nacional, foi elaborado com contribuição das IES e tem dez diretrizes, 20 metas e uma série de estratégia para cada meta. O relator do processo, deputado Ângelo Vanhoni, solicitou às universidades que voltassem a analisar o PNE e apresentar contribuições. O Paraná se mobilizou em dez regiões e está levantando as propostas que serão entregues a Vanhoni.

Durante a solenidade de abertura, a reitora em exercício Neusa Altoé comentou que não é fácil pensar na educação e que pensar na educação nacional por 10 anos é mais difícil, levando-se em conta o Brasil como um todo e a diversificação da população. Confidenciou que se sentiu angustiada ao ler a proposta do PNE até chegar à última meta, a 20ª, que destina 7% do PIB para educação. Disse que estava feliz por estar à frente da uma universidade que luta pela ampliação de vagas públicas para atender os jovens e que os desafios dos próximos 10 anos podem ser vencidos com muita luta, muito trabalho e muita dedicação. Destacou ainda a preocupação da Instituição com os professores e profissionais que coloca no mercado, focados na qualidade e na busca de grandes resultados.

A pró-reitora de Ensino, Ednéia Rossi, informou que a sociedade civil vem debatendo o PNE desde 2009 e que, nas últimas duas semanas, apresentando várias contribuições que serão analisadas durante o dia pelas autoridades na educação do Estado. Lembrou que é preciso fixar prazos e responsabilidades da União, dos Estados e dos Municípios. O deputado estadual, professor Lemos, disse que a Assembleia Legislativa já organizou alguns debates e audiências públicas sobre a educação, que trouxeram contribuições para o Plano, como na área de educação no campo. Destacou que o PNE precisa de emendas supressivas, modificativas e aditivas e que muitas propostas apresentadas antes não foram traduzidas no projeto de lei. Para ele o Brasil tem uma dívida muito grande com a população na área de educação.

O deputado estadual Ênio Verri destacou que não se pode falar em política de educação para 10 anos sem debate. Ressaltou que é necessário aprofundar a discussão sobre a relação público-privada, a questão financeira, a destinação de parte do PIB, entre outros. Para ele, tanto o Paraná quanto o Brasil como um todo apresentaram avanços na educação nos últimos 8 anos. Mas lembrou que se olharmos para o que precisamos, estamos a anos-luz do ideal. Comentou que é o momento também de amarrar uma contribuição do Pré-Sal para a educação, a saúde e para a ciência e a tecnologia.

A secretária de Educação de Maringá, Edith Dias de Carvalho, disse que estava acompanhada de 15 professores do município, não só para participar do evento mas também para contribuir com ele. Relatou que o prefeito Silvio Barros determinou que a equipe ouvisse e também falasse sobre o trabalho de valorização dos professores e dos aspectos pedagógicos e físicos realizados pela Prefeitura. O representante do Conselho Estadual de Educação, Cláudio Ferdinandi, chamou a atenção para o momento, que classificou como determinante para o rumo do País e que é preciso investir na educação nessa próxima década. Traçou um panorama sombrio se nada for feito nessa área. Disse que seremos atropelados pelos países em crescimento e que nossos netos serão escravos das nações mais industrializadas.

A chefe do Núcleo Regional de Educação, Maria Inês Teixeira Barbosa, lembrou que não é a primeira vez que se faz planos de 10 anos e que se preocupa quando a discussão fica focada em apenas um aspecto, como a questão do financiamento. Ressaltou ainda que é preciso pensar no primo pobre da educação que é o ensino médio. Para ela, a educação básica e o ensino superior são pensados, mas o ensino médio fica esquecido. Outro destaque ficou por conta da falta de professores. Destacou que, se não houver atrativos, em pouco tempo não contaremos mais com esses profissionais. Conclamou a participação de toda sociedade para outro grave problema na área, a falta de respeito com os professores. Se essa bandeira não for levantada, esses profissionais não terão força para enfrentar os problemas postos na educação.

Os participantes se dividiram em seis grupos de trabalho para discutir a Educação Infantil e o Ensino Fundamental; o Ensino Médio e Profissional; o Ideb/Ensino Integral e o Investimento; a Educação Inclusiva e as Minorias; a Política de Formação, o Plano de Carreira, a Valorização e a Nomeação dos Professores da Educação Básica; e o Ensino Superior, a Graduação e a Pós-Graduação. As contribuições do Noroeste do Paraná serão reunidas com as das demais regiões do Estado e depois entregues ao deputado Vanhoni.