2019 06 06 Aguas de Maringa 1945

Encerrado, hoje (6), na UEM, evento fez parte da Semana do Meio Ambiente; veja as fotos do evento

Em duas palestras proferidas, hoje (6), no auditório do PDE, câmpus da Universidade Estadual de Maringá, estudantes, professores e profissionais ligados ao meio ambiente ouviram informações sobre logística reversa e coleta seletiva, além de terem conhecido o projeto piloto elaborado pela startup "Recicla Smart" de incentivo à reciclagem.

Iniciado, ontem, no auditório Hélio Moreira, na Prefeitura de Maringá, e encerrado nesta quinta-feira, o evento "Águas de Maringá", sob a coordenação geral da professora Evanilde Benedito, da UEM, fez parte da Semana do Meio Ambiente do Município.

Eva

Desenvolvido em nível de projeto de extensão, também coordenado por Evanilde (foto acima), do Departamento de Biologia e do Núcleo de Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura (Nupélia), da UEM, o "Águas de Maringá", proposto pelo Programa de Pós-Graduação em Ambientes Aquáticos Continentais (PEA) e o SOS Riachos de Maringá, contou com apoio do programa Universidade Sem Fronteiras, Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi)/UEM, Sanepar e do Nupélia.

Ao fazer a primeira conferência, a professora Sônia Trannin de Mello (foto que abre o texto), do Mudi, explicou como funciona a área da logística com foco no retorno de materiais já utilizados para o processo produtivo, visando o reaproveitamento ou descarte apropriado de materiais e a preservação ambiental, conhecida como logística reversa, e detalhou os tipos de resíduos (recicláveis, não recicláveis e orgânicos).

Aconselhou as pessoas a não descartarem garrafas plásticas sem rasgá-las por exemplo, sob pena de elas serem utilizadas de forma inapropriada para o envase de água, colocando consumidores sob o risco de contaminação.

Outra recomendação dela, abordando o tema "Logística Reversa e coleta seletiva: criando possibilidades de um planeta melhor", foi deixar as latas embaixo da torneira enquanto se lava a louça como maneira de se retirar o máximo possível dos resíduos da embalagem.

A professora esclareceu o conceito de coleta seletiva, enfatizando a obrigação de cada morador em fazer o descarte correto de sofás, por exemplo, e informando o desgaste da natureza em razão de atitudes equivocadas como o despejo de alguns produtos recicláveis nas ruas.

Soraya

O papelão demora de 3 a 6 meses para se decompor no ambiente, o plástico de 100 a 600 anos e o metal de 100 a 400 anos. Mas, pequenas atitudes geram grandes resultados, conforme mostrou Sônia ao citar ações voluntárias cujo resultado foi a retirada de 602 quilos de materiais recicláveis das águas do rio Paraná em Marilena, incluindo 32 quilos de pneus, e de 142 quilos no município de Porto Rico.

Sobre Maringá, no que se refere à destinação do lixo recolhido pela prefeitura, a professora disse que, embora o município não disponha de aterro sanitário, conta com aterro controlado onde é feito o tratamento do chorume. 

Na Universidade, a campanha permanente "UEM Recicla" tem o suporte de uma empresa de coleta, contratada por licitação, que recolhe os resíduos separados pelos setores. Segundo Sônia, a campanha faz parte da política ambiental da instituição. 

Conforme ela, hoje são reciclados cerca de 5,5% das 40 toneladas de recicláveis gerados mensalmente pela UEM e a meta é reciclar 35%, ou seja, atingindo a capacidade que a Universidade tem para isso.

O tema da palestra foi abordado também por Soraya Irene Bischoff (foto acima), administradora do Instituto de Logística Reversa (ILOG), em Maringá. Além de explicar o papel da entidade, no sentido de fazer com que a embalagem pós consumo tenha o retorno para o mercado, ela também comentou o funcionamento das seis cooperativas de recicláveis na cidade.

Químico e mestre em Química pela UEM, Lucas Dolis Guerra Villalobos apresentou uma ideia, formatada em nível de startup, direcionada à incentivar a população a fazer a separação dos resíduos em casa.

A iniciativa está sendo desenvolvida em Maringá como projeto piloto, mas o propósito é alcançar todo o Estado. Lucas (foto abaixo) busca financiamento de agências de fomento e o projeto propõe uma pontuação a quem fizer a separação correta em troca de benefícios como produtos ou serviços. 

O acúmulo de pontos pode ser acompanhado pelo código de barras QR Code escaneado pelo aparelho de celular. Quando atingir a pontuação exigida, a pessoa poderá, por exemplo, fazer a troca por um curso profissionalizante ou mesmo optar pela aquisição de produtos como arroz ou feijão. Isso porque a startup planeja trabalhar em parceria com empresas privadas que já demonstraram interesse no projeto.

Luca

Voluntária num projeto de educação ambiental na paróquia do bairro, a bióloga Carolina Martins Prado elogiou o evento. Ontem, ela fez palestra para abordar a "União da comunidade e UEM através da campanha da fraternidade: biomas brasileiros".

Pós-Graduada em nível de especialização como analista ambiental, Carolina (de blusa clara na galeria) integra o Coletivo Jovem de Meio Ambiente, pelo Ministério do Meio Ambiente, representando o Norte do Paraná e o Grupo de Meio Ambiente Paroquial (GMAP) na comunidade da Paróquia Santa Isabel de Portugal.

Outra participante do evento, a estudante Bianca Brandão, do quinto ano do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, acredita ser importante que palestras como as de hoje tornem as pessoas mais conscientes sobre o meio ambiente.

Aluna do Centro Universitário Maringá (Unicesumar), Bianca (de blusa preta na galeria), que faz estágio na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Bem Estar Animal (SEMA), entende que a principal maneira de educar a população brasileira a respeito do assunto é tratar o tema junto às crianças na escola.

 

Reportagem atualizada em 07/06/2019 às 14h14.