patentes 2020 UEMrecorde

Universidade também fez o maior número de depósitos, ou seja, pedidos de patente, em um único ano: 17 em 2020

No quesito de inovação tecnológica, 2020 foi bastante produtivo para a Universidade Estadual de Maringá (UEM): o ano fechou com 15 patentes concedidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), o que é um recorde para a universidade. A UEM também registrou em 2020 o maior número de pedidos de patente, com a marca de 17 solicitações ao Inpi.

Até a primeira quinzena de novembro, 11 patentes já haviam sido concedidas pelo Inpi à UEM no ano de 2020. Para relembrar quais são elas, leia aqui. Após essa reportagem, mais quatro foram concedidas: uma na área da Engenharia Mecânica, uma da Odontologia e duas da Farmácia.

A patente “Composições Farmacêuticas com Derivados de Quinoxalina para Tratamento da Doença de Chagas e Leishmaniose” é de titularidade conjunta entre Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Glaxosmithkline Brasil Ltda (GSK) e UEM. Tem como um dos inventores Celso Vataru Nakamura, professor aposentado do Departamento de Ciências Básicas da Saúde (DBS-UEM) e voluntário dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PCF-UEM) e em Ciências Biológicas (PBC-UEM).

A invenção é um antiparasitário avaliado in vitro em Trypanosoma cruzi (protozoário causador de Chagas) e Leishmania amazonensis (parasita responsável pela leishmaniose); além de ter sido verificado se a substância seria ou não nociva a células de mamíferos. “Os medicamentos disponíveis para Chagas e leishmaniose são extremamente tóxicos, então há necessidade de busca de novos compostos que possam ser utilizados nos tratamentos”, expõe Nakamura. Ainda de acordo com o docente, a patente abre caminho para que sejam realizados testes pré-clínicos e clínicos.

Já a patente “Processo de Separação e Reciclagem Química de Embalagens Multicamadas” desenvolve uma tecnologia inovadora de reciclagem química do politereftalato de etileno (o popular PET) proveniente de embalagens multicamadas de alimentos, tais como de salgadinhos industrializados, bolachas recheadas e café embalado à vácuo. Por as embalagens desses produtos serem compostas por dois tipos de plástico e alumínio, há dificuldade para reciclá-las de maneira convencional, o que por consequência traz prejuízos ao meio ambiente.

Silvia Luciana Fávaro, chefe-adjunta do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM-UEM) e docente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PEM-UEM), uma das inventoras em conjunto com outros pesquisadores da UEM, explica que o processo utiliza hidrólise básica, ou seja, quebra de moléculas a partir da presença de água e hidróxido de sódio. “Com esta reciclagem, as embalagens multicamadas, que levam muitos anos para se decompor, não seriam mais jogadas em lixões e aterros sanitários. Temos a tecnologia em escala de laboratório e precisamos de investimento para criar esse processo em escala industrial”, declara.

As outras duas patentes concedidas no final de 2020 pelo Inpi à UEM são: “Fármaco Tirosol à Base do Fungo Diaporthe helianthi e “Resina Dental Livre de Bisfenol-a e de Baixo Conteúdo Lixiviável”. Clique nos respectivos links para conhecer melhor estas invenções.

 

Núcleo de Inovação Tecnológica

O Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade Estadual de Maringá (NIT-UEM) foi criado em 2008 vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG), com a finalidade de gerir a política institucional de inovação e propriedade intelectual.

Fomenta a inserção da UEM no processo de inovação nacional ao colaborar para o desenvolvimento sustentável, a geração de riqueza e a melhoria da qualidade de vida da população com base na inovação. Promove a proteção do conhecimento gerado na UEM e viabiliza a interação dela com o setor produtivo com vistas a propiciar a transferência de tecnologias, ao contribuir com o desenvolvimento tecnológico e social do país.