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Preparação de profissionais do município é imprescindível num momento em que Maringá planeja ser referência paradesportiva

Por meio do Centro de Referência Paralímpico Brasileiro de Maringá, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) deve ser uma importante parceira com a prefeitura local na capacitação de professores das secretarias municipais de Esportes e Lazer e de Educação que irão trabalhar na formação de atletas com deficiência. 

Fruto de um convênio entre o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a universidade, por meio do Departamento de Educação Física (DEF), o Centro de Referência, coordenado pela professora mestre Aryelle Caruzzo, ex-aluna da UEM, tem abrangência no Paraná, com vinculação direta ao Centro de Treinamento que fica em São Paulo, e o qual já é visto como um polo de disseminação do esporte paralímpico. 

Os Centros de Referência espalhados pelo Brasil (18 atualmente) integram um projeto do CPB que visa descentralizar da cidade de São Paulo as ações desenvolvidas na área do esporte paralímpico, desde a iniciação esportiva até o alto rendimento.

A capacitação dos professores em Maringá será imprescindível num momento em que o município planeja construir um Centro de Treinamento Paralímpico com o objetivo de apoiar o desenvolvimento do paradesporto.

A estrutura contará com piscina, ginásio coberto, equipamentos de atletismo, salas técnicas, salas de capacitação, área de convivência, entre outros espaços. A prefeitura municipal anunciou que vai investir cerca de R$ 7 milhões na obra, que deve ser construída nas imediações do Centro Cívico. 

Para que as ações voltadas às pessoas com deficiência (PCDs) sejam organizadas de forma mais assertiva, o município vai permitir o mapeamento da população com deficiência residente na cidade, por meio de um projeto da Gerência de Esportes de Rendimento e Coordenadoria dos Esportes Paralímpico, vinculada à Secretaria de Esportes e Lazer de Maringá.

Esse mapeamento se soma ao fato de que o município será o primeiro do estado a construir um centro de treinamento exclusivo para atletas com algum tipo de deficiência. Para Aryelle, “vivemos um processo inclusivo para tornar a cidade uma referência paradesportiva, e Maringá, cidade inteligente e intuitiva, certamente abrirá este caminho para todo o país”. 

Para participar do mapeamento, o interessado pode preencher um formulário on-line, ou entrar em contato com a Secretaria Municipal do Esportes e Lazer pelo telefone (44) 3220-5764 ou  pelo Instagram da Secretaria de Esporte e Lazer, solicitando um formulário impresso.

As secretarias municipais da Educação, Assistência Social e da Saúde foram convidadas a participarem do levantamento para poder alcançar ainda mais o público-alvo. Conhecendo e identificando as pessoas com deficiências, será possível planejar as ações esportivas voltada ao atendimento delas.

 

Uma incubadora

 

Giuliano Pimentel, coordenador do Pró-Esporte, programa da UEM na área de promoção e desenvolvimento esportivo, lembra a despeito da parceria com a prefeitura municipal. A escolha da universidade para ser o Centro de Referência Paralímpico Brasileiro de Maringá é fruto do trabalho do professor Decio Calegari, falecido em 2020. Calegari projetou diferentes atletas ou equipes, tendo a UEM como uma incubadora para o alto rendimento paralímpico.

Sobre a estrutura e funcionamento do Centro, Pimentel diz que o DEF reserva horários para que os atletas façam os treinos. Conforme o professor, as instalações do departamento já abrigaram até as gêmeas Débora e a Beatriz Carneiro, medalhistas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. 

Ainda segundo Pimentel, a relação é completada com projetos de extensão e pesquisa, inclusive tecnológicos, que geram novos conhecimentos e colocam o Brasil como uma referência paralímpica. Neste cenário, o professor responde pela atividade de obter equipamentos e instalações para uso da CPB, além de atuar para agregar diferentes ações como parcerias e captação de recursos.