Sem receber nada em troca, apenas pelo prazer de trabalhar em prol do bem comum, “seu” Pedro cuida da ATI com esmero

Com uma boa conversa e muita disposição, Pedro Antônio Edere faz a diferença nas tardes de muitas pessoas que passam pela ATI (Academia da Terceira Idade), localizada aqui na UEM.

Voluntariamente, este mineiro de 79 anos limpa e cuida do local desde que a academia foi implantada. Ele conta que manter o local sempre limpo lhe faz bem para a saúde e para a alma, é como se cumprisse uma missão. “Quando chega o fim da tarde e já terminei minhas atividades é a hora de voltar pra casa”.

Nem sempre foi assim, antes da aposentadoria ele garante que trabalhou muito para manter a casa e conquistar suas coisas. Em um dos trabalhos, na Prefeitura de Goioerê, “seu” Pedro sofreu um acidente que lhe causou uma lesão no pé, que não o impediu de continuar com as atividades. Ele conta que um amigo sapateiro fez um par de sapatos ideal, confortável e que lhe oferece muita estabilidade.

Depois que veio para Maringá, em 1963, “seu” Pedro começou a trabalhar como corretor de imóveis. Vendeu mais de 30 casas e apartamentos perto da universidade e foi dessa forma que fez amigos que mantém até hoje. Sobre a profissão ele diz que foi preciso aprender a vender de maneira eficiente, destacando a boa conversa como princípio importante.

Divorciado e com três filhos, tem uma boa relação com a família, mas destaca que prefere viver no seu “cantinho”, um apartamento “vizinho da UEM” e que divide com outros dois rapazes.

“Fazer isso é um remédio pra mim...”

Já é um hábito, “seu” Pedro se desloca todos os dias até a ATI, que fica ao lado do Bloco J-12, a partir das 15h00. “Fazer isso é um remédio pra mim, muitas vezes saio de casa doente, venho pra cá e já me sinto melhor”. Além de fazer seus exercícios diários, ele varre o local, improvisa concertos para os equipamentos que estão danificados e cuida das árvores próximas da academia.

Tudo isso chama a atenção daqueles que frequentam ou passam pelo local, ver e descobrir neste mineiro uma pessoa amigável, que mesmo com algumas limitações física, pensa no bem comum.

Sem receber nenhuma recompensa em troca do serviço que presta, “seu” Pedro garante que é feliz com a vida que leva. “Gosto de fazer minhas atividades, encontrar meus amigos e chegar em casa, no fim de um longo dia, assistir minha novelinha, é uma vida de rei não é mesmo?!”.

Texto e fotos: Natália Luvizeto