Em 1976, quando decreto federal reconheceu a UEM, câmpus sede, em Maringá, ainda estava sem asfalto

Nesta data (11), a Universidade Estadual de Maringá (UEM) completa 45 anos de reconhecimento, dado por meio do Decreto Federal 77.583 de 11 de maio de 1976. Outras datas importantes são: 6 de novembro de 1969, quando a Lei Estadual 6.034 criou a universidade, que está com 51 anos e meio de uma grande história; e 28 de janeiro de 1970, momento em que a fundação de direito público da UEM foi criada pelo Decreto Estadual 18.109.

O reconhecimento de 1976 permitiu à UEM oferecer, com totais condições, novos cursos de graduação e atestava que ela era capaz de funcionar plenamente como uma legítima instituição de ensino superior brasileira, possibilitando sua expansão e consolidação de departamentos, colegiados de cursos e centros de ensino. O recredenciamento institucional mais atual da UEM data de 12 de março de 2020 e tem validade de dez anos, o que exigirá novo recredenciamento daqui a quase uma década.

A partir do reconhecimento, a UEM começou a trilhar o longo caminho para ser o que é hoje: universidade pública, gratuita, de qualidade e sexta melhor estadual do Brasil, uma referência em Ensino, Pesquisa e Extensão. “Nosso desafio é renovar este compromisso com a população e reposicionar a instituição dentro de um novo momento. Mais do que ampliar a oferta de recursos humanos com ensino superior, temos a responsabilidade de qualificar o sistema, produzir conhecimento e proporcionar inclusão social”, destaca Ricardo Dias Silva, vice-reitor da UEM.

O professor ressalta que a UEM é um projeto da comunidade local, “um sonho realizado de uma geração que ousou sonhar alto, uma geração composta por pessoas que sabiam que desenvolvimento econômico, social, cultural e político é resultado de investimento em educação de qualidade”. Ele frisa que esses pioneiros “acreditavam na Ciência e no papel estratégico do Estado como indutores de políticas públicas que levem o país à autonomia e proporcionem qualidade de vida para seus cidadãos”.

 

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Ricardo Dias Silva, vice-reitor da UEM

 

Julio César Damasceno, reitor da UEM, relaciona que a Estadual de Maringá e a cidade de Maringá (PR), que completou 74 anos ontem (10), cresceram juntas e continuam unidas. Diz que o município só pôde se transformar em grande referência em áreas como da saúde, de tecnologias e da educação por a universidade ter investido fortemente, ao longo do tempo, em infraestrutura e em seus docentes e demais servidores. Assim, a UEM conseguiu formar mais de 75 mil profissionais em todas as áreas do conhecimento – pessoas que, posteriormente à conquista dos diplomas, permaneceram na cidade para trabalhar e proporcionar desenvolvimento ao município, à região e à população do interior paranaense.

“Passamos por um momento muito difícil de toda a humanidade, e temos um exemplo muito claro e contemporâneo de termos uma universidade como a UEM, sobretudo nos atendimentos diretos aos pacientes da Covid-19, no nosso Complexo de Saúde, e nas pesquisas, em trabalho integrado às demais universidades”, destaca o reitor. Após analisar o passado e o presente, Damasceno enxerga um futuro bastante desafiador. “Somos destaque em rankings que avaliam a UEM em níveis nacional e internacional. Nesse mundo que se integra e se globaliza cada vez mais, precisamos olhar para o nosso entorno e ao mesmo tempo trabalhar em escala mundial”.

 

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Julio Cesar Damasceno, reitor da UEM
 
Ouça o depoimento do reitor da UEM, Julio César Damasceno, sobre o reconhecimento da UEM:

 

Homenagem dos vereadores

Na manhã de hoje (11), durante sessão ordinária da Câmara Municipal de Maringá, os vereadores receberam o reitor e o vice para prestar homenagens aos 45 anos de reconhecimento da UEM. “Foi nesta Casa que a UEM foi reafirmada como um patrimônio de Maringá e do povo do Paraná. Mais uma vez estamos aqui para comemorarmos uma data significativa na história de nossa universidade. Àquela época [1976], esta região, como tantas outras no Estado, precisava de pessoas qualificadas para que aqui se fixassem e promovessem o desenvolvimento socioeconômico e cultural, em parceria com toda a população que aqui residia. Nesta evolução do tempo, observamos que se hoje temos uma cidade que é referência mundial, considerada a melhor cidade para se viver em nosso país, a UEM tem uma parte significativa nesse sucesso”, disse Damasceno em plenário.

A vereadora Ana Lúcia Rodrigues, também professora do Departamento de Ciências Sociais (DCS) da UEM, conta que a partir do reconhecimento da universidade “ela se constituiu como esse grande espaço de produção de ciência e conhecimento e de formação de profissionais que transformaram nossa cidade e nossa região, pujantes que são”. “Cumprimentamos e louvamos a história dessa instituição. Mas, temos que olhar para a frente e ver o quanto ela poderá contribuir com o grande projeto de sociedade”, finaliza a docente.

“Lembro-me muito bem quando o ex-prefeito de saudosa memória, Adriano José Valente [mandato de 1969 a 1972], lutou muito para a implantação da UEM. Particularmente, me sinto parte da história, porque quando eu era presidente do antigo Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, fizemos parceria entre a Prefeitura de Maringá e a universidade para construção de pátios de estacionamento”, declara o vereador Mário Massao Hossokawa, presidente da 17ª Legislatura. Ele também se recorda dos esforços para implantação do curso de Medicina na UEM por parte do já falecido Said Felício Ferreira, médico e prefeito de Maringá entre 1983 e 1988 e de 1993 a 1996 – neste último período teve Hossokawa como vice.

 

Veja aqui a galeria de fotos da sessão da Câmara de hoje (11)

 

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Reitor da UEM em pronunciamento no plenário da Câmara Municipal de Maringá (crédito: Marquinhos Oliveira/CMM)

 

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Reitor e vice-reitor com vereadores durante homenagem ao reconhecimento da UEM feita pelo Legislativo (crédito: Marquinhos Oliveira/CMM)

 

História

Em 10 de julho de 1975, um grupo de trabalho liderado pelo professor aposentado Argemiro Aluísio Karling, primeiro coordenador do curso de Pedagogia na UEM, protocolou o pedido de reconhecimento da universidade no Conselho Federal de Educação mediante um processo com extensa documentação. Há dois anos, Karling relembrou, nesta entrevista, dos fatos pré, durante e pós esse período marcante. De acordo com o atual vice-reitor, “o reconhecimento foi o primeiro passo para consolidação de um projeto que teve início em Maringá e se estendeu para ampla região do interior do Paraná”.

 

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Argemiro Karling, 1º coordenador da Pedagogia, liderou grupo que protocolou pedido de reconhecimento

 

Em sequência de fotos, servidores comemoram anúncio do reconhecimento da UEM:

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Neumar Adélio Godoy, reitor da UEM entre 1978 e 1982 e vice-reitor de 1974 a 1978, estava à frente da gestão da universidade tanto à época anterior ao reconhecimento quanto no próprio ato do reconhecimento e também logo após ele se concretizar. “Tivemos a felicidade de ter o reconhecimento da instituição! A UEM passou a existir oficialmente como uma instituição universitária no Brasil e, a partir daí, as coisas, de certa forma, se tornaram um pouco mais fáceis”, considera Godoy. O reitor da UEM no ano de reconhecimento, 1976, era Rodolfo Purpur, falecido em 2013.

Antes de a UEM nascer oficialmente, haviam sido criadas faculdades isoladas: a Faculdade de Ciências Econômicas (28 de agosto de 1959), a Faculdade de Direito (21 de dezembro de 1965), a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (24 de dezembro de 1966), além do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas (5 de novembro de 1969).

Muitos nomes fizeram e fazem parte da criação e da consolidação da UEM, tanto que é impossível citar todos, embora a gestão atual agradeça a cada um. Um deles é José James da Silveira, professor emérito da UEM e um dos docentes que formavam a comissão que batalhou para a criação da universidade. “A UEM é tudo para mim, é a minha grande realização. Eu tenho amor pela universidade e paixão pelo curso de Ciências Econômicas”, brinca Silveira, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas de 1966 a 1976.

 

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Neumar Godoy era vice-reitor quando UEM recebeu seu reconhecimento, em 1976

 

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Professor emérito James da Silveira integrou comissão que lutou para criar a UEM

 

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Jornal de 2 de outubro de 1975 mostra visita in loco do Conselho Federal de Educação à UEM; Karling é o 2º da esquerda para a direita

 

Integração com a comunidade

Na última sexta-feira (7), o vice-reitor da UEM participou do programa Café na Reitoria da UEM FM 106,9 e da UEM TV para falar sobre os 45 anos de reconhecimento da UEM e também de obras da universidade entregues durante a gestão atual. Assista ao episódio aqui.

E para ver ou rever o encontro virtual de reitores e vice-reitores da UEM em 11 de maio de 2020, ano dos 50 anos da universidade, clique aqui. Eles integram o Conselho de Integração Universidade-Comunidade, presidido por Damasceno e que tem como meta fortalecer a relação entre a universidade e a sociedade, bem como defender a universidade pública.

 

Ouça o instrumental do hino da universidade (“Salve a UEM”), executado pela Orquestra de Câmara da UEM:

 

Reportagem atualizada em 11/05/2021 às 15h06.