O reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, se reuniu com os membros dos Conselhos Superiores da Universidade, no início da tarde desta sexta-feira (26), para esclarecer sobre os detalhes da negociação entre Administração e os estudantes que ocupam o prédio da reitoria.

Prates Filho disse que esteve reunido com Flávio Arns, governador em exercício do Paraná, e fez a entrega da pauta elaborada pelos estudantes e entidades que representam o movimento estudantil que ocupou, na tarde de ontem (25), o prédio da Reitoria. No encontro com Arns, ocorrido pela manhã em Sarandi, Prates Filho disse que reconhece o apoio do governo para as instituições públicas de ensino superior do Estado, porém ele destacou que o atual orçamento está muito aquém para atender as necessidades das universidades. E que, agora, aguarda um posicionamento do governo.

O reitor ainda explicou que entregou, na tarde do dia 24, um ofício (aos representantes do Diretório Central dos Estudantes, no qual ele encaminha a resposta às reivindicações que os estudantes entregaram em manifestação no dia 11 de agosto. Os manifestantes leram o documento e, entendendo que as propostas não contemplavam as solicitações, votaram pela ocupação do prédio da Reitoria. O movimento quer que um representante do governo negocie com os estudantes.

“Fiquei surpreso, porque o grupo se colocou à disposição para participar de conversações com o governo, no sentido de resolvermos as reivindicações da pauta. É preciso que entendam que nós criamos canais de diálogo, dando seguimento à política de assistência estudantil iniciada pela gestão dos professores Décio e Mário. Criamos uma assessoria que, hoje, está sob a responsabilidade do professor André Gasparetto. Também criamos um Fórum de Assistência Estudantil, que formulou um documento que foi entregue à Seti [Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior]. Enfim, sabemos que precisamos de muitas coisas e estamos trabalhando, mas sempre digo que, de alguma forma, estou no poder, mas não sou poderoso. Não temos condições de resolver questões que estão fora da nossa responsabilidade”, disse Prates Filho.

O reitor também apresentou todas as respostas que deu às reivindicações dos alunos. Destacou a questão em relação à cessão de espaços para reprografia e cantinas, a Reitoria concorda em debater conjuntamente, nos Conselhos de Administração e Universitário, a construção de mecanismos que, dentro da legalidade e transparência exigida pelo Tribunal de Contas do Estado, contemplem e garantam suporte financeiro e autonomia às atividades desenvolvidas pelas entidades representativas dos estudantes. “Qualquer gestor público necessita estar de acordo com a lei. Precisamos fazer as coisas dentro da legalidade e da transparência”, acrescentou.

Prates Filho ainda fez questão de rebater algumas notícias que estão sendo veiculadas via internet sobre corte de horas extras na UEM.  Segundo o reitor, em nenhum momento foi determinado o corte das horas extras. Elas serão feitas mediante o planejamento do setor e da anuência da chefia. E reafirmou que só são pagas as horas extras efetivamente realizadas.

Por fim, o reitor disse que a Administração está aberta a debater melhorias para os alunos. “Temos feito muito. Sabemos que os alunos merecem mais. Mas não é quebrando e invadindo que vão conseguir.  Todos sabem que assumi a reitoria com o orçamento de 2010 e não de 2011. E as contas apresentaram um déficit. Mas a credibilidade da UEM que é a primeira em qualidade do Estado, tem nos ajudado a resolver muitos dos nossos problemas, conquistarmos mais recursos que outras IES. Mas temos um limite. Estamos abertos a ir com os alunos onde quer que eles queiram para reivindicar o que a Universidade merece. Respeito todo movimento. Respeito o movimento deles, mas não concordo com quebra-quebra e invasão. Não é desta forma que vamos conseguir alguma coisa. Já me propus a sentarmos e, juntos, propormos ações efetivas para o orçamento de 2012. É isso que espero que eles compreendam. Estou saindo daqui para apresentar ao movimento o que foi conversado com o governador em exercício, Flávio Arns. E vamos aguardar o posicionamento da assembléia dos estudantes”, concluiu.