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O próximo passo da equipe é transformar a Coordenadoria em um centro de formação continuada

A Coordenadoria de Apoio à Educação Básica, da Universidade Estadual de Maringá (CAE/UEM), acaba de finalizar mais uma formação de professores. Por causa do isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19, o curso de extensão “Reflexões Teóricas e Práticas sobre o Caminho do Ensino” foi realizado de forma remota e contemplou mais de mil participantes de várias regiões do país.

As formações continuadas desenvolvidas pela CAE são parte de um projeto da Coordenadoria, que foi criada em 1992. O órgão da UEM surgiu para estabelecer o diálogo entre os professores do ensino superior e os da educação básica, por meio de atividades teórico-práticas orientadas, tendo como resultado a produção de conhecimentos e mudanças qualitativas na prática escolar pública paranaense.

No decorrer de sua história, além dos projetos desenvolvidos institucionalmente, a CAE também subsidiou projetos de órgãos federais e estaduais direcionados à formação continuada de professores da educação básica como o Pró-letramento, o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), que, nos últimos anos, tem sido desenvolvido sem a participação das universidades estaduais.

sandra cae 

“Com o fim das parcerias entre a CAE e esses programas federais e estaduais a Coordenadoria procura, então, reforçar ainda mais sua parceria com as secretarias municipais de Educação e os núcleos regionais de Ensino, atendendo às solicitações desses órgãos; isto é, as formações continuadas são agora alicerçadas e propostas a partir das necessidades e demandas elencadas pelas secretarias e núcleos”, explicou a Assessora de Diretoria da CAE, a professora Sandra Regina D’ Antonio Verrengia (foto acima).

As formações da CAE são organizadas com a participação de professores dos diversos departamentos da UEM ligados à educação básica, que são chamados para ministrar conteúdos gerais e específicos, como geografia, matemática etc. A professora Sandra lembrou, ainda, que a sua equipe vem trabalhando em consenso com o Regulamento da Coordenadoria.

Ampliação – Agora, em 2020, devido à pandemia provocada pelo coronavírus, a CAE precisou se reinventar. O grupo criou uma formação on-line, que trouxe muitos aprendizados. “Primeiro, porque tivemos que produzir material e criar dinâmicas para as aulas on-line, mas também ganhamos muito, porque pudemos ampliar a abrangência das formações. Em contato com secretarias de educação de todo o país, conseguimos trazer para as aulas remotas, pessoas de várias regiões do Brasil”, detalhou Sandra Verrengia.

alessandra

Os alunos são: assessores da Educação Especial, assistentes sociais, auxiliares de Creche, coordenadores e supervisores Pedagógicos das secretarias municipais e estaduais de Educação, secretárias Municipais de Educação, pedagogos, fonoaudiólogos, docentes da educação básica e estudantes dos cursos de Licenciaturas. Todos focados no tema da atual formação que é “Reflexões Teóricas e Práticas sobre o Caminho do Ensino”.

“Essa é uma proposta que visa discutir a ação docente a partir da própria realidade da sala de aula, a partir da prática. Vamos conversando sobre as coisas mais comuns e simples do dia a dia e, por fim, teorizamos esse movimento de ensinar”, explica a chefe de Coordenadoria da CAE, Alessandra Wihby (foto acima), que organizou o conteúdo da formação a partir de seus estudos de doutorado e com o aval e a experiência da professora Sandra Regina.

Depoimentos – A repercussão tem sido muito positiva. A secretária municipal de Educação e Cultura de Cianorte, Zilda Marcelino de Assis, disse que “está muito agradecida pela parceria. Esse tipo de formação, que conduz à reflexão, é muito importante para os docentes e, consequentemente, para os estudantes. Precisamos de professores cada vez mais envolvidos com o processo de aprendizagem, com o "Caminho do Ensino". Essa formação tem sido valiosíssima, porque acreditamos em uma educação em que suas práticas estejam pautadas na Teoria Histórico-Cultural”, apontou a gestora.

A professora do 2°ano do Ensino Fundamental, da Escola Municipal Dom Jaime Luiz Coelho, em Maringá, Tatiana Bargas Resqueti, relatou que recebeu o convite para a formação por meio da direção da escola “e logo me interessei, porque o tema já indicava que, no curso, haveria um encontro entre teoria e prática em uma abordagem participativa. E foi o que aconteceu, em cada encontro, fui estimulada a rever algumas práticas e me abrir para novos conceitos e teorias de ensino. Mesmo nesse momento de atividades remotas, consegui aplicar alguns conhecimentos adquiridos no curso, o que fez ampliar minha visão de ensino-aprendizagem. Agradeço a oportunidade”, disse a docente.

montagem camila e cris cae

Cláudia Cristina Batistela Francisco, professora e pedagoga, do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Vanor Henriques, em Maringá, destaca que, “quando trabalhamos com a educação não podemos, jamais, deixar que o comodismo tome conta de nós. E isso se refere não só ao trabalho diário em sala de aula, mas, também, à necessidade de capacitação e atualização. Realizar o curso junto à CAE, da UEM, foi uma dessas oportunidades que encontrei de me manter atualizada e conseguir realizar a docência com qualidade. Porém, não imaginei que minhas expectativas seriam superadas. Aprendi, reaprendi e compreendi o quanto um profissional de educação é necessário e importante, desde o desenvolvimento inicial de uma criança em seu processo escolar, até o ensino superior. Muitas das minhas dúvidas foram sanadas, bem como, muitas das linhas de estudo e pesquisa que eu sigo foram reafirmadas. Finalizei o curso encantada, feliz e, acima de tudo, com um novo aprendizado que levarei por toda a minha vida”.

Centro de formação – A formação do primeiro semestre conseguiu atingir pessoas não só de Maringá e do Paraná, mas, também, de outros Estados como: Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Foram 79 cidades atingidas e 1037 participantes, até agora, porque novas turmas estão surgindo.

“Essa repercussão, nos leva a propor que a CAE se transforme em um Centro de Formação. Essa é uma ideia que está em construção e, para isso, vamos chamar o Conselho que apoia nossa gestão e rever nossa estrutura, que conta, neste momento, com as possibilidades de cursos on-line para todo o país”, destaca a assessora de Diretoria da CAE. Ela já trabalha com uma nova turma da formação que começou, agora, em setembro, com o apoio da professora Alessandra e de duas técnicas administrativas, Camila Aparecida Pereira Schmit e Cristiane Aparecida da Silveira Garcia (foto acima), e a pedagoga bolsista, Chiara Bataglini, que está temporariamente atuando na Coordenadoria.

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“A integração com a educação básica é uma das principais formas de a UEM estabelecer vínculos com a sociedade a partir de projetos e cursos de extensão. São muitas ações que oportunizam que nossos estudantes troquem com a comunidade escolar conhecimentos próprios e, juntos, reelaborem estratégias de melhoria da educação. A CAE tem, nos últimos 28 anos, acompanhado este processo e feito a diferença”, comemorou a pró-reitora de Extensão e Cultura da UEM, Débora de Mello Sant’Ana.

A pró-reitora também destacou que, neste momento, a CAE se integra à Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati) e ao Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente (PCA) em um novo espaço, recém ocupado, antes da pandemia: o bloco A-38. “Buscamos uma integração cada vez maior entre os órgãos vinculados a PEC, entre os grupos de docentes, técnicos e discentes que desenvolvem projetos de diferentes áreas do conhecimento destinados à educação básica em geral”, concluiu Débora Sant’Ana.

Fotos de arquivos pessoais