Entrevista com Luiz Otávio de Oliveira Goulart

Por Gabriela Pontes

Luiz Otávio de Oliveira Goulart, Pró-Reitor de Recursos Humanos e Assuntos Comunitários da UEM, tomou posse do cargo no dia 11 de outubro, mantendo-se no mesmo cargo que exerceu na gestão do professor Mauro Baesso.

Goulart é graduado em Direito pela Fundação de Ensino Eurípides Soares da Rocha, em 1996, e mestre em Direito Negocial pela UEL. Na UEM desde 1999, é docente do Departamento de Direito Público, onde também exerceu o cargo de chefia.

Em entrevista ao #Nossa UEM, fala dos projetos para a atual gestão.

 

Qual o principal desafio em termos de política de recursos humanos?

Atravessamos um momento muito delicado no que refere ao quadro de servidores, tanto agentes universitários quanto docentes. As aposentadorias ocorrem todas as semanas, em números cada vez maiores. Por outro lado, os pedidos de anuência das vagas, que autorizam a realização de concurso público, não foram autorizados desde 2014 e as nomeações que deveriam ter ocorrido nestes últimos anos também não se concretizaram

A nova gestão tem a missão de mostrar ao Governo do Estado a necessidade de reposição do quadro funcional, para que possamos continuar as atividades inerentes à uma instituição de ensino superior público de grande porte como é a UEM.

 

["A nova gestão tem a missão de mostrar ao Governo do Estado a necessidade de reposição do quadro funcional, para que possamos continuar as atividades inerentes à uma instituição de ensino superior público de grande porte como é a UEM."]

 

A falta de servidores tem causado sobrecarga de trabalho em diferentes setores. Quais as implicações e soluções para esse problema?

Com o atual quadro deficitário, em muitos setores a sobrecarga de serviço é uma triste realidade. Assim, aumentam os casos de incapacitação decorrente do excesso de trabalho, afastamento por doenças laborais, com destaque para as enfermidades relacionadas aos distúrbios psicológicos e  emocionais.

Dessa forma, é importante que tenhamos um efetivo controle sobre o contexto no qual esses afastamentos estão ocorrendo para tentarmos diminuir a incidência, propiciando ao servidor mecanismos que possam não somente remediar o problema, mas, especialmente, prevenir casos futuros. Várias ações foram implementadas nesta última gestão, por exemplo, a ampliação dos atendimentos no ambulatório médico, os cursos oferecidos pela TDE e outras ações foram iniciadas com o objetivo de oportunizar ao servidor melhores condições de trabalho.

 

Sobre a gestão de pessoas na Universidade, existem planejamentos e possibilidade para o remanejamento interno?

O remanejamento interno sempre surge como uma ferramenta importante a ser utilizada em épocas de crise. Atualmente, vários setores realizam esse procedimento, que tem se mostrado muito importante como mecanismo alternativo para combater a falta de servidores.

 

No contexto de mudança no governo do estado do Paraná, há a expectativa da reposição salarial. Como esse direito será defendido pela atual gestão?

Penso que devemos manter um canal de diálogo aberto com o Governo do Estado, não só no que refere à reposição salarial, mas também na recomposição do nosso quadro de servidores, e mesmo em questões que não passam diretamente pela PRH, mas que interessam a todos, como por exemplo, a discussão relacionada com nosso orçamento, tudo com base na autonomia universitária, confirmada em recente e definitiva decisão do Supremo Tribunal Federal.

["Penso que devemos manter um canal de diálogo aberto com o Governo do Estado, não só no que refere à reposição salarial, mas também na recomposição do nosso quadro de servidores"]