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A compositora é o mais recente destaque entre os estudantes premiados da UEM

A mestranda do Programa de Pós-Graduação em Música, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Camila Fernanda Silva de Souza (foto acima), foi contemplada pelo Prêmio Funarte RespirArte, destinado a produções artísticas on-line por meio de vídeos. A premiação veio pela obra “Pater Noster: aos que partiram sem adeus”, para coro misto a capella.

Segundo o diretor de Cultura da UEM, Rael B. Gimenes Toffolo, a área de música, especialmente a graduação, vem acumulando outros prêmios de destaque no âmbito da composição: o Prêmio Funarte de Composição Clássica; International Excellence (governo britânico); Concurso de Composición para Banda Juvenil Música Jove” (Valência, Espanha); e residência no Grupo de Metais Graves da Université de Montréal. Estes foram conquistados por outros alunos do curso de Composição.

“A participação em concursos é a atuação principal da vida do compositor. É por meio deles que os profissionais ficam conhecidos no ambiente musical e é muito comum que compositores ganhem a vida participando sistematicamente de concursos de composição. Por isso, assim que os estudantes começam a desenvolver suas formas de se expressar musicalmente, naturalmente, iniciam a participação em concursos. O que nos dá muita alegria é vermos uma grande quantidade de prêmios recebidos em tão pouco tempo por nossos alunos e ex-alunos”, conta Rael Toffolo, que também é professor e coordenador do curso de Composição.

Os premiados - Camila de Souza disse que foi um tanto quanto desafiadora a participação dela no concurso. Primeiro, porque a obra com a qual se inscreveu é para coral e “estamos passando por um momento de pandemia e de isolamento. Para gravá-la, não deu para reunir os cantores pessoalmente, mas demos um jeito de funcionar a distância. Fiquei satisfeita com o resultado e espero e planejo participar de mais eventos assim”, relata a aluna sobre a experiência no RespirArte. “É muito gratificante quando você tem um trabalho reconhecido e selecionado em meio a tantos outros trabalhos incríveis”, completou Camila, que participa do Grupo de Estudos Interdisciplinar de Arte Interativa, da UEM.

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Wellington Alves e Caio Pierangeli

A participação em concursos pode render diferentes benefícios, desde dinheiro até viagens, que geram novas possibilidades para crescer no ramo, como foi o caso de outro aluno da UEM, Wellington Alves. “A premiação em que fui contemplado consistia em uma residência de um ano com um grupo de metais graves, na Université de Montréal (Canadá), e a estreia da peça, com gravação audiovisual. Foi uma experiência bem interessante e bem única. É difícil para um compositor, em início de carreira, conseguir trabalhar de perto com um grupo musical disponível para testar ideias e receber dicas. Além do grupo, eu tive apoio da Universidade de Montreal para usar os equipamentos, estúdios, salas de ensaio etc. Foi uma boa forma de entender como um compositor bem estabelecido, e conhecido no mercado de trabalho, pode trabalhar”, comemorou o compositor.

Renato Segati, aluno graduado do curso de composição, que foi premiado, no “I Concurso de Composición para Banda Juvenil Música Jove” (Valência, Espanha), a forma ou técnica que são usadas para criar as composições podem ser das mais variadas possíveis, como inspirações literárias, filmes, inspirações momentâneas, junção de sentimentos, é algo individual de cada artista, que busca proporcionar experiências para o público que ouve a música. “Busquei na peça trazer um pouco das várias emoções expressas pelas crianças, no decorrer da infância. “Kurumi”, nome da composição, significa ‘Menino’, em Tupi. O universo da criança é a base do discurso da peça como um todo e o material musical utilizado é bem diversificado”, diz o músico sobre a obra com a qual ganhou destaque.

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Renato Segati e Tauan Sposito

Desafios – O aluno graduado Tauan Sposito, que ganhou o Prêmio Funarte de Composição Clássica, lembrou que: “na maioria das vezes, penso em escrever peças bastante diferentes umas das outras, com novas estruturas musicais. No entanto, percebo que algumas formas de tratar as sonoridades recorrem, estabelecendo, talvez, uma linguagem própria bastante definida”. A ideia é reforçada por outro aluno já formado, Caio Pierangeli. “As minhas coisas são mais ou menos como pedaços de algo, que tentam se completar, mas que se faltam. São objetos falhos por natureza. A finalização da obra, às vezes, se dá de um modo diferente do que era esperado”, revela o ganhador do Prêmio Funarte de Composição, categoria orquestra.

Os alunos entrevistados concordam que ainda há certos conflitos que o ramo artístico acaba revelando, como a necessidade de trabalhar para conseguir atingir, cada vez mais, o público e poder transmitir as mensagens. E isso acaba sendo mais complicado para alguns. Camila, por exemplo, relata sobre ser uma mulher no ramo da composição. “Ser compositora é sempre fazer o dobro, além de ter que realizar o meu trabalho, assim como todo mundo, tenho que fazer com que eu seja notada. E, quando isso acontece, ainda tenho que ficar esperando por algum tipo de ‘validação’, ou de comparação com as demais grandes obras de grandes compositores. Burocrático, né? Não deveríamos ter uma distinção de composição feminina e masculina, todo mundo cria e pronto. Acredito, sim, na possibilidade de uma real igualdade e na real colaboração entre gêneros. Temos que acreditar. No mais, me sinto muito contente, feliz e realizada. É meu trabalho e não trocaria meu status de ‘mulher compositora’ por nada. É quem eu sou.”

 

Serviço

 O curso de composição tem como responsáveis os professores doutores Rael B. Gimenes Toffolo e Marcus Alessi Bittencourt.

 Link para a composição de Camila

Link para a composição de Tauan Sposito

Texto produzido em colaboração com a estagiária de Comunicação e Multimeios, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UEM, Karoline Yasmin Cera da Silva.