No Brasil, a obesidade já é considerada um problema de saúde pública. Seguindo uma tendência mundial, o número de casos registrados na infância e na adolescência vem aumentado e atualmente o índice de brasileiros com sobrepeso, nesta faixa etária, já chega a 15%. Assim como nos adultos, o excesso de peso aumenta o risco de doenças como pressão alta, diabetes, colesterol alterado entre outras. Com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de se prevenir e combater a doença, no dia 11 de outubro é celebrado o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade.  

Segundo o coordenador do Núcleo de Estudos Multiprofissional da Obesidade (NEMO), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Nelson Nardo Júnior, na maioria dos casos, o excesso de peso em crianças está ligado a falta de tempo dos pais para acompanhar a rotina dos filhos. “Há uma falta de percepção de quanto a alimentação adequada e a prática de atividade física são fundamentais para que a criança ou o adolescente tenha uma vida saudável. Muitas crianças ficam por um longo período do dia sozinhas em casa optando por alimentos prontos, industrializados e com alto valor calórico, além de praticarem atividades sedentárias como em frente ao computador ou da televisão. Enfim, hábitos errados que refletem na saúde”, explica.  

O grupo de pesquisa coordenado pelo professor trabalha com cerca de 80 adolescentes com sobrepeso ou obesidade, anualmente, com atividades voltadas ao estudo e ao tratamento da doença. “No núcleo os adolescentes recebem orientações e são acompanhados por pediatra, profissionais da educação física, psicologia e nutrição. Temos atingido bons resultados. Uma média de 30 a 40% dos adolescentes conseguem perder até a metade do excesso de peso durante o projeto”, afirmou Nelson Nardo.   A prática de atividade física regular, pelo menos cinco vezes por semana, e alimentação balanceada e saudável, em casa e na creche ou escola, são medidas importantes de prevenção da obesidade em crianças e adolescentes.  

Para celebrar o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, o  Núcleo de Estudos Multiprofissional da Obesidade promoverá, no próximo sábado (11), um Triathlon com os participantes do projeto a partir das 7 horas, na Coordenadoria de Desportos e Recreação (CDR) da UEM.  

Tecnologia no combate à obesidade

Considerando que cada vez mais crianças e adolescentes fazem o uso constante das novas tecnologias, como computador com acesso a internet, joguinhos pelo celular e redes sociais, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) está desenvolvendo projetos de atividades físicas usando um recurso que agrada esta geração: o videogame ativo e o uso de jogos intitulados como exergamings.  

Os exergamings são jogos eletrônicos que captam e virtualizam os movimentos reais do usuário, como o famoso Nintendo-wii e X-box, por exemplo. Esses jogos utilizam os movimentos de diferentes segmentos corporais como forma de interação com ambientes virtuais, podendo contribuir não apenas para o aumento do gasto calórico, mas também para o aumento no repertório de movimentos do indivíduo, principalmente em fase de crescimento.  

Com este objetivo, a professora de Educação Física Catiana Leila Possamai Romanzini, do Departamento de Educação Física (CEFE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), está desenvolvendo o projeto de extensão: “Exergaming para a saúde: intervenção para o controle do peso corporal em adolescentes utilizando videogames ativos”, que iniciará no mês de outubro. “O projeto vai contar com a participação de 200 adolescentes, que passarão por uma triagem para ingressar no projeto, contendo os seguintes critérios: possuir de 12 a 18 anos, sobrepeso, e índice de massa corporal (IMC) acima da média para cada idade”, informa a professora.  

A equipe do projeto conta com nutricionista, psicólogo e estudantes do curso de educação física. De acordo com a professora Catiana Romanzini “o objetivo de inserir um profissional de nutrição e outro de psicologia, é de fornecer aos adolescentes informações sobre alimentação e acompanhamento psicológico para que eles tenham motivação para continuar no projeto e não desanimarem do foco principal, que é a perda de peso”, afirma a coordenadora. Ela explica que o uso do videogame ativo atenua os fatores de risco à saúde, sendo usado como uma estratégia de atividade física, porém não substitui as aulas de educação física da grade curricular dos colégios.  

No decorrer das atividades, os adolescentes utilizarão o acelerômetro, que durante a sessão medirá o nível de atividade física do adolescente, com o objetivo de identificar a quantidade de calorias perdidas ao término da atividade. É importante frisar que, segundo a coordenadora, a perda de calorias varia de indivíduo para indivíduo, e a atividade física proposta pelo projeto vai da intensidade leve à moderada, sendo considerado o triplo de quem joga videogames convencionais acomodados no sofá.  

Congresso  

De 29 a 31 de outubro acontece o I Congresso Internacional de Tratamento da Obesidade. O evento será na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail nemobrasilcanada@gmail.com ou no (44) 3011-5026 .  

Fonte: Seti