Cerca de 200 pessoas lotaram, na manhã desta terça-feira (24), o auditório do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), na Universidade Estadual de Maringá (UEM), para a aula inaugural da Universidade Aberta à Terceira Idade, marcando o sétimo ano de funcionamento da Unati na instituição. 

A principal atividade do evento, precedida pela cerimônia de abertura, foi uma mesa-redonda que discutiu, sob o olhar da geriatria, temas ligados ao sorriso, nas perspectivas da psicologia, odontogeriatria e filosofia.
Sob a coordenação da médica Thais Miranda, o debate reuniu a psicóloga Raíssa Fachinelo; e os professores Cristiano Perius, do Departamento de Filosofia (DFL); e Eduardo Kunihara, do Departamento de Odontologia (DOD).
Ao discursar na abertura da aula inaugural, o vice-reitor Julio Damasceno lembrou, aos novos alunos da Unati, que a UEM, por ser pública, "é de todos". Ele enfatizou que a UEM é uma Universidade muito respeitada no Paraná, no Brasil e, em muitas áreas do conhecimento, também no exterior.
Damasceno fez uma reflexão sobre o momento político do País, destacando que a atual situação "traz a necessidade de se pensar o papel da Universidade a respeito do que está acontecendo no Brasil, especialmente na Universidade pública".
Segundo o vice-reitor, uma das maiores preocupações é com a eventual restrição orçamentária, o que, na opinião dele, trará consequências sérias para o futuro da universidade pública. "Não existe universidade pública de qualidade sem recursos", advertiu.
Damasceno ainda chamou a atenção sobre a necessidade de se repor, com urgência, os servidores que se aposentam, sobretudo os professores, sob pena de a instituição ter comprometida a excelência que alcançou, nos 46 anos de existência, nas áreas do ensino, pesquisa e extensão. O vice-reitor lançou o desafio aos alunos da Unati para que eles desenvolvam uma ação calcada na convicção de que a UEM, com a autonomia assegurada por lei, "é um projeto do povo, um patrimônio público".
Diretora de Extensão da UEM, Érica Cintra lembrou a trajetória do processo de criação da Unati na Universidade, que ela, como professora, acompanhou, desde o início, na tramitação pelo Departamento de Teoria e Prática da Educação (DTP).  
Apoiando as palavras do vice-reitor e salientando a relevância da Unati, a diretora afirmou que a Universidade Aberta à Terceira Idade é uma referência para todos nós. "Sintam-se integrados a este espaço, que é de vocês também", disse, dirigindo-se aos novos alunos. Cintra falou sobre as atividades de extensão na UEM, informando que a instituição tem cerca de 400 projetos em andamento nesta área, com mais de mil ações extensionistas por ano.
Candidato à coordenação geral da Unati, em chapa única, nas eleições previstas para o dia 7 de junho, o professor Paulo Lopes, do Departamento de Música, também assinalou o momento complicado do País, afirmando a necessidade da união em prol da luta pelas instituições públicas, como as universidades. Para ele, é imprescindível "não perder o que já temos e continuar crescendo".
O professor Raymundo de Lima, do Departamento de Fundamentos da Educação (DFE), candidato a coordenador pedagógico da Unati, destacou que a Universidade Aberta à Terceira Idade tem contribuído, ao lado de programas como o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) e do PDE, para uma "melhor convivência na UEM", sobretudo quanto à mudança de um novo modo de ensinar dos professores. Na avaliação dele, a Unati veio preencher uma lacuna no campo da extensão.
Representando os alunos, João Brito diz que se sentia honrado e lisonjeado com o momento da aula inaugural. Ele aproveitou para falar de algumas iniciativas em curso, como a do Café Filosófico, projeto que reúne alunos e palestrantes convidados, uma vez ao mês, para discutir assuntos da atualidade.
Ao coordenar a solenidade, a professora Maria de Jesus Miranda disse que a Unati da UEM tem uma característica que a torna única no Brasil: a de ser um órgão (ligado à Reitoria) em vez de um projeto, como nas demais espalhadas pelo País. "Isso dá muito mais independência no agir", explicou.
Idealizadora da Unati na UEM, a professora Regina Taam, que está se aposentando e não pôde comparecer à aula inaugural, deixou a coordenação geral do órgão. Maria de Jesus lembrou que a Unati da UEM, com cerca de 500 alunos, oferece educação de qualidade na modalidade de educação não formal, porém permanente.