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Reunião on-line contou com representantes das IEES do Paraná, da Seti e da Fundação Araucária

A Pró-Reitora de Extensão e Cultura, da Universidade Estadual de Maringá (PEC/UEM), apresentou, na segunda-feira (14), duas frentes de atuação para atender demandas do governo do Estado, na oferta de projeto na área de tecnologia e formação científica para alunos do ensino fundamental e médio do Paraná. A reunião contou com a participação de 30 pessoas, entre elas, o presidente da Fundação Araucária de Apoio à Pesquisa do Paraná (FA), Ramiro Wahrhaftig; o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Bona; e reitores de universidades estaduais, incluindo o da UEM, Julio Damasceno, além dos pró-reitores de Extensão das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES), e seus representantes.

A reunião foi presidida pelo anfitrião, o presidente da Fundação Araucária (FA), que abriu a palavra para a pró-reitora de Extensão e Cultura da UEM, Débora de Mello Sant’Ana. A farmacêutica e ativista da divulgação científica mostrou ao grupo as ações do Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi/UEM), que há 35 anos vem executando projetos e formações com o objetivo de fomentar o envolvimento de crianças, adolescentes e da comunidade em geral do Paraná com as diversas áreas da produção da ciência.

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“A UEM conta com o maior museu de ciências do Paraná. O Mudi é, também, o segundo maior museu de ciências do sul do Brasil e integra a Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências. Só nos últimos cinco anos, recebeu 90 mil visitantes de grupos escolares do Ensino Fundamental, quase 30 mil, e do Ensino Médio, mais de 21 mil estudantes, sem contar com o Ensino Superior e Técnico. Temos ainda atenção para grupos específicos como os idosos e pessoas com deficiência. Eles visitam as dependências do Mudi ou nos conhecem por meio das exposições do projeto MUDITINERANTE, que vai a colégios, feiras de ciências, promovendo oficinas e exposições. Enfim,  nesses últimos anos atingimos 62.920 pessoas, em 190 eventos, discutindo temas das áreas de Matemática, Biologia, Química, Física, Anatomia, Morfologia, Paleontolgoia e Educação Fiscal”, resumiu a professora Débora.

Em seguida, a professora Linnyer Ruiz Aylon, mostrou ao grupo a proposta do Projeto Manna Team – uma rede de estímulo à inovação e à formação do Cidadão 5.0, que, há 20 anos, vem inserido estudantes de todo Paraná na cultura maker e no desenvolvimento do pensamento computacional, sempre voltados para o STEAM, sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. O Manna Team tem projetos makers (de mão na massa) executados em escolas públicas, universidades e espaços públicos envolvendo a eletrônica, microeletrônica, computação e outras sub-áreas do universo tecnológico. A professora elencou as dezenas de projetos que vêm sendo feitos em parceira com professores das algumas universidades estaduais e institutos federais, e que contam, também, com pós-graduandos (mestrandos e doutorandos), professoras da educação básica da rede pública e bolsistas de iniciação científica júnior, iniciação científica e tecnológica.

“Esse grupo de dezenas de pessoas atua de forma voluntária para fazer com que crianças, jovens e adultos da periferia de dezenas de cidades do Paraná saibam que podem ter espaço no desenvolvimento de projetos na área tecnológica. Durante os eventos que fazemos para mostrar nosso trabalho, meninos e meninas ficam surpresos quando sabem que podem participar, de graça, das nossas formações para o desenvolvimento de aplicativos, oficinas de robótica e internet das coisas, manutenção de computadores, entre outras possibilidades. Elas conseguem projetar o futuro de estar em uma universidade. Damos propósitos a elas. É isso que importa para o nosso grupo, dar oportunidade a essas pessoas de se inserirem na sociedade de forma a mudar a sua realidade, seu futuro e a dos outros à sua volta. Isto também inclui as pessoas com altas habilidades. Queremos ajudar a formar cidadãos 5.0. Aqueles que usam o conhecimento para causar impacto positivo em suas comunidades, que dão significado ao que aprendem e se tornam aptos a pensar um mundo melhor, por meio da tecnologia, e da ação dentro da sua comunidade, contribuindo para a felicidade das pessoas”, destacou a professora do Departamento de Informática UEM, que é a atual presidente da Sociedade Brasileira de Microeletrônica, aliás, a primeira mulher a presidir a entidade, desde sua criação, há 35 anos.

resumo projeto manna e equipe

Durante a reunião, a líder do Manna Team, também apresentou o kit de aprendizagem de eletrônica confeccionado no modo “faça você mesmo” e que é enviado para as crianças e adolescentes durante o período de afastamento social. “Um ‘deliver maker’, chamado de Mannavolt, criado para despertar a genialidade das crianças que são convidadas a abraçar o experimental”, acrescentou Linnyer.

Escala – O superintendente da Seti, Aldo Bona, avaliou que o conjunto de ações apresentado pelas duas representantes da PEC/UEM vem ao encontro de uma demanda muito específica do governo do Paraná, que é a de encontrar projetos que possam dar sustentação à retomada econômica do Estado, pós-pandemia da Covid-19. Uma das possibilidades é oferecer formações em uma estrutura presente em quase todos os municípios do Paraná: o Espaço Cidadão.

“Acredito que muitos dos cursos e atividades que a UEM está desenvolvendo há alguns anos se encaixam na proposta de valorizar esses espaços e a população dos locais em que estão inseridos. É importante, no entanto, que se possa dar escala a essas ações, envolvendo todas as universidades estaduais, no sentido de que se possa contemplar a maior parte dos 399 municípios do Estado. Vocês mostraram que já têm conhecimento para formar as equipes e atuar junto à comunidade. O momento, agora, então, é viabilizar isso financeiramente e com a participação de todas as IEES”, apontou Aldo Bona.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, parabenizou as duas professoras da UEM, dizendo que, as ações de sucesso têm sempre por trás a paixão de uma pessoa ou de um grupo e foi isso que ele viu nas apresentações realizadas pela UEM. Mas, além da paixão, destacou Wahrhaftig, existe a experiência e a expertise das equipes, por isso, ele lançou uma proposta.

“Temos 62 cidades em que a estrutura do Espaço Cidadão pode comportar essas ações, de forma imediata. A proposta é que, até final de 2022, possamos implementar essas ações nestes locais, em princípio. Vamos unir os recursos da Fundação Araucária e da Seti com as equipes destas entidades e das universidades estaduais para colocar em prática os diferentes projetos que possam oferecer à comunidade. Isto é, como disse o professor Bona, dar escala a essas ações”, sugeriu o presidente da FA .

Projeto pronto – A pró-reitora da UEM, Débora Sant’Ana, informou ao grupo que já há uma proposta pronta para a implementação das ações, com previsão de custos e de recursos humanos, que sugere a criação de Espaços Makers, na área de tecnologia, dentro de cada uma das IEES e outras ações em alguns Espaços Cidadãos, geridos pelo governo. “Estamos prontas para começar o trabalho”, disse a gestora da Universidade de Maringá.

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O reitor da UEM, Júlio Damasceno, acrescentou que confia no sucesso desta parceria entre Estado e universidades, porque “as propostas feitas não se baseiam em ideias, mas em projetos com 20, 35 anos de história, que vêm atendendo de forma articulada comunidades de diferentes municípios do Paraná. Esse tipo de ação ainda nos garante agir na educação em ciência, uma das feridas do Brasil e na qual devemos empregar dinheiro para contribuir com a formação de uma geração de estudantes que poderão fazer diferença no desenvolvimento do nosso País”.

A reunião foi fechada pelo chefe de Gabinete e assessor para Assuntos Institucionais e Inovação da FA, Vinícius Nagem, porque o presidente da Fundação precisou se deslocar para outro compromisso. Ficou decidido que os executivos o coordenador de Ciência e Tecnologia da Seti, Paulo Parreira; a chefe da Coordenadoria de Ensino Superior da Seti; e Vinícius Nagem, da FA, vão articular a relação da UEM e outras universidades estaduais para dar andamento, o mais agilmente possível, aos trâmites que vão tornar realidade o projeto dos Espaços Cidadão e Espaços Makers, do Paraná.

Estiveram presentes à reunião os reitores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Miguel Sanches Neto, e da Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), Alexandre Webber; além de pró-reitores e executivos da Unioeste, Uenp, Seti, UEL, Unespar e Unicentro, Fundação Araucária; e o chefe de Gabinete da UEM, professor Alessandro Rocha.