Ao ministrar a aula magna, na sexta-feira à noite, dia 14, a senadora Gleisi Hoffmann destacou os mais de 60 mil alunos de graduação já formados pela UEM, que, segundo ela, passaram a ter melhores condições de vida. Disse que via a política “como um instrumento efetivo de mudança na vida das pessoas”. 

Ao relembrar a passagem dela pelo Ministério da Casa Civil, afirmou que pôde monitorar que a vida das pessoas melhorou, por meio das políticas adotadas pela presidente Dilma Roussef. A senadora citou como fatores positivos a ascensão social de milhões de famílias; a redução do desemprego para 4,3% ao fim de 2013, o menor da história do País; a geração de cerca de 20 milhões de empregos; a criação de mais de 200 escolas federais desde o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva; entre outras conquistas. De acordo com a senadora, o Enem permite chances iguais de acesso à universidade, tanto pelo filho de um reitor quanto pela filha de uma faxineira.

Ainda conforme Gleisi Hoffmann, o orçamento do Ministério da Educação (MEC) demonstra a preocupação do governo nesta área, pois há 11 anos o montante saltou de R$ 19 bilhões para R$ 103 bilhões atualmente. Além de informar que existem processos em andamento para implantar mais institutos federais pelo Brasil, citou que foram criadas, nos últimos anos, 14 novas universidades federais. Segundo ela, o grande desafio da presidente agora é ampliar os investimentos em educação, dentro da meta de garantir educação a todos os brasileiros, de forma a atingir um novo patamar de desenvolvimento do País.

Para a senadora, é preciso ainda qualificar melhor o trabalhador brasileiro, porque o País não será competitivo sem a inovação. A título de exemplo, ela disse que o Brasil possui cerca de 6 engenheiros para cada mil habitantes, enquanto que no Japão este número é de 40 engenheiros. Ao final da conferência intitulada Poder Público e Desenvolvimento Nacional, Gleisi desejou aos estudantes, especialmente aos ingressantes na UEM, que leiam bastante, estudem muito e sonhem bem alto.

A senadora, que deixou o Ministério da Casa Civil para concorrer às eleições para o governo do Paraná, ministrou a aula magna na UEM a convite do Diretório Central dos Estudantes (DCE), gestão Agora só Falta Você. O evento, no entanto, reuniu, além de alunos e professores, diversas autoridades, entre elas o deputado estadual Ênio Verri; os vereadores Mário Verri, Carlos Mariucci e Humberto Henrique; prefeitos da região; a diretora do Departamento de Proteção Social Especial, do Ministério de Desenvolvimento Social, Telma Maranho Gomes; o juiz federal Anderson Furlan; o chefe de Gabinete da Reitoria, Maurício Custódio de Melo; e o pró-reitor de Extensão e Cultura da UEM, Gilberto Catunda Sales.

O coordenador do DCE, Marcos Costa, desejou a todos que tirassem proveito da conferência e dedicou o sucesso da organização do evento aos colegas da atual gestão do diretório. Representando a comunidade estudantil universitária do Estado, o presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Ricardo Palamar, disse que estava feliz em ver a democracia reinando na UEM. Citando seu orgulho em estar presente no evento, afirmou que a aula magna era um momento para a absorção de conhecimento.

A vice-reitora Neusa Altoé também destacou a importância da aula magna e manifestou o desejo de que todos aproveitassem ao máximo a conferência. Neusa ainda assinalou o fato de que a Universidade se notabiliza pela pluralidade de pensamento. O deputado estadual Ênio Verri lembrou sua época de militante estudantil em que ajudou a coordenar manifestações em prol de melhores condições no ensino.

O deputado se referia à mobilização de um grupo de estudantes da UEM, que manifestou, por meio de cartazes e palavras de ordem, a contrariedade em relação a algumas políticas do governo federal, incluindo o apoio da União na realização da Copa do Mundo, e cobrou mudanças. O deputado também salientou que a senadora Gleisi estava ali para propiciar uma troca, “um processo dialético”.

O reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, disse que aquele era um dos grandes momentos da Universidade, afirmando que Gleise tem um espírito democrático e republicano. Prates Filho lembrou que outras grandes personalidades de notório saber ministraram aulas magnas na UEM, como o sociólogo Florestan Fernandes; o então reitor da Universidade de Brasília e agora senador Cristóvam Buarque; e o ex-deputado federal Ulisses Guimarães. O reitor explicou que Gleisi, ao ministrar a aula magna, estava dando início oficial ao ano letivo na Universidade, que marcava a efervescência das ideias e do debate na instituição. Ele frisou que uma característica predominante na UEM “é ser plural no debate das ideias, sempre com base na educação e na harmonia”.

Prates Filho ainda agradeceu o apoio do governo federal ao possibilitar, por exemplo, a captação de recursos nas agências de fomento pelos pesquisadores da UEM, e solicitou apoio da senadora na reivindicação feita ao governo federal, pelos reitores representantes da Abruem, pedindo o aumento do repasse do MEC para o custeio dos alunos matriculados nas universidades estaduais, e ainda pleiteando o fim da contrapartida que as instituições de ensino superior estaduais são obrigadas a assumir nos convênios com a União. “Temos certeza que o sistema de ensino superior deve ser tratado de uma forma federativa”, finalizou o reitor.