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Para Evandro Araújo (PSC), que hoje debateu com os professores da UEM, Tide não deve ser entendido como mera gratificação ou benefício transitório

 

Numa reunião com as presenças do reitor Mauro Baesso e do vice-reitor Julio Damasceno, o deputado estadual Evandro Araújo (PSC) debateu, nesta sexta-feira (5), com professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no auditório do Dacese, a importância de se resolver o impasse envolvendo a concessão do Tide (Tempo Integral de Dedicação Exclusiva) aos docentes das instituições de ensino superior públicas paranaenses.

Araújo está preparando um projeto de lei, a ser apresentado na Assembléia Legislativa, que, segundo ele, corrige algumas imperfeições da lei número 11.713/97, que deixaram margens para diversas interpretações sobre o pagamento do Tide, inclusive a que o considera uma mera gratificação, um benefício transitório.

A lei dispõe sobre as carreiras do pessoal docente e técnico-administrativo das instituições de ensino superior do Paraná, criando a carreira do Magistério Público do Sistema.

Para o deputado, o Tide está incorporado na carreira dos professores, "está no DNA da UEM". Na opinião dele, o não entendimento disso pelo governo do Estado será interpretado como uma tentativa de desfigurar as universidades estaduais.

Araújo diz que está conversando com outros deputados para somar forças e conseguir aprovar o projeto, ainda não protocolado. Ele diz que não faz questão de ser o único signatário da matéria. Por isso, os colegas consultados serão convidados a assinarem o texto como co-autores.

Mais de 90%

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Lembrando que o deputado sempre apoiou a UEM e o ensino superior público, o reitor afirmou que a possibilidade de cortar o Tide agrava a situação da Universidade, pois, com as medidas recentes adotadas pelo governo estadual, a instituição só está funcionando graças à capacidade de gerar recursos para além do Estado.

Segundo Baesso, a tentativa de se acabar com o Tide como regime de trabalho é gravíssima, já "que é da Universidade do futuro que estamos falando".

Conforme o reitor, mais de 90% dos professores da UEM têm dedicação exclusiva, o que pressupõe que a instituição funciona neste regime. Ainda de acordo com ele, é esta dedicação que tornou a Universidade reconhecida, com alto grau de produção científica. Baesso salientou também que as políticas públicas paranaenses nascem, em sua maioria, dentro das instituições de ensino superior públicas.

O vice-reitor disse que a presença do deputado demonstra o comprometimento dele com a educação de nível superior. Na avaliação de Julio Damasceno, o momento exige, dos envolvidos na discussão, mais somatória e menos divisão.

Segundo ele, o desejo é que a instituição estivesse discutindo como fazer avançar o papel do sistema do ensino superior público para ajudar a sociedade num momento de crise como o atual.

Para Damasceno, o eventual corte do Tide fere de morte as universidades, que, no caso da UEM, cresceu e se desenvolveu em pouco tempo. O vice-reitor insistiu que, se há mal uso da máquina público, não é por conta do salário dos professores ou dos agentes universitários e sim de questões como a corrupção, por exemplo.

O debate com os professores foi precedido pelas falas do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Maringá (Sinteemar), José Maria de Oliveira Marques; do vice-presidente, Nelson Garcia; e do presidente da seção sindical do Sindicato dos Docentes da UEM (Sesduem), Edmilson Aparecido da Silva. O debate foi organizado pelos dois sindicatos.

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