Em coletiva à imprensa, hoje (26), o reitor da Universidade Estadual de Maringá, Júlio Santiago Prates Filho, disse que a administração central está aberta à negociação com os alunos, mas quer que os manifestantes desocupem imediatamente a Reitoria.

Na tarde de ontem, os alunos ocuparam o prédio da Reitoria, onde permanecem até hoje. O movimento está sendo organizado pelo Diretório Central dos Estudantes, com apoio dos centros acadêmicos.

Prates Filho disse que aguarda a pauta de reivindicações dos alunos, que seria entregue às 10 horas. Durante a coletiva, o reitor destacou que apesar de ter apresentado propostas às principais reivindicações dos alunos, em reunião com representantes do DCE realizada no dia anterior à ocupação, os estudantes entenderam que não foram atendidos e votaram em assembleia pela medida.

“O meu entendimento é outro”, anunciou o reitor. Para ele a atual administração vem empreendendo esforços para dar melhores condições aos estudantes. “Nesse sentido, implantamos, no início da gestão, em outubro do ano passado, uma assessoria de assistência estudantil, que está fomentando a criação de uma política de assistência estudantil dentro do governo do estado. E através disso, obter recursos para a área”.

Ainda sobre benefícios aos estudantes, Prates Filho lembrou que UEM está construindo a Casa do Estudante, que servirá de moradia para os alunos. A primeira fase das obras está em fase de conclusão, com investimento de cerca de R$ 1,1 milhão. A Universidade também investe cerca de R$ 2,5 milhões em bolsas de formação acadêmica, destinadas aos estudantes que precisam de complemento de renda.

Com relação ao ponto específico de reivindicação dos alunos, que diz respeito ao Restaurante Universitário, Prates Filho reconhece que as reivindicações são justas e, por isso mesmo, a administração vem se mobilizando para atender as demandas. Foi encaminhado ofício à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, solicitando abertura de concurso para contratação de seis funcionários (os alunos pediram quatro). Está sendo encaminhado ao Conselho de Administração (CAD) uma proposta para isenção de taxas do RU para estudantes carentes, que é outro ponto de reivindicação. Prates Filho, explicou que as refeições do RU são subsidiadas. A UEM injeta todo ano cerca de R$ 600 mil para garantir refeições a custo baixo. O café da manhã custa R$ 0,50 e as refeições R$ 1,40 para mensalistas e R$ 1,60 para refeições avulsas. Funcionários pagam R$ 2,60.

A inclusão de uma opção vegetariana no cardápio do Restaurante, que foi pedido pelos alunos, teria início, segundo o reitor, já a partir de segunda-feira. Em princípio duas vezes por semana. A inclusão dos outros dias dependeria da compra de novos equipamentos, que já foram licitados, e de um reajuste no lay-out na cozinha. Essas duas medidas possibilitariam o aproveitamento de funcionários no atendimento, diminuindo filas.

No que diz respeito à construção do RU-II, o projeto está em andamento, inclusive com a participação de um aluno da Engenharia Civil e outro da Arquitetura, com a concessão de bolsas.

Para os câmpus regionais, o que a Reitoria informa é que será apresentado ao CAD um modelo de edital para licitar fornecimento de "quentinhas", que seriam subsidiadas, com custo final para o estudante a preços semelhantes aos do RU. 

"No entanto, o processo tem que cumprir os trâmites legais e passar pela licitação”, justificou o reitor. Além disso, estão em estudo a locação física para o funcionamento de refeitórios nos câmpus regionais. “O pedido de recursos está sendo encaminhado ao governo do estado, com apoio da bancada parlamentar”, anunciou

Com relação à cessão de espaços para reprografia e cantinas, a Reitoria concorda em debater conjuntamente, nos Conselhos de Administração e Universitário. “Sou um gestor público e como tal tenho responsabilidades. Não posso trabalhar fora da legalidade, da ética, da moralidade e da transparência”, frisou.

Ao final da coletiva Prates Filho foi encontrar-se com o governador em exercício, Flávio Arns, em Sarandi.