A Mostra Casa Mundo reúne, no Museu Histórico Helenton Borba Cortes/ Teatro Calil Haddad, a produção recente da artista plástica Tânia Machado. A abertura da exposição será nesta terça-feira, dia 18, às 20 horas, e permanecerá para a  visitação até 14 de outubro. A mostra faz parte do projeto Espaço e Lugar, iniciado este ano, e também do projeto de extensão da UEM  A Arte É Uma Asa...Vamos Voar!, coordenado por Machado e que conta com parceria com a Secretaria de Cultura de Maringá.

 

Machado explica que “as coisas do mundo nos chegam muitas vezes pelo nosso olhar dedutivo. O real e o imaginário às vezes se confundem. Vivemos em um mundo cheio dessas coisas, muitas vezes duvidamos delas, o real pode parecer um filme que vemos nas telas e uma guerra do outro lado do mundo simular algo criado em Hollywood. Descartamos o que a natureza nos oferece e mesmo a transformamos criando a artificialidade. Nesse contexto a nossa casa pode ser um local seguro, criado, imaginado em nossa mente. Passado, presente e perspectivas de futuro escrito como em um livro de imagens. A poética do olhar sobre a chama de uma vela de Bachelard revela o sonhador à luz do real”.  

“Para desenvolver esse pensamento, tem-se a representação dos espaços, esses habitados. Essa morada se desenvolve nas linhas horizontais e verticais: árvores, pseudo moradas, caixas, o mar: um prolongamento dos espaços impalpáveis. A representação está focada no desenho mesclado com a pintura e na criação de pequenos universos  desdobramentos do sentimento sobre a globalização, a compressão das distâncias, o espaço particular, familiar, responsável pela construção de raízes e referências de mundo”, esclarece.  

Já  a mostra Mundo das Idéias  é representada pelos desenhos e pinturas de Cristiane Inokuma, bolsista e aluna dos cursos de extensão na UEM. São desenhos e pinturas de diferentes formatos e técnicas. Para ela, “a imagem é algo intrinsecamente ligado ao ser humano. Percebe-se o mundo através de imagens, e por elas somos cercados. A sua natureza é dupla: interna e externa, reflexiva, uma ausência de uma presença e uma presença de uma ausência, simulacro. Em sua concepção é imago, dotada de resquícios de consciência, dotada de lembrança”.  

Cristiane Inokuma diz que tenta recriar imagens do que já viu, tendo como variável, ao tentar fixar lembranças, sua transparência, pois as imagens de memória misturam-se aos registros em imagens técnicas, também usados durante o processo criativo. “Imagem enquanto busca, enquanto processo, construindo novas relações de significado, novos registros, novas janelas, novos horizontes, novas imagens. O espaço, cada vez mais abstrato e desfigurado pela visibilidade virtual, aparece através de um mundo das ideias, ora revelado ou acobertado através de construções, portas e janelas coloniais. Criam-se padrões a partir de luminárias e detalhes de paredes de pedra são ampliados tornando-se texturas. A economia de tons justifica-se por destacar melhor a construção de formas e também para focar os trabalhos a partir do conceito da duplicidade da imagem, que por sua vez também é, acredito, importante para se discutir o sentido do trabalho artístico (aqui especificamente em relação à pintura e ao desenho) na contemporaneidade”.