2019 09 04 Cunicultura Coelhos FEI 7803

Cunicultura vai além da Zootecnia e gera benefícios interdisciplinares, servindo para Medicina e Farmácia

O Departamento de Zootecnia (DZO) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) possui um Setor de Cunicultura, destinado à criação de coelhos, localizado na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI).  “O coelho é um animal muito versátil e presta importantes serviços à sociedade”, expõe o coordenador da graduação em Zootecnia e do Setor de Cunicultura, professor Leandro Castilha.

Além de propiciar uma carne de excelente qualidade nutricional, companhia nos lares, em especial a partir das raças pequenas ou anãs, os coelhos também são destinados ao desenvolvimento de medicamentos e vacinas, tanto para outros animais quanto para os humanos, a exemplo do soro contra a picada da aranha-marrom. Também há a coelhoterapia, que consiste na terapia assistida por animais a partir da visitação de coelhos em hospitais, centros de reabilitação ou tratamento para pessoas com necessidades especiais.

O Setor de Cunicultura da UEM funciona desde 1979. A criação começou quando o professor aposentado do DZO, Claudio Scapinello, trouxe animais da raça Nova Zelândia Branco da Universidade do Oregon, nos Estados Unidos. Castilha, que também é presidente da Associação Científica Brasileira de Cunicultura (ACBC), ressalta que, desde então, o setor vem realizando processos de melhoramento genético interno, de modo que hoje os animais do setor representam uma raça pura.

O setor conta com 56 machos, 92 fêmeas e cerca de 280 coelhos desmamados, em fase de crescimento, tendo entre 30 e 90 dias de idade. Atuam no setor três docentes, um servidor técnico, alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPZ), além de estudantes de iniciação científica e tecnológica e estagiários da graduação em Zootecnia.

Internamente, o setor desenvolve pesquisas voltadas para a alimentação e nutrição dos coelhos de corte, sobretudo com reaproveitamento de resíduos agroindustriais e alimentos alternativos, buscando reduzir o custo de produção ao cunicultor. Castilha também enfatiza que o setor realiza diversas parcerias, dentro e fora da universidade. “Temos parcerias importantes com o curso de Medicina, onde o coelho representa um modelo experimental para pesquisas com ventilação pulmonar de humanos recém-nascidos, além de uma parceria com profissionais da área oftalmológica e empresas de vacinas e medicamentos para animais. Num passado recente [até meados de 2015], a UEM fornecia cerca de 50 coelhos ao mês à Secretaria da Saúde do Paraná para o desenvolvimento de soro contra picada de aranha-marrom”, declara o professor. Todas as pesquisas da UEM com animais passam por aprovação prévia do Comitê de Ética no Uso de Animais (Ceua).