capa 13 anos neiab

Desde 2007, o Núcleo vem promovendo o debate sobre a temática racial

A luta por igualdade racial no Brasil vem de muitos anos! Ela tem a idade do nosso país, pois, desde o período colonial, existiram centenas de levantes e revoltas das pessoas escravizadas e após a abolição milhares de negras e negros continuam reivindicando uma sociedade mais justa e com igualdade de oportunidade para todos, independente da cor da sua pele. Essa é uma luta justa e necessária, visto que o racismo e a discriminação racial atravessam todas as relações da nossa sociedade e impedem a ascensão social e econômica da população negra e foi nesse sentido que intelectuais, militantes do movimento negro, escritores/as e pesquisadores/as negros/as criaram Núcleos de estudos das relações raciais nos mais variados ambitos e características para estudar e denunciar as diferentes expressões do racismo atuantes no Brasil.

E na UEM não foi diferente... Professores/as estudiosos/as das questões raciais em nosso país fundaram o NEIAB para reunir suas pesquisas, orientar estudantes em novas pesquisas e promover ações que colocassem em pauta a cultura e a história afro-brasileira. Essa ação completa 13 anos com professores/as de diferentes áreas do conhecimento, estudantes que chegaram durante a sua graduação e atualmente estão em programas de mestrado e doutorado. Integrantes do Núcleo são referencia na UEM e em Maringá nos estudos sobre educação antirracista e feminismo negro, proferindo palestras, ministrando cursos e produzindo material de qualidade para uma educação inclusiva.

Desde o inicio da sua criação até hoje, cerca de 4 mil pessoas entre estudantes, professores/as, militantes dos movimentos sociais, pesquisadores/as e membros de diversos grupos participaram das especializações (“História da África”, “Pré-Pós graduação para estudantes negros”), minicursos, palestras e eventos promovidos pelo NEIAB.

Ao longo dos seus 13 anos de existência, o NEIAB/UEM vem realizando diversas ações no âmbito acadêmico: foram dois livros publicados pela Editora da UEM - EDUEM, promovendo o debate sobre a temática racial, tendo como característica trazer para as mesas de debates representantes da comunidade externa, ou seja, convidados de diferentes setores sociais, não acadêmicos, gerando o diálogo entre as comunidades acadêmica e a externa, trazendo para dentro da universidade pessoas cujos saberes estão pautados por anos de pesquisas e vasta produção acadêmica. Nesses eventos estiveram presentes na UEM intelectuais e juristas negros/as como Djamila Ribeiro, Joice Berth, Sueli Carneiro, José Serrano, Marcelo Paixão, Luciano Góes, Lívia Vaz Santana, entre outros.

Desde 2006, foram realizadas treze edições da Semana Afro-Brasileira, ocorridas na semana do dia 20 de novembro para celebrar o mês da consciência negra, além das sete edições do Colóquio de Feminismo Negro, que acontece no mês de julho, em referência ao 25 de julho - Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Em 2007, o NEIAB traz para a universidade a reivindicação da implantação das cotas raciais na UEM promovendo palestras e eventos durante os anos que se seguiram.

Em 2010, foi realizado o primeiro encontro de religiões de matriz afro em Maringá – o I AXE. Registra-se também que o NEIAB participou do Fórum Estadual Permanente de Educação e Diversidade étnico-racial do Paraná, em 2012.

equipe neiab 13 anos

Equipe do Neiab, em 2020

Neiab participou de editais estaduais e nacionais como o Universidade Sem Fronteiras, lançado pela SETI - Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, foi contemplado com o financiamento do projeto de extensão, “Educação para as Relações Étnico-Raciais, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Lei 10.639/03”, desenvolvido em três municípios (Maringá, Mariluz, Cianorte). A iniciativa envolveu mais de 200 profissionais da educação, produziu cursos de formação de professores/as e produziu dois livros que estão disponíveis on-line (http://www.uem.br/neiab/).

Além dessas, outras ações de cunho acadêmico foram realizadas em parcerias com diversos grupos, universidades e/ou departamentos e aos movimentos sociais negros de Maringá-PR e região, como palestras nas escolas, grupos de estudos, rodas de conversas, mostra de cinema e exposições, todas ligadas à temática racial.

Cada vez mais a questão racial tem se tornado um tema de debate e reflexão na grande imprensa e na mídia alternativa, porém a luta contra o racismo no Brasil é antiga e imprescindível quando se pretendo uma sociedade democrática, com direitos civis para todos/as verdadeiramente e não apenas presentes na letra morta da lei. Conscientes disso, nós, do Neiab, somos orgulhosos da nossa história, das pessoas que acolhemos, das amizades construídas e de tudo que produzimos. Seguimos altivos por participar de modo atuante nessa luta: estudando, debatendo, disseminado informações, reivindicando políticas públicas e colhendo frutos como a implantação das cotas raciais em nossa universidade!