Notas

Uma carta disponibilizada às comunidades acadêmica e geral foi um dos pontos altos do curso de extensão A construção de uma práxis interdisciplinar em saúde, promovido, no segundo semestre deste ano, pelos programas de Educação Tutorial (PET) de Enfermagem e Saúde, da Universidade Estadual de Maringá, sob a coordenação da professora Lilian Denise Mai, do Departamento de Enfermagem/UEM, professores, alunos e trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde de Maringá e Marialva.  Eles se reuniram durante cinco encontros para discutir o processo de reorientação de mudanças na formação dos cursos da área da saúde, estimulando os alunos e os profissionais a tomarem iniciativas que potencializem o trabalho em equipe multiprofissional. Além do documento, intitulado Carta de Maringá, o evento resultou na construção de material de apoio à coordenação pedagógica dos cursos da área da saúde e aprovou o indicativo da reedição do curso de extensão em 2010. Leia, a seguir, a íntegra da Carta de Maringá: “Nós, alunos do Programa de Educação Tutorial (Pet-Enfermagem), do Programa de Educação para o Trabalho em Saúde (Pet-Saúde), trabalhadores e professores, defensores do Sistema Único de Saúde (SUS), envolvidos com a formação e prestação de serviços de saúde à população, reunidos no I Curso de Extensão - “A construção de uma práxis interdisciplinar em saúde” - publicamente manifestamos que: ü    As discussões realizadas entre os meses de julho a novembro indicaram que um dos problemas mais comuns encontrados é a dissonância entre a formação acadêmica e as reais necessidades de saúde da população e dos serviços de saúde; ü    A atenção básica (AB) é apresentada aos alunos de graduação, majoritariamente, nas séries finais dos diferentes cursos da saúde, sendo seus conteúdos tratados perifericamente, sem o entendimento da essencialidade deste nível assistencial; ü    Os profissionais, em geral, ainda apresentam dificuldades para atuar em equipe multiprofissional, dominam parcialmente os instrumentos necessários para a gestão do cuidado e atuam de forma limitada na promoção da saúde, entre outros, por deficiência na formação, que ainda privilegia a atenção curativa. Frente a isso e ao fato da população ser usuária do SUS e este constituir-se como importante campo de trabalho, consideramos que: ü    É necessária a ampliação do diálogo entre os diversos atores (alunos, docentes, profissionais, comunidade, gestores) envolvidos na formação dos profissionais da saúde,bem como a criação de colegiados de gestão dos diferentes serviços; ü    As alterações curriculares devem visar à permanência e vivencia dos alunos, elevando a sua participação, de acordo com os níveis da assistência, quer na baixa, media e alta complexidade, estimulando o trabalho em equipe multiprofissional; ü    Os recursos e postos de trabalho devem ser melhor distribuídos, institucional e regionalmente, e os serviços de qualidade disponíveis a toda a população, desde a AB até a mais alta complexidade; ü    A AB não pode ser confundida com atenção primitiva, ou seja, atenção de baixa qualidade para pessoas de baixo poder aquisitivo; ü    É urgente e necessária a mobilização de todos, para juntos batalhar pela formação dos profissionais de saúde e pela oferta de serviços capacitados para o enfrentamento dos reais problemas de saúde da população.   Maringá, 28 de novembro de 2009”.    

O professor do Departamento e Fundamentos da Educação (DFE), Luiz Carlos Faria da Silva (na foto, à direita), foi um dos conferencistas do Meeting on Early Childhood Education, realizado nos dias 17 e 18 deste mês, na sede da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, promovido pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), e coordenado por Aloísio Pessoa de Araújo, Professor da EPGE - Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas além de Flavio Cunha, Professor na Universidade da Pennsylvania, EUA.

João Batista Araújo e Oliveira, do Instituto Alfa e Beto, e o professor do DFE/UEM foram responsáveis pela sessão sobre Literacy no Meeting. O título da conferência foi Neurosciences, cognitive psychology and the teaching to reading. O trabalho de Oliveira e de Silva foi desenvolvido no Grupo de Estudos sobre Aprendizagem Infantil, organizado pela ABC. O professor do DFE integrou o grupo por nomeação da presidência da ABC. O grupo foi coordenado por Aloísio Pessoa de Araújo. Além de professor da EPGE Araújo é Pesquisador Titular do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). É, ainda, membro estrangeiro associado da National Academies of Science, dos EUA. Silva compôs um grupo integrado por Edson Amaro, Instituto de Radiologia FMUSP, Erasmo Barbante Casella,Neurologista, Instituto da Criança FMUSP, Jaderson Costa Dacosta, Instituto do Cérebro, PUCRS, Luiz Davidovich, ABC/UFRJ e Simon Schwartzmann, ABC/IETS.

“Trabalhamos numa abordagem integrada, entre a economia, a educação e a neurociência. O grupo tem economistas tentando mapear o retorno de investimentos em projetos de educação e de saúde para o desempenho de crianças de 0 a 5 anos, médicos pesquisando fundamentos neurobiológicos da aprendizagem infantil, e, na minha área, educadores que estudaram o estado da arte sobre métodos eficientes para alfabetizar crianças em todas as línguas cujas escritas são baseadas em alfabetos”, explica Silva.

Ainda segundo o professor, citando a própria ABC, o objetivo do encontro foi “apresentar à comunidade científica e política no Brasil os avanços no conhecimento sobre a importância da educação nos primeiros anos”.  Estiveram presentes o Ministro da Educação e o Ministro da Saúde.

Além dos componentes do grupo de estudo Aprendizagem Infantil como Silva, foram conferencistas no encontro: James Heckman, da Universidade de Chicago, Prêmio Nobel em Ciências Econômicas (com Daniel McFadden) em 2000; Peter Gluckman, professor de Pediatria e Biologia Perinatal na Universidade de Auckland, Nova Zelândia, consultor científico do Primeiro Ministro da Nova Zelândia; Sir Michael Rutter, pediatra e psiquiatra chefe do Departamento de Psiquiatria Infantil e de Adolescentes do Instituto de Psiquiatria de Londres, diretor honorário do Conselho de Pesquisas Médicas - Unidade de Psiquiatria Infantil do Reino Unido; Adele Diamond, professora de Neurociência do Desenvolvimento Cognitivo no Departamento de Psiquiatria da University of British Columbia, Canadá; Craig T. Ramey e Sharon L. Ramey, diretores do Centro Universitário para Saúde e Educação, da Universidade de Georgetown, EUA; e James Fraser Mustard, um dos líderes mundiais em pesquisa na área médica, do Instituto para a Pesquisa Avançada do Canadá.

O Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos da Universidade Estadual de Maringá (PPC/UEM) abre inscrições. Estão sendo oferecidas 16 vagas para o mestrado e 8 para o doutorado.

O PPC tem por objetivo formar recursos humanos qualificados para atuar no ensino superior, instituições de pesquisa e indústrias, promovendo o avanço do conhecimento cientifico e tecnológico na área de alimentos. O Programa possui três linhas de pesquisa: Funcionalidade e segurança de alimentos; Qualidade no processamento de derivados de animais, vegetais e resíduos; e Produção animal e vegetal

As inscrição devem ser feitas de 22 de fevereiro a 3 de março de 2010. A taxa de inscrição é de R$130,00. Poderão se inscrever graduados em Engenharia de Alimentos, Engenharia Química, Engenharia Bioquímica, Tecnologia de Alimentos, Química, Nutrição, Agronomia, Zootecnia, Ciências Biológicas, Farmácia, Medicina Veterinária e Biomedicina. Graduados de outras áreas e outros profissionais poderão ser considerados a critério da Comissão de Seleção.

Para o mestrado, a seleção será feita por meio de uma prova escrita, de caráter eliminatório; análise do Currículo Lattes; e entrevista. Para o doutorado, o candidato deverá se inscrever na vaga do orientador; submeter proposta de pré-projeto à análise da Comissão de Seleção; e terá o Currículo Lattes avaliado.

Informações adicionais no site www.ppc.uem.br.

 

UEM/ASC

APM – 22/12/09