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Plateia lotada prestigia palestras e debate sobre reflexos do conflito Rússia-Ucrânia no agro brasileiro

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A Universidade Estadual de Maringá (UEM) está marcando forte presença na 48ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá (Expoingá) desde ontem (5), primeiro dia do evento, que segue até 15 de maio. Com um tema bastante atual e relevante, o "Conflito Rússia x Ucrânia: reflexos no agronegócio brasileiro”, confronto histórico que já dura quase dois meses e meio, a universidade abriu sua participação na Expoingá com plateia lotada.

Durante a noite do dia 5 de maio foram realizadas três palestras e uma mesa debatedora sobre o tema. Inicialmente previsto para ocorrer no Auditório da Sociedade Rural de Maringá (SRM), no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, o evento foi transferido para o Centro de Eventos 2, um espaço mais amplo e capaz de acomodar os convidados e os 200 ouvintes inscritos para a atividade.

Um dos palestrantes, Silas Maciel de Oliveira, professor do Departamento de Agronomia (DAG) da UEM, enfatiza que o conflito entre os países europeus já tem deixado reflexos amargos aos brasileiros. “O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos, fibras e combustíveis renováveis do mundo, mas esta produção está alicerçada em recursos em que parte é importada, por exemplo da Rússia”, contextualiza. Devido a essa dependência internacional e em face de restrições impostas ao comércio exterior, o docente diz que surge a escassez de commodities (como os insumos agrícolas), com consequente elevação de preços e do custo da produção agrícola. “Dentro deste cenário pode haver safra fora das condições normais, o que vai demandar manejos diferentes, práticas alternativas e estratégias para que o produtor minimize tais impactos”.

Se os profissionais de Agrárias precisam se adaptar, isso também vale ao consumidor, que se depara com o pãozinho, o milho, as carnes e outros alimentos mais caros. E Oliveira relata que “se essa instabilidade político-econômica permanecer, talvez haja restrição de algum produto”, ou seja, uma consequência mais drástica seria que itens comecem a sumir das prateleiras dos supermercados. De acordo com dados apresentados no encontro, a Rússia é o sexto maior fornecedor de insumos agrícolas para o Brasil.

 

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Evento foi realizado de maneira interinstitucional, comprovando inserção da UEM na sociedade

 

Os outros dois palestrantes da noite foram Paulo Henrique Martarello, gerente comercial da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, e o professor Julyerme Matheus Tonin, do Departamento de Economia (DCO) da UEM. “Os impactos do conflito são visíveis, principalmente nos setores de fertilizantes e de grãos. Já existia uma série de variáveis que estavam afetando o custo de adubos e a crise entre a Rússia e a Ucrânia agravou esse problema”, expõe Tonin, que entende que “mesmo se esse conflito bélico se encerasse hoje, ainda há um lapso de tempo necessário para amortizar os efeitos”.

Após a fala dos três profissionais houve a mesa debatedora, com moderação de Gilberto Joaquim Fraga, diretor-adjunto do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CSA) da UEM, e Marcio Luiz Bonesi, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Paraná (Aprosoja Paraná). A ideia do evento surgiu após a boa repercussão de uma edição do programa Momento Agro da rádio UEM FM 106,9, sendo que a iniciativa de expandir o debate ao público da Expoingá foi da UEM – por meio da UEM FM, do CSA e do Centro de Ciências Agrárias (CCA) –, da SRM, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Cocamar e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR).

 

Autoridades presentes

Da UEM: Ricardo Dias Silva, vice-reitor; Alessandro Santos da Rocha, chefe de gabinete da Reitoria; Débora de Mello Gonçales Sant’Ana, pró-reitora de Extensão e Cultura; Antonio Marcos Flauzino dos Santos, pró-reitor de Administração; Luiz Fernando Cótica, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação; Adriana Aparecida Pinto, diretora do CCA; Carlos Alberto de Bastos Andrade, diretor-adjunto do CCA; Gisele Mendes de Carvalho, diretora do CSA; Lilian Akemi Kato, diretora do Centro de Ciências Exatas; Ricardo Luis Lopes, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Econômicas; Denilson do Amaral, coordenador geral da Fazenda Experimental de Iguatemi; e Ednéia Regina Rossi Moraes, chefe do Departamento de Fundamentos da Educação.

De outras instituições: Jucival Pereira de Sá, diretor de Pecuária da SRM; Renato Hobold Watanabe, gerente executivo técnico da Cocamar; Beatriz Poletto, gestora de projetos do Sebrae; e Danilo Giampietro Serrano, conselheiro do Crea-PR.

Dias Silva, vice-reitor, falou aos presentes antes do início das palestras e do debate. Destacou que “tem sido compromisso da UEM reaproximá-la da comunidade, estabelecer parcerias, ser um agente transformador e desenvolver ainda mais a região de Maringá, que já é forte e pulsante para o desenvolvimento do Brasil e da América Latina”. Para o gestor, a UEM produz conhecimentos, gera riquezas locais, melhora a distribuição de renda, além de incluir pessoas e transformar para melhor suas realidades. “Somos uma universidade globalizada e comprometida com a internacionalização”, frisa.

 

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Ricardo Dias Silva, vice-reitor da UEM, destaca importância da universidade