vacina chip

Linnyer Aylon é presidente da Sociedade Brasileira de Microeletrônica

Circulam pelas redes sociais mensagens em áudio e vídeo afirmando que as vacinas contra a Covid-19 contêm um chip em forma líquida que vem com uma codificação de inteligência artificial, o que permite controlar os vacinados. Diz também que "é como se fosse um chip, mas de forma líquida, que é o plasma".

A professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), presidente da Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro), Linnyer Beatrys Ruiz Aylon, informa que essa é uma dúvida que vem fazendo muitas pessoas entrarem em contato com ela. Porém, Linnyer garante que "apesar de todo desenvolvimento que temos conseguido com o silício e de serem produzidos quintilhões de dispositivos no mundo, não existem chips líquidos ou solúveis em plasma ou sangue e, tampouco, chips que possam estar 'escondidos' em vacinas. Em nosso conhecimento, isso não é possível. É fake news".

A professora (foto abaixo) ainda destaca que, se o objetivo desta falsa tecnologia fosse realmente buscar informações acerca das pessoas, seria um investimento enorme para uma tarefa já muito bem realizada pelas nossas navegações pelas redes sociais.

linnyer rpc

“Há uma grande quantidade de dados pessoais disseminados nas redes sociais e na internet, que são fornecidos pelas pessoas sem que elas percebam o que estão fazendo ou entendam os riscos. Também temos casos de empresas que negociam dados de seus clientes ou que são negligentes na segurança deles, apesar do uso de dados ser regulamentado pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, Lei 13.709 de 2018. Esse cenário nos mostra que há muitas maneiras mais fáceis de sermos espionados do que a partir de supostos chips líquidos que não existem, repito, dissolvidos em vacinas.”

Linnyer ainda reforça que a SBMicro reconhece a eficácia das vacinas e apoia o movimento vacinal no país. “Quando chegar a sua vez, por favor, vacine-se”, completa a cientista.