DSC 0155

Setor tem atuação estratégica para os pacientes e para a saúde pública

Existe um setor em hospitais que cuida da segurança do paciente no que diz respeito à possibilidade de ele contrair alguma doença por microrganismos durante a internação. Essa área também tem como foco diagnosticar e apontar tratamentos para doenças causadas por bactérias de outros organismos nocivos. O setor responsável por esse cuidado é conhecido como Infectologia. No Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), existe um médico encarregado, o infectologista e uma equipe responsável para dar esse suporte à Instituição.

O infectologista do HUM é o doutor César Helbel (foto acima). Ele nos conta que a área estuda as doenças causadas por microrganismos como os vírus, bactérias e fungos. Alguns destes microrganismos são transmitidos de pessoa para pessoa, do ambiente para uma pessoa e através de insetos, animais, o que é mais comum, exemplos são a dengue e o zika vírus.

“Além de tratar essas doenças, atuamos na prevenção, tentando fazer com que as vias de transmissão sejam interrompidas”, conta o doutor Helbel. A infecção hospitalar, por exemplo, é contraída no ambiente dos hospitais. Para evitar isso, existe uma equipe inteiramente dedicada a controlar os processos e combater as possíveis entradas e saídas de doenças infecciosas do hospital.

Dinâmica – O médico explicou como funciona a atividade dele no HUM. “Os clínicos, cirurgiões, pediatras, entre outros, fazem uma triagem para o médico infectologista nas suas visitas aos pacientes. Quando há alguma suspeita infecciosa é feito pedido de uma avaliação da infectologia e o médico especialista é convocado. Uma suspeita de leptospirose, por exemplo, demanda o envolvimento de um especialista para ver se os exames estão adequados e ele dar um parecer”, explica o doutor Helbel.

DSC 0157

O médico ainda acrescenta que, no HUM, existe um setor chamado Núcleo de Vigilância Epidemiológica. Esta área não só controla as ações do Hospital como apoia, em nível nacional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Existe todo um controle para saber se essas doenças estão sendo disseminadas muito rápido, se existe um modo eficaz de controlar. Um exemplo é a dengue. Se tem epidemia de dengue é porque existem muitos focos do mosquito. Quando detectamos esses acontecimentos, somos obrigados a realizar uma notificação. Existe uma lista de doenças que precisam ser comunicadas às autoridades sanitárias e, no HU, é esse Núcleo que faz esse trabalho, por isso, é parceiro da área da infectologia”, detalha o doutor.

Além disso, no Hospital Universitário de Maringá, existe um setor exclusivo conhecido como Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Nesse setor, são promovidas diversas medidas que contribuem para a prevenção da disseminação de microrganismos nocivos. Ali, se controla a higiene do hospital, o uso de antissépticos, verifica-se se as pessoas estão higienizando as mãos, usando aventais, luvas, entre outros materiais de segurança. “Existem também questões como: se um paciente apresenta meningite [inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal] há uma preocupação para que os enfermeiros não se contaminem e transmitam microrganismos para outros pacientes. Para tudo isso a gente propõe medidas, faz treinamentos, a fim de que a equipe toda esteja preparada para esses eventos”, relata o doutor Helbel.

O setor de controle de infecção conta com um enfermeiro, um biomédico e um técnico administrativo, que se dividem entre o controle de infecções relacionadas ao hospital. Há ainda o controle de vigilância epidemiológica, das doenças externas, como doença de chagas, dengue, leptospirose etc. Isso é feito na Vigilância, onde há duas enfermeiras em tempo integral e uma médica, que cuida da parte burocrática e responde pela notificação dos registros. Cada doença exige um protocolo de notificação específico.

O doutor Helbel destaca que, no caso da infecção hospitalar, há uma preocupação muito grande com as bactérias multirresistentes, aquelas que os tratamentos são escassos, porque os microrganismos já não respondem aos medicamentos. “Essas bactérias multirresistentes são um problema que a OMS [Organização Mundial da Saúde] tem alertado para que os países e profissionais de saúde fiquem atentos, pois podemos ficar sem antibióticos para tratar algumas bactérias. Aqui no HUM, fazemos controles, vigilâncias, os isolamentos chamados de precaução. Tudo isso faz parte do dia a dia do infectologista, que tentar identificar as bactérias, manter sob controle para que elas não se espalhem pelo hospital”, conclui o doutor César Helbel.