Audiência foi realizada no Dacese, câmpus da UEM

Cerca de 200 pessoas, das comunidades interna e externa, participaram, ontem (26), na Universidade Estadual de Maringá (UEM), da audiência pública para discutir o uso do espaço no câmpus e as manifestações culturais na instituição, entre estas, os saraus. 

O reitor Mauro Baesso participou do evento

Com a participação de várias entidades da sociedade civil organizada, de movimentos sociais, estudantes, professores e agentes universitários, além da presença de representantes da administração central da UEM, o evento, realizado no auditório do Dacese, teve o objetivo de iniciar um diálogo com os envolvidos nas ações culturais, em espaços públicos, que abrangem a Universidade e também o município.
coordenadora do ProAção, Catarina Makiyama

Os saraus foram um dos assuntos mais discutidos na audiência, devido à polêmica em torno deste. Durante o debate ficou clara a discordância pela continuidade dos saraus da maneira como vinha ocorrendo, mas que eles não podem ser a única forma de manifestação cultural na UEM.
Os participantes citaram, por exemplo, a importância de se valorizar a cultura popular e de se retomar alguns espaços, como por exemplo o da prática de skate, ao lado do Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi).
Diretor do Centro de Tecnologia, Ricardo Dias Silva

Segundo o reitor Mauro Baesso, após a discussão, em andamento, com o Ministério Público, sobre a permanência da Associação dos Funcionários (Afuem) e dos Docentes (Aduem) no câmpus, uma parte da estrutura destas entidades pode ser utilizada pelos estudantes como centros de convivência.
Baesso também comunicou a elaboração do projeto para transformar parte da área próxima ao Restaurante Universitário numa Praça de Convivência.
O vice-reitor da UEM, Júlio Damasceno

Ainda na audiência pública foi questionado o papel do Diretório Central dos Estudantes (DCE) como executor das ações culturais na Universidade. O entendimento de parte da plateia é que ao DCE cabe tanto a tarefa de exigir das gestões da UEM a definição de uma política cultural, vindo a participar da elaboração dessa que se encontra aberta para consulta pública, quanto de se ocupar com a implementação da política estudantil, no contato mais próximo com os centros acadêmicos.
A relevância do diálogo para a discussão do assunto foi uma das tônicas do encontro, organizado pelo ProAção (Programa Integrado de Ação Social da UEM), sob a coordenação da assistente social Catarina Teruco Makiyama. Ela destacou a presença de entidades como os centros acadêmicos, o Comitê Gestor Ambiental, o Projeto Pirilampo (Vila Esperança/Maringá), a Comissão de Direitos Humanos (Sarandi) e a União Paranaense dos Estudantes (UPE).
A audiência "O que é público, as manifestações culturais e o uso do espaço" não esgotou o debate ontem. Tanto que o vice-reitor da UEM, Júlio Damasceno, disse que outras audiências deverão ser realizadas.
Ainda conforme Damasceno, vale ressaltar que a discussão envolve o uso do espaço para manifestações culturais, com regras e responsabilidades estabelecidas, tanto dentro como fora da Universidade, levando em consideração e legitimidade da atual demanda.
O vice-reitor diz também que as falas apresentadas no debate, ontem, foram registradas, gerando posterior relatório, vindo a fomentar melhor os gestores na tomada de decisões.