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Estas são apenas umas das muitas atrações que Complexo de Saúde da UEM leva à Feira Agropecuária de Maringá

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O Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o maior local de atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS) no noroeste paranaense, iniciou ontem (5) parte de suas muitas atividades de promoção de saúde que serão apresentadas à comunidade na 48ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá (Expoingá). As primeiras foram treinamento em suporte básico de vida (ressuscitação cardiopulmonar) e encenação da UTI Covid.

O espaço especial reservado ao HUM recebe o nome de Expossaúde e fica no palco do Pavilhão Branco do Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro. Carlos Edmundo Rodrigues Fontes, professor do Departamento de Medicina (DMD) e coordenador do mestrado profissional em Gestão, Tecnologia e Inovação em Urgência e Emergência (Profurg) da UEM, descreve que o HUM montou um cenário com bonecos em dois leitos para simular uma unidade de terapia intensiva para tratamento da Covid-19, bem semelhante à real. A UTI Covid do HUM é chefiada pelo médico Davi Tamamaru de Souza, que sucedeu o também médico Edvaldo Vieira de Campos, à frente da ala no primeiro ano pandêmico.

A Expossaúde mostra um paciente entubado e outro com ventilação fornecida por meio do capacete de oxigênio desenvolvido pela UEM (DMD e HUM), ou seja, sem a necessidade de entubação. Fontes diz que o uso do capacete é um método menos invasivo de ventilação para quando o paciente apresenta queda da saturação de oxigênio (capacidade de respirar sozinho). “Este capacete é ligado a um respirador que fica no sistema CPAP [sigla em inglês para ‘pressão positiva contínua nas vias aéreas’], que joga oxigênio no capacete e o paciente respira”. Assim, permite-se a não sedação nem a inserção de tubo na traqueia.

Seja em uma ou outra situação, a pessoa tem seus sinais vitais monitorados, como batimentos cardíacos e saturação de oxigênio. Uma saturação considerada normal pela comunidade científica internacional é aquela acima de 95. Quando ela apresenta uma instabilidade e queda significativa, com grande risco de morte ao paciente, pode-se ser necessário recorrer à entubação, de acordo com Fontes, que é médico com doutorado em Técnicas Operatórias e Cirurgia Experimental.

Quem visita a Expossaúde pode assistir a vídeos sobre a infraestrutura do hospital universitário e treinar em bonecos a realização adequada de um suporte básico de vida preconizado pela Associação Americana do Coração. A intenção é que cada cidadão esteja apto a salvar vidas enquanto aguarda a chegada de um atendimento profissional especializado. Estudantes de todos os anos da graduação médica na UEM farão rodízio neste cenário e no da UTI Covid, durante os 11 dias da Expoingá, ou seja, até 15 de maio.

 

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Princípio da Associação Americana do Coração é que cidadão salve vidas até que atendimento profissional especializado chegue

 

“Estas atividades de extensão são um diferencial muito grande para nós alunos, porque estamos tendo contato na prática com as pessoas que poderemos atender futuramente. É também uma obrigação de nós, estudantes de uma universidade pública, levar à população tudo o que aprendemos”, expõe Matheus Henrique Arruda Beltrame, acadêmico do 4º ano de Medicina na UEM e um dos primeiros acadêmicos a ser facilitador na Expossaúde. O futuro médico entende que a população ganha muito com esse contato direto na feira, pois recebe diversas informações com linguagem fácil e acessível.

Elisabete Mitiko Kobayashi, superintendente do HUM, prestigiou a estreia da Expossaúde. “As pessoas ouviram falar muito sobre falta de leitos de UTI e de equipamentos no Brasil, com pessoas morrendo sem poder ser entubadas, então esta é uma oportunidade de mostrar como foi todo esse trabalho no auge da pandemia no nosso hospital”, declara a médica. Ricardo Dias Silva, vice-reitor da UEM, pontua que o Complexo de Saúde da UEM, em especial o HUM, foi e continua sendo fundamental, há 27 meses, no enfrentamento da pandemia da Covid-19. “Todos os nossos profissionais foram imediatamente acionados no momento em que a sociedade mais precisou de nós”, destaca o gestor da universidade.

 

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Equipe em sintonia: servidores e acadêmicos são força do hospital, a serviço de todos

 

Momentos tensos

A linha de frente de atendimento à pandemia foi sempre destaque na mídia e entre a população, mostrando o trabalho intenso, a ética, o cuidado com o outro, a resiliência, a superação, o luto, os riscos envolvidos e os momentos tensos enfrentados durante a assistência aos pacientes. Mas, pouco se falou sobre quem esteve na retaguarda. Sem estes profissionais, a exaustão de todos teria sido maior e a pandemia poderia ter trazido consequências ainda piores. “Foi bastante difícil para quem estava na gestão, na administração de escalas e recursos financeiros, e no recrutamento de equipes qualificadas. O mercado de trabalho esteve esgotado… Apesar do cansaço, mantivemos a disposição em continuar na luta para salvar vidas”, relembra Viviani Guilherme Dourado, diretora de Enfermagem do HUM.

Embora a pandemia esteja regredindo mundialmente e no Brasil, Dourado acredita que nada será como antes. “O cenário está mais estável, estamos vivendo dias melhores, como não vivíamos há bastante tempo, mas a cicatriz da pandemia vai ficar! Vai levar muito tempo para nos recuperarmos de tudo isso”. Em questão de atendimentos no HUM, ainda há pacientes graves internados com Covid-19, inclusive com alguns indo a óbito. Entretanto, para a enfermeira, a tranquilidade maior no trabalho e a esperança entre todos se deve à vacinação.

 

Reitor da UEM, Julio César Damasceno, fala sobre presença da UEM na Expoingá: