O 2º Encontro para Análises e Debates sobre a Estrutura e Funcionamento dos Colégios de Aplicação Pedagógica das Universidades Estaduais de Maringá, Londrina e Ponta Grossa foi realizado nesta quinta-feira, dia 16, na UEM. Durante a solenidade de abertura, a diretora do CAP da UEM, Augusta Padilha, iniciou sua fala citando o artigo 207 da Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre a autonomia para as universidades, e lembrando que as pessoas estavam ali para elaborar um documento que contemplasse as necessidades dos colégios. Chamou a atenção para a dificuldade de interlocução entre os diferentes segmentos da sociedade, para a falta de estrutura e de profissionais nos colégios e para a necessidade de se manter os CAPs.

A diretora do CAP da UEL, Adriana Regina de Jesus, resgatou a história da criação dos colégios de aplicação no Brasil e em sua instituição. Alegou que a educação é bandeira levantada por todos, mas que poucos lutam por ela. Disse que os CAPs foram criados em razão de uma disfunção verificada na educação na época e para serem espaço para se repensar a metodologia. De lá para cá, eles foram sendo desmantelados. Citou também a dificuldade de reposição de professores que se aposentam ou vão para outro setor, porque seus cargos são extintos assim que saem (extintos a vagar). A diretora do Caic da UEPG, Audrey Pietrobelli de Souza, explicou as especificidades do colégio de Ponta Grossa e as dificuldades de gestão. Disse, por exemplo, que as educadoras infantis, apesar das competências técnica e profissional, não podem assumir as turmas porque o perfil profissiográfico prevê um perfil assistencialista. Também reclamou dos cargos a vagar e de ter perdido uma frente de trabalho por falta de pessoal. O maternal deixou de ser oferecido na UEPG.

Contratação

A coordenadora da Secretaria de Estrutura e Funcionamento de Ensino da Secretaria da Educação do Paraná, Olga Samways, explicou que seu setor trabalha com os atos oficiais da escola e credenciamento das instituições de ensino. Destacou que o que está acontecendo nos colégios é importante, como a falta de professores que traz prejuízos para os alunos. Disse que a atual gestão já recebeu o governo com uma defasagem muito grande de professores. Ressaltou que o governo vai chamar todos os aprovados no concurso de 2007 e que pretende realizar um novo concurso ainda este ano para minimizar a situação das escolas, incluindo os CAPs. Até lá, lembrou que todos terão que trabalhar com o que têm. Informou que o convênio com a UEM está prestes a ser assinado. O coordenador de Ensino Superior, Mário Cândido de Ataíde Júnior, trouxe um recado do secretário Alípio Leal de abertura de diálogo para receber as demandas e administrá-las. Destacou a necessidade de articulação entre os diferentes níveis e sistemas de ensino para tratar do quadro dos colégios de aplicação, levando em conta as possibilidades e as impossibilidades.

A chefe do Núcleo Regional de Educação de Maringá, Maria Inês Teixeira Barbosa, falou sobre a importância do CAP para UEM e para a sociedade maringaense e também sobre a função do colégio. Lembrou que ele não serve apenas para receber alunos para ensinar, não é apenas para os acadêmicos de cursos de licenciatura fazerem estágios, mas é um grande e importante laboratório de experimentos da ciência da educação. A pró-reitora de Ensino, Ednéia Rossi, iniciou seu discurso apontando que o momento era de colocar toda a problemática relacionada com os CAPs e buscar soluções. Ressaltou que precisamos o reconhecimento do papel dos CAPs no Paraná por parte dos gestores. Confidenciou que estava otimista porque contava com a abertura e a sensibilidade de Flávio Arns e Alípio Leal.

O representante do Conselho Estadual de Educação, Edmilson Lenardão, relatou que, quando diretor do CAP da UEL, defendia que o colégio deveria pertencer à universidade, mas que mudou de ideia. Acha que ele deve ter dupla ou até tripla gestão. Deixou algumas questões para análise, como qual função específica do CAP e a quem ele vai servir? A diretora de graduação da UEL, Marta Gimenez Favaro, ressaltou que o momento era de consolidação de compromissos e materialização de ações efetivas, acordadas e registradas.

CAP das universidades

A reitora em exercício, Neusa Altoé, defendeu a vinculação dos CAPs às universidades. Informou que essa é a posição dos colegas das outras universidades. Justificou a posição dizendo que se o ensino superior é competência da União e, no Paraná, as universidades são assumidas pelo Estado, por que não os CAPs serem das universidades? Apresentou o exemplo do Hospital Universitário que é gerido pela UEM e apresenta um bom serviço. Disse também que devemos trabalhar para manter os colégios de aplicação e criar carreira para esses professores. Na UEM, também há o problema de cargos a vagar e das educadoras infantis não poderem assumir os alunos. Para ela, toda essa situação precisa ser solucionada para que o CAP possa ter uma vida tranquila, sem a preocupação de falta de professores, entre outros.

O objetivo do evento foi o de buscar soluções para problemas como contratação e fixação de professores, autorização do funcionamento dos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de debater o CAP dentro das universidades. A pauta de reivindicação passou pela autonomia, questões legais e políticas ligadas à gestão educacional e às condições físicas e de infraestrutura, entre outras.

No primeiro encontro, a diretora do CAP da UEM, Augusta Padilha, comentou que o Colégio é uma escola implantada dentro do câmpus sede e mantida pelo Governo do Paraná. Foi criada em 1974 com finalidade de servir como laboratório de investigação, testagem e experimentação de técnicas e inovação pedagógicas; prestar serviços à comunidade; e servir como campo de estágios preferencialmente para os cursos de licenciatura da UEM.