inacio arruda luciana santos site

O Projeto sugeriu a formação de uma rede de divulgação e de formação de novos divulgadores da ciência, durante a plenária

O Museu Dinâmico Interdisciplinar, da Universidade Estadual de Maringá (MUDI/UEM), e o Conexão Ciência – C², projeto de extensão que implantou uma plataforma multimídia de divulgação científica, participaram entre 14 e 16 de março, da Conferência Temática de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, realizada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

A jornalista e coordenadora do Conexão Ciência e assessora de divulgação científica do MUDI, Ana Paula Machado Velho, esteve no evento e levou a experiência do C² como plataforma para a popularização da ciência. “Somos uma experiência de sucesso em divulgação científica, que começou em 2021, com pesquisas da UEM. Em 2023, envolvemos alunos e pesquisadores das sete universidades estaduais”, destaca a jornalista.

Agora em 2024, o Conexão Ciência passa a fazer parte do programa Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI), promovido pela Fundação Araucária com apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI). Chamado de NAPI Paraná Faz Ciência (PrFC), nesta nova fase, será possível ampliar essa cobertura, com a entrada de novos parceiros como a Agência Escola da Universidade Federal do Paraná (UFPR), coordenada pela professora Regiane Ribeiro.

“Nossa participação na conferência enquanto representante do MUDI e C² foi importante para mostrar que o Paraná está na vanguarda em termos de divulgação científica, organizando, investindo numa rede, sistematizada pelo C². Esse movimento envolve alunos bolsistas, profissionais e professores e já ultrapassou mais de 100 mil acessos, no final de 2023”, comemora Ana Paula.

Ainda segundo a coordenadora, “além de matérias multimídia com textos bem apurados e ilustrações autorais, nosso projeto ainda contribui para a formação de novos divulgadores científicos, o que significa um salto fundamental paro estabelecimento de uma cultura científica”.

Planejamento 2030

Foram dois dias de palestras e workshops em que o tema central se pautou na importância da divulgação científica para a valorização da ciência – e dos cientistas – para alcançarmos uma cultura científica que chegue até às pessoas. Com a participação de aproximadamente 1.500 participantes, a Conferência Temática de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social foi uma etapa preparatória para a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será em junho, em Brasília.

Durante o evento, pelo menos 25 inscritos, além do C², fizeram sugestões pontuais sobre o tema divulgação científica, que servirão de base para o estabelecimento de políticas públicas, um planejamento que prevê ações e investimentos até 2030.

“Uma de nossas contribuições foi em relação à facilitação para compra de equipamentos, essencial para a digitalização do mundo, além de enfatizar o fato de que é preciso investir em formação de novos divulgadores”, explicou Ana Paula.

As sugestões propostas pelo C² foram acolhidas pela mesa de divulgação da ciência do evento, formada por Juana Nunes, diretora de Ciência, Tecnologia e Educação Científica, Luana Meneguelli, Coordenadora de Popularização de Ciência e Tecnologia, e Cláudia Maya, Coordenadora de Educação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Ana Paula ainda participou de um segundo evento, na sexta-feira à tarde (15) e no sábado (16), pela manhã. Trata-se da “Conferência Temática de Meninas e Mulheres na Ciência: por uma agenda de equidade e interseccionalidade”. Entre os temas debatidos estavam mais espaços de poder para as mulheres, além de questões de gênero, raça e acessibilidade na Academia e nas ações e editais de pesquisas.

ministra luciana

Os eventos contaram com a participação da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; a deputada federal pelo Rio de Janeiro, Jandira Feghali (PC do B), e o secretário de Ciência e tecnologia para o Desenvolvimento Social, do MCTI, Inácio Arruda.

Olho no futuro

No sábado, à tarde, Ana Paula ainda visitou o Espaço Ciência, no bairro da Tijuca. O Programa tem como objetivo a implantação de centros de ciências e planetários nos municípios do Estado do Rio de Janeiro com vistas a promover a difusão e popularização da ciência e tecnologia para o público em geral, mas é especialmente voltado para os estudantes e professores da rede escolar regional.

O espaço, misto de museu e centro de ciências, foi planejado e instalado através de uma parceria que envolve o Setor de Divulgação Científica da Fundação CECIERJ e os representantes da prefeitura do Rio de Janeiro. Conta com exposições e equipamentos interativos, que são oferecidos aos visitantes. Atualmente, estão em funcionamento Espaços da Ciência nas cidades de Paracambi, São João da Barra e Três Rios.

Segundo Ana Paula, “o NAPI Paraná Faz Ciência será responsável pela implantação de modelos similares no nosso Estado. O projeto foi recém aprovado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação [MCTI], por meio do Programa Nacional de Popularização da Ciência [POP Ciência], que tem como foco desenvolver a cultura científica no país e estimular a utilização da ciência, tecnologia e inovação como ferramentas para inclusão e redução das desigualdades”.

A empreitada no Paraná conta com o Programa Interinstitucional de Ciência Cidadã na Escola (PICCE), parte do NAPI PrFC. A equipe irá atuar mais em parceria com as escolas, na capilarização de ações em Clubes de Ciência. “Haverá ainda contrapartida de apoio da Fundação Araucária e da Seti”, conclui a coordenadora do C².

Texto escrito em colaboração com a bolsista sênior do C², Silvia Calciolari