Coração grande

O médico Marcos Borges Machado também fala do avanço da medicina nesta área para tratamento e cura de doenças

Neste 29 de setembro, é Dia Mundial do Coração, data criada pela World Heart Federation (WHF) - Federação Mundial do Coração - para alertar as pessoas sobre as doenças cardiovasculares. Nunca é demais lembrar que essas enfermidades são a principal causa de óbito no Brasil, tirando a vida de cerca de 400 mil pessoas por ano, o equivalente a 30% de todas as mortes no país, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). 

Pelos cálculos da entidade, em torno de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração. As doenças cardiovasculares podem afetar o coração e os vasos sanguíneos, com destaque para a doença arterial coronariana, que envolve dor no peito e infarto agudo do miocárdio, sendo esta a maior causa de mortalidade no mundo. 

A notícia boa é que existe maneira de mitigar essa realidade aliando boa alimentação a um estilo de vida regrado, conforme orienta o cardiologista e professor do Departamento de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Marcos Borges Machado. Ele esclarece que a maioria das doenças cardiovasculares se desenvolvem baseadas no padrão genético e no estilo de vida de cada um.

Segundo o professor, é preciso reconhecer os fatores de risco no estilo de vida. Um deles é o cigarro, hábito que eleva muito a probabilidade de patologias graves do coração. O consumo do tabaco pode causar infarto, Acidente Vascular Cerebral (derrame), além de neoplasias, a multiplicação desordenada de células, que podem ser malignas. 

Outro fator de risco importante é o excesso de peso, que carrega consigo outras situações metabólicas. Por isso, o hábito alimentar deve ser levado em conta. Os grandes vilões neste caso são a gordura trans e as gorduras saturadas. A primeira é encontrada em alimentos processados ou industrializados. A dica do médico é ler o rótulo das embalagens, evitando este tipo de gordura. As gorduras saturadas estão presentes em produtos e derivados de origem animal, entre eles, em alguns derivados do leite (como a manteiga) e na carne vermelha.

Machado alerta para não se confiar nas informações da Internet, mesmo que fornecidas por médicos, como no caso da banha de porco. Ao contrário do que faz crer alguns profissionais, esse alimento traz sérios riscos para a saúde do coração.

De uma forma geral, o professor recomenda o consumo de frutas e hortaliças, a redução de sal na comida e de bebidas com açúcar, além da prática de atividades físicas, de maneira moderada e regular. Machado enfatiza a importância de verificar a pressão arterial quando for se consultar com um médico ou comparecer a uma Unidade Básica de Saúde, por exemplo. 

A hipertensão arterial é uma patologia silenciosa e costumar se manifestar quando o quadro já indica complicações graves. Também é importante saber se existe alguém na família com histórico de doença cardiovascular. 

Orientações como essas, diz o professor, são contribuições da ciência, em função das pesquisas desenvolvidas por ela, comprovando o benefício de certos hábitos e o controle de fatores de risco. Na cardiologia, o Brasil possui tecnologia de ponta capaz de permitir a descoberta de novos medicamentos e de cuidar dos pacientes a ponto de salvar, por exemplo, uma vítima de infarto do miocárdio socorrida a tempo de evitar mais complicações.

Neste caso, Machado também esclarece o quanto é relevante ficar atento aos sintomas que podem indicar um pré-infarto ou já um infarto. Nunca se deve desprezar uma dor no peito ou uma dor abdominal mais intensa e persistente. O atendimento rápido salva vidas.