Maurício Cuatódio de Melo e Paulo Ricardo Garcia Fernandes observam a câmara de nivens Docentes do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá estão trabalhando na implantação e estruturação de um Laboratório de Acesso Remoto (LabAR), que hoje conta com uma câmara de nuvens, também chamada de Câmara de Wilson. Trata-se de um dispositivo que mostra, a olho nu, o rastro deixado por partículas subatômicas.  

A montagem da câmara é um feito comemorado entre professores e acadêmicos do curso de graduação e do Mestrado Profissional em Ensino de Física da UEM. Embora ainda esteja em processo de ajustes, em breve a câmara será disponibilizada para acesso remoto. Significa que um professor de uma escola de ensino médio em uma cidade há quilômetros de distância de Maringá, poderá acessar o laboratório e mostrar aos seus alunos a trajetória de partículas subatômicas. Para isso, ele só precisará estar conectado à internet. 

Equipamento mostra o o rastro deixado por partículas subatômicas

O professor Paulo Ricardo Garcia Fernandes, docente do Departamento de Física e um dos coordenadores do Laboratório, aposta na câmara como um elemento capaz de motivar o aluno do ensino médio na aprendizagem de conceitos de Física e despertar o interesse pela ciência de uma forma geral. O professor explica que ao apresentar o processo de funcionamento da câmara de nuvens é possível discutir conceitos de Física Moderna e Contemporânea tais como radiações ionizantes, raios cósmicos e radiação natural. 

Para frisar a importância do equipamento dentro da Física Moderna, vale lembrar que foi utilizando uma câmara de nuvens na detecção de raios cósmicos, que Carl Anderson, em 1932, identificou a primeira partícula de antimatéria. E, em 1936, recebeu o Prêmio Nobel de Física. 

Fernandes destaca que o equipamento foi uma doação da MSR Laboratórios e Processos, empresa de São Paulo. E que a implantação do laboratório foi motivada pelo edital da Capes de Apoio a Laboratórios Interdisciplinares de Formação de Educadores (LIFE). 

O professor Maurício Custódio de Melo, que também participa do projeto, explica que o Laboratório ainda irá oferecer outros equipamentos de acesso remoto. Por enquanto, os alunos de mestrado em Ensino de Física estão trabalhando nos experimentos que serão apresentados nas salas de aula. Melo explica que o objetivo será, do mesmo modo, apresentar novos recursos didáticos, que facilitem o estabelecimento de conexões entre os conceitos propostos e as aplicações tecnológicas, facilitando a compreensão e motivando o estudante. 

Curso – A câmara de nuvens será usada na parte pratica do curso de extensão Introdução à Física Moderna e à Física de Partículas Elementares: aplicações ao ensino médio, que será ministrado no período de 4 a 15 de abril do corrente ano. O curso é gratuito e terá a participação do físico nuclear Helio Takai, que irá ministrar e coordenar as aulas teóricas e experimentais. Takai se dedica à pesquisa sobre partículas elementares há quase 30 anos no Laboratório Nacional de Brookhaven, em New York, nos Estados Unidos. 

As inscrições podem ser feitas até esta sexta-feira, neste link e, no dia 4 de abril, no local do evento.  Como há limite de vagas em algumas atividades, será respeitada a ordem dos inscritos para a formação da turma. Para outras informações procure a secretaria do Mestrado Profissional em Ensino de Física, no Bloco G-56, sala 22, câmpus universitário. Ou acesse o site www.dfi.uem.br. Contatos também pelo fone 44 3011-5900.