Capa livro

Autor permeou a investigação em torno da hipótese de que a identificação partidária tem determinantes individuais e estruturais entre o eleitorado latino-americano

Os fatores que influenciam a maneira como os cidadãos se relacionam com os partidos políticos e os potenciais efeitos dessa relação para o desenvolvimento das democracias na América Latina são abordados na obra "Eleitores e partidos políticos na América Latina", de autoria de Éder Rodrigo Gimenes (foto), recém lançada pela Editora Appris.

Gimenes é servidor técnico-administrativo da Universidade Estadual de Maringá (UEM) há 16 anos, pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Participação Política (NUPPOL) e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PGC).

autor

Ele cursou doutorado em Sociologia Política, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com afastamento pelo Plano Anual de Capacitação Técnica (PACT), da UEM. O livro é resultado desta pesquisa de doutoramento, concluída em 2015.

Conforme o autor, que destaca a importância do apoio à capacitação e valorização dos servidores da carreira técnico-administrativa para o desenvolvimento da instituição, a obra lança luzes tanto ao quadro teórico, que discute o afastamento dos eleitores com relação aos partidos, quanto sobre possibilidades de desdobramentos dessa relação negativa aos países da região, incluído o Brasil, onde o contexto político recente é de instabilidade e descrédito dos partidos junto ao eleitorado.

Sinopse

De acordo com a sinopse do livro, "entre novas democracias, cenário em que se encontra boa parte dos países da América Latina, ainda são escassos e pouco conclusivos os estudos dedicados às relações estabelecidas pelos eleitorados com os partidos políticos, de modo que aqueles se concentraram, até o momento, em investigar os determinantes da identificação partidária, em evidenciá-la como aspecto da institucionalização dos sistemas partidários e em discutir a existência do fenômeno do desalinhamento partidário entre as unidades nacionais. Contudo, pouco foi postulado sobre as consequências da evolução de tal indicador aos regimes democráticos".

"Este livro está inserido no conjunto de discussões acerca da evolução do partidarismo na América Latina e é permeado pela investigação em torno da hipótese de que a identificação partidária tem determinantes individuais e estruturais entre o eleitorado latino-americano, bem como de que os efeitos do apartidarismo não refletem necessariamente um distanciamento daqueles indivíduos com relação à política, por conta da adesão manifestada à democracia".

"Os resultados encontrados confirmam a multidimensionalidade da identificação partidária, com destaque aos efeitos da sofisticação cognitiva e política em detrimento de atributos da centralidade social, no nível individual, e da "decantação" do regime ante os aspectos de sua "engenharia". Ademais, tendo em vista que o partidarismo evoluiu de maneira diferenciada nos países da região, é apresentado um modelo de classificação desses relacionamentos e verificada também a pertinência da tese da mobilização cognitiva e dos perfis de eleitores na América Latina, com ênfase em seus efeitos sobre a adesão à democracia", finaliza a sinopse.