Há exatos 45 anos, em 6 de novembro de 1969, era assinada a Lei Estadual nº 6.034 que autorizava a criação da Universidade Estadual de Maringá. E a UEM que começou sua história com a integração de várias faculdades isoladas e sete cursos, oferece, hoje, 69 graduações presenciais, 42 cursos de mestrado, 22 de doutorado e cerca de 50 especializações. A esta lista também se somam seis graduações a distância, vários cursos livres e turmas de línguas estrangeiras. 

Ao longo de quatro décadas e meia, a UEM já graduou 60.606 profissionais das mais variadas áreas. Certamente a maioria dos advogados, contabilistas, professores, administradores de empresas, engenheiros civis,  biólogos,  farmacêuticos, zootecnistas, agrônomos, engenheiros químicos, médicos, arquitetos, entre tantos outros profissionais que hoje atuam em Maringá e região, são egressos da UEM.

 Mauro Baesso: Para o reitor Mauro Baesso só esse fato já seria suficiente para evidenciar o papel relevante da Instituição que hoje engloba uma gigantesca estrutura a serviço do conhecimento e da inovação tecnológica, formando profissionais de alto nível em todas as áreas, desenvolvendo pesquisas de ponta com reconhecimento nacional e internacional e atendendo a comunidade onde está inserida através dos projetos de extensão. “Considerando que na década de 60, o Norte do Paraná dependia fundamentalmente da agricultura, a implantação e a consolidação da Universidade abriu novas fronteiras desenvolvimentistas, influindo também no perfil socioeconômico da região, que passou de essencialmente agrícola para agroindustrial, com forte vocação ao setor terciário e tecnológico”, afirma o reitor.

Embora diga que a UEM já é centro de excelência em várias áreas, Baesso, que assumiu a Reitoria da Universidade há menos de um mês, concorda que sua gestão tem vários desafios pela frente, como a conclusão do projeto do Hospital Universitário e de várias outras obras que hoje estão paradas, com destaque para o Restaurante Universitário, fechado há dois anos. “Pelo menos 24 mil pessoas no câmpus dependem do RU, o que faz desse um assunto grave e extremamente prioritário”, reforça Baesso.

Júlio Damasceno: Conduzir um projeto de sustentabilidade para o câmpus sede e os câmpus regionais, valorizar a graduação e os servidores, que não têm tido a atenção necessária nos últimos anos, fomentar a cultura. Tudo isso também são desafios a serem vencidos, segundo o vice-reitor Júlio Damasceno. Para solucionar questões importantes para a Universidade, a atual gestão defende que o diálogo e as parcerias com a sociedade são os melhores caminhos. “Queremos uma Universidade realmente integrada à comunidade, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento social, cultural e econômico da região, buscando a criação de uma sociedade mais justa e equilibrada em suas diversas áreas, unindo forças e selando parcerias com os diversos segmentos da sociedade para concretização de tudo isso”, afirmam os novos gestores.  

Projeto da UEM é resultado de trabalho coletivo  


 

Até a criação da Universidade, o atendimento às necessidades de ensino superior em Maringá era feito por três estabelecimentos estaduais: Faculdade Estadual de Ciências Econômicas, criada em 1959, Faculdade Estadual de Direito, criada em 1966 e Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, criada em 1966. No conjunto, essas faculdades ofereciam um total de sete cursos: Ciências Econômicas, Direito, História, Geografia, Ciências do 1º Grau, Letras Anglo-Portuguesas e Letras Franco-Portuguesas.
Ao assumir a Prefeitura de Maringá, em 1969, o prefeito Adriano Valente criou um grupo de trabalho para a implantação de uma universidade em Maringá. Com 31 integrantes, o grupo deu continuidade ao movimento pró-universidade que, desde 1967, vinha sendo articulado localmente.

Com esse ambiente favorável, três meses depois da formação do grupo, o governador Paulo Pimentel recebia um documento ressaltando a importância da universidade e solicitando a criação do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas (ICET).

O Instituto ofereceria novos cursos superiores em Maringá e com isso, o Conselho Federal de Educação não se oporia à criação da Universidade. No dia 6 de novembro de 1969 o Governo do Estado autorizava a criação do ICET, que passaria a oferecer os cursos de Matemática, Química, e as Engenharias Civil e Química.

Dois meses depois, com a edição do Decreto nº 18.109, de 28 de janeiro de 1970, foi criada, sob a forma de fundação de direito público, a Fundação Universidade Estadual de Maringá, que seria reconhecida pelo Governo Federal através do Decreto nº 77.583 de 11 de maio de 1976. As três faculdades e o ICET foram incorporados pela UEM e  José Carlos Cal Garcia foi nomeado primeiro reitor da Universidade.  Ayrton Pinheiro era o vice.