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Aluna do curso de mestrado em Biologia Comparada recebeu prêmio pela apresentação do melhor painel, em Simpósio realizado pela Unesp. O estudo é o primeiro inventário de samambaias no Parque do Ingá e pode ajudar em futuras ações de preservação do local

O trabalho intitulado Levantamento Preliminar da Flora Pteridofítica em Fragmento de Mata Atlântica: Parque do Ingá, Maringá, PR, Brasil foi premiado como o melhor painel dentro Simpósio de Biologia Vegetal (SBV). O evento foi realizado de 3 a 7 de maio na Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho (Unesp), câmpus de Rio Claro. A autora do estudo é Ana Paula de Freitas Chamaricone, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada da Universidade Estadual de Maringá.

O trabalho é inédito e apresenta o primeiro inventário da flora pteridofítica (samambaias) para a região de Maringá. Sob a orientação da professora Maria Conceição de Souza  e a co-orientação da professora Maria Auxiliadora Milaneze Gutierrez, o estudo é parte da dissertação que Ana Paula irá defender no mestrado. 

Os resultados obtidos até o presente são parciais, porém já demonstram a riqueza de samambaiais localizadas na área de estudo, uma vez que até então havia referência de apenas duas espécies coletadas e acervadas no herbário da UEM. Até aqui foram encontradas 22 espécies reunidas em 16 gêneros e dez famílias. 

Um grande número de espécies de samambaias foi encontrada próximo ao córrego Moscados, ambiente úmido e sombreado que oferece condições ideais para a sobrevivência dessas plantas. “Espera-se que, com a continuidade do levantamento, esses valores de riqueza possam ser ampliados”, explica a mestranda.

O Parque do Ingá constitui um remanescente urbano de Floresta Estacional Semidecidual do estado e a proposta é que os dados obtidos sirvam como subsídio para ações futuras de preservação, manutenção, restauração e educação ambiental do local, segundo a acadêmica.

Ana Paula lembra a importância das samambaias e licófitas, que são citadas como fontes preciosas de recursos para a medicina, paisagismo e alimentação. São importantes também na manutenção da umidade no interior da floresta, o que favorece o desenvolvimento da microfauna e microflora do substrato, extremamente necessárias ao equilíbrio ecológico do ambiente. 

Além disso, estas plantas apresentam um grande sucesso adaptativo, sendo encontradas em quase todos os tipos de ecossistemas tropicais, subtropicais, temperados e boreais e muitas espécies conseguem se estabelecer em locais de queimada e outras áreas perturbadas, como é o caso do Parque do Ingá, evidenciando a grande plasticidade adaptativa que possuem.