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O treinamento foi ministrado por parte da equipe do ambulatório do HUM

O Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) foi palco de um treinamento sobre o diagnóstico e as ações iniciais do tratamento da toxoplasmose, que reuniu 180 profissionais dos municípios da 15ª Regional de Saúde. A iniciativa movimentou o auditório do hospital entre terça e quarta-feira ( 8 e 9). A organização foi do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital, representado no evento pela coordenadora do setor, Odete Correia Antunes de Oliveira, e pela enfermeira Mariluce Labegaline.

O treinamento foi ministrado pela manhã, das 8 às 12 horas, por parte da equipe do ambulatório: o doutor responsável pelo setor, Lourenço Tsunetomi Higa; e as enfermeiras da área de ginecologia Fernanda Ferreira e Viviane Guilherme Dourado.

O doutor Higa disse que o HUM conta com um ambulatório de toxoplasmose, desde 2005, que já atendeu mais de 400 gestantes, o que transformou o hospital em referência para o diagnóstico e tratamento da doença. “A toxoplasmose pode ser a causa de um aborto no início da gravidez ou trazer graves sequelas para o bebê, como a vida vegetativa, pois o agente causador pode comprometer, entre outras coisas, o sistema nervoso central do feto”.

Fernanda Ferreira apresentou casos registrados no ambulatório do HUM para refletir sobre diagnóstico e tratamento da doença junto com os profissionais presentes. A exposição dos casos contou com o apoio da professora Ana Lúcia Falavigna, que coordena o Grupo de Pesquisa Toxoplasmose UEM, que tem mais de 15 anos de investigação sobre a doença. Os pesquisadores apoiam “o ambulatório do HUM com a divulgação do resultado dos estudos e na realização de exames complementares para a detecção e o tratamento das gestantes de risco encaminhadas para o Hospital”, explicou a professora.

A enfermeira Viviane fechou o curso mostrando como se dá o fluxo das gestantes que passam pelo Hospital Universitário. Ela e Fernanda deixaram o contato do ambulatório para quem precisasse tirar alguma dúvida: o telefone 3011-4924 e o e-mail toxouem@gmail.com. Mas também divulgaram alguns canais de informação sobre o tema produzidos pela equipe da Universidade: a página no Facebook Toxoplasmose UEM, onde se discute a doença de forma acessível ao público em geral; e o blog TOXOUEM.BLOGSPOT.COM.BR, usado para refletir sobre a patologia de forma mais técnica.

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Epidemiologia – A 15ª Regional de Saúde apresentou os dados da doença nos últimos cinco anos: 14 casos, em 2013; 42, em 2014; 47, em 2015; 68, em 1016; e 67 casos, em 2017. Segundo a chefe da Epidemiologia da Regional, Greice Cesar do Amaral, e a enfermeira do setor, Juliana Cioffi, o treinamento foi proposto não apenas pelo número de casos, mas pela falhas detectadas na atenção básica durante o pré-natal para diagnosticar o problema. “Por isso, estamos oferecendo informações aos profissionais para que possam fortalecer o processo de diagnóstico e conheçam o fluxo correto de encaminhamento das gestantes, explicando, inclusive, o que é e como funciona o ambulatório do HUM, referência no tratamento da toxoplasmose e que oferece acompanhamento clínico e medicamentoso”, explicou Juliana Cioffi.

Houve ainda a fala de Marcela Castilho Peres, da Divisão de Saúde da Mulher da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), que destacou a importância do serviço do HUM e do grupo de pesquisa da UEM. A enfermeira destacou que não é só o número de casos registrados no Estado que preocupa. “a questão é que garantir um diagnóstico precoce e oferecer o tratamento adequado à gestante vai evitar agravos neuropsicomotores à saúde do bebê”. Ela ainda informou que “esse trabalho do Hospital e da UEM será foco de quatro webconferências, que serão transmitidas para todo o Estado do Paraná, sob a coordenação da Divisão da Saúde da Mulher e alinhadas com a equipe da Rede Mãe Paranaense.

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O público – A médica da Unidade Básica (UBS) de Saúde Céu Azul, de Maringá, Denise Batilani, disse que o curso é importante, porque reforçou a urgência de se realizar exames assim que se suspeitar da toxoplasmose, “porque a detecção precoce da doença é fundamental” . O enfermeiro da UBS Tuiuti, também de Maringá, Davi Aguiar Silva Machado (foto acima), completou a ideia, dizendo que o curso foi uma oportunidade de conscientizar os profissionais de saúde sobre a participação deles no diagnóstico precoce. “Quem trata é o médico em serviços de apoio à gravidez de alto risco, mas é na atenção básica que vamos detectar os sintomas que são fundamentais para que se defina o diagnóstico o mais cedo possível”, completou o enfermeiro.