Décio Calegari foi um dos grandes incentivadores do paradesporto

Matéria publicada em 17/02/2020 - na Agência Brasil - Texto: Lincoln Chaves

O paradesporto brasileiro sofreu uma perda grande na semana passada com o falecimento do professor Décio Roberto Calegari. Na última terça-feira (11) ele não resistiu a uma parada cardiorrespiratória em Vitória (ES). As redes sociais de atletas e profissionais ligados ao esporte adaptado, dentro e fora do Brasil, foram tomadas por mensagens de luto e homenagens, o que mostra a importância dele para o movimento.

"Te vi no final de semana e na correria de aquecer e competir logo para não perder o voo para São Paulo, você gritou rindo da minha situação: 'Conversamos em São Paulo então!'. Não conversamos. Fui pega de surpresa, assim como todos que te amavam muito", escreveu a velocista Verônica Hipólito, medalhista paralímpica da classe T37 (atletas com paralisia cerebral).

"Muito obrigado por tudo, e pela oportunidade de fundar o handebol de surdos do Paraná. Deixou grande aprendizado e, com certeza, iremos lembrar de ti a cada gol que fizermos", registrou Anderson Santana Júnior, da seleção brasileira de handebol para surdos.

"Jamais vou esquecer a nossa amizade e as alegrias que passamos juntos. Ninguém tem a alegria que você tinha, a paixão que você tinha pelo esporte paralímpico. Neste campeonato, em março, que é a seletiva para (a Paralimpíada de) Tóquio, vou nadar por você", prometeu a nadadora Beatriz Carneiro, da classe S14 (atletas com deficiência intelectual).

Entidades como o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande) e Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI) também manifestaram pesar pelo falecimento. Dá para reparar, pelas mensagens e por quem as escreveu, que o trabalho de Décio se estendeu por diferentes áreas do paradesporto.

Ele, por exemplo, coordenou a seleção de petra (ou race running), modalidade voltada a pessoas com paralisia cerebral ou distrofia muscular em que os atletas correm com apoio de um triciclo. Apaixonado pelo esporte, motivou iniciativas até fora do país. Como o Monviclu, desenvolvido na Universidade de Viña del Mar, no Chile, que propicia equipamentos semelhantes ao da petra, feitos de madeira, para crianças de 5 a 10 anos com algum tipo de deficiência.

"Estamos em etapa de testes. Quando terminarmos o projeto, subiremos o arquivo em um portal digital, e ele poderá ser baixado de forma gratuita em todas as partes de mundo. Esperamos fazer o lançamento em junho de 2020", escreveu um dos responsáveis pela iniciativa, Felipe Herrera Miranda, em uma rede social, fazendo também, uma homenagem ao mentor. "Quero agradecer profundamente ao professor Décio, que descansa em paz há alguns dias. Em 2018, no congresso da Ande, ele nos compartilhou sua paixão pela petra. Um abraço ao céu", completou.

O professor foi, ainda, um dos criadores do handebol em cadeira de rodas em 2005 e um de seus maiores incentivadores - apenas três anos depois, o Brasil já recebia o Chile para um amistoso internacional. "Antes havia o basquete para cadeirantes, mas era uma modalidade que exigia um técnica apurada e uma boa mobilidade. Tem também o rugby, que é para tetraplégicos, ou seja, com pouca mobilidade. Precisava de uma modalidade que ficasse no meio termo", disse Décio há oito anos, em depoimento ao site dos Jogos Abertos do Paraná.

O handebol esteve em destaque da primeira edição dos Jogos Paradesportivos daquele Estado, evento do qual o professor foi coordenador geral nas duas primeiras edições. "Ele tinha o sonho de (o esporte) se tornar paralímpico", relatou, em uma rede social, Gévelyn Almeida, presidente da Abrahcar (Associação Brasileira de Handebol em Cadeira de Rodas), cargo ocupado por Décio entre 2009 e 2018.

Formado em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com mestrado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Décio foi, ainda, peça importante do projeto Paralímpicos do Futuro, semente para o surgimento da Paralimpíada Escolar. Participou, também, da criação da Paralimpíada Universitária, além de coordenar a comissão científica do Congresso Paradesportivo Internacional e do Seminário Regional Escolar.

Décio Calegari faleceu aos 54 anos, deixando esposa, duas filhas e uma legião de admiradores. Mas com um legado que o paradesporto, dentro e fora do país, terá muito a desfrutar.

Propae

O Propae (Programa Multidisciplinar de Pesquisa e Apoio à Pessoa com Deficiência e Necessidades Educativas Especiais) também prestou homenagem a Décio Calegari ao publicar uma carta aberta na qual destaca a contribuição do professor nas atividades do Programa.

Abaixo a íntegra da carta.

 

O Programa de Pós-Graduação em Matemática completou 20 anos de fundação. Para celebrar as duas décadas de conquistas, o Programa realizou o Encontro de Matemática: 20 anos do PMA-UEM. O evento reuniu professores e pesquisadores que contribuíram com o PMA ao longo da história, seja com a formação de recursos humanos, publicações conjuntas, ministração de disciplinas e com a fundação.O objetivo do evento, que ocorreu entre os dias 3 e 5 de fevereiro, foi divulgar e incentivar a pesquisa em matemática, além de mostrar que o Programa é uma excelente escolha para os futuros professores e pesquisadores da área.

O PMA teve início em 1999 com a criação do curso de Mestrado em Matemática, o primeiro do Estado, que teve a função de suprir uma demanda social muito grande na época.

Atualmente, o Programa conta com 27 professores doutores, dos quais sete possuem bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq. “Nossos professores têm uma interação muito boa com pesquisadores de grandes centros de pesquisa do país e do exterior, o que vem facilitando a colocação de nossos ex-alunos de mestrado em cursos de doutorado”, declara Josiney Alves de Souza, coordenador do PMA.

Em números, ele destaca que entre os 165 alunos que já passaram pelo mestrado, quase 100%  foram aceitos em cursos de doutorado e prosseguiram com seus estudos. “Hoje, a maioria dos ex- alunos atua em centros de ensino superior”, ressalta Souza.

Desde a fundação, a estrutura e o espaço físico do PMA vem melhorando para oferecer um ambiente de estudo mais agradável para alunos e professores. Um exemplo é a criação, em 2010, da  biblioteca setorial.

Em 2010 também foi criado o curso de doutorado, fruto da consolidação do mestrado e da boa produção científica da Universidade. O resultado do excelente trabalho desenvolvido é a formação de 46 doutores titulados pelo programa, muitos deles vindos de outras regiões do país. 

“Devido ao esforço conjunto de nossos docentes, o Programa de Pós-Graduação em Matemática, em ambos os níveis, é recomendado pela  Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)  e avaliado com nota 5”, destaca Souza.

Outras informações sobre o Programa de Pós-Graduação em Matemática no site: http://www.pma.uem.br/

Com um jeitinho amigável, Dona Zilda é daquelas pessoas memoráveis, que a gente gosta à primeira vista

Zilda de Carvalho Rodrigues, 71 anos, nasceu em Quatá, cidade do interior de São Paulo e aos três anos de idade veio morar na área rural de Maringá. Ela estudou até o quarto ano primário (hoje ensino fundamental), pois a família não tinha condições de mantê-la na escola.

Começou a trabalhar ainda muito nova, casou-se aos 16 anos e na época revendia produtos para uma marca de leite fermentado. Em 1978, prestou concurso para trabalhar como zeladora na UEM. Começava então uma história de quase 35 anos na Universidade.

Dona Zilda passou por vários departamentos, sempre fazendo muitos amigos. Em 1994, decidiu candidatar-se como chefe da zeladoria. A popularidade entre as colegas de trabalho foi tanta que ela permaneceu por 14 anos no cargo. Ela lembra com que em uma das eleições recebeu 119 votos dos 126 possíveis.

Carinhosa e amigável, Dona Zillda conquistou o respeito e professores e técnicos durante os anos que dedicou à UEM. Em 2008, recebeu uma homenagem especial no dia do servidor. Na época, o reitor era o professor Décio Sperandio que lhe entregou uma placa de reconhecimento pelos seus 31 anos de UEM. Aquele dia ficaria marcado na memória dela.

Outro momento marcante foi durante uma formatura no Câmpus Regional de Umuarama. “Estava trabalhando no local e de repente, durante o discurso do professor Júlio Santiago Prates Filho, comecei a ouvir meu nome, ele estava agradecendo por tudo o que eu tinha feito pela UEM”, diz ela, ainda com emoção na voz.

O afeto pela universidade fez com que a zeladora adiasse alguns anos a aposentadoria. Só parou porque teve um problema no joelho que não lhe permitiu continuar na função que, afinal exige um tanto de esforço físico.

Doa Zilda diz ter muito orgulhoso de sua carreira como servidora pública, que lhe permitiu algumas conquistas. Foi na UEM que ela conseguiu terminar os estudos, um sonho guardado desde menina. “Saía do serviço e ia direto pra aula, terminei o segundo grau e recebi até diploma”, recorda.

Em 2013, Dona Zilda se aposentou, mas não parou de estudar. Fez curso de guia de turismo e hoje faz uma das coisas que mais ama: viajar!

Como guia, ela explica que realiza viagens nacionais, contudo Dona Zilda tem um grupo de amigas que juntas já viajaram para Itália, Espanha, Alemanha, Inglaterra e outros países. A próxima será um cruzeiro para as ilhas da África com a família.

Com quatro filhos e seis netos, Dona Zilda também reserva tempo para se dedicar ao trabalho voluntário. Além disso, sempre dá um jeitinho de passar na UEM para rever os amigos. “Foi uma honrar trabalhar aqui”, diz sem esconder a emoção.

Texto e fotos: Natalia Luvizeto

Você sabe por que se comemora o Dia do Servidor Público em 28 de outubro?

A data foi instituída no governo do presidente Getúlio Vargas, por meio da criação do Conselho Federal do Serviço Público Civil, instituído pela Lei 284, de 28 de outubro de 1936. Em 28 de outubro de 1939, Vargas lançou o Decreto-Lei nº 1.713, que dispõe sobre os direitos e deveres dos que prestam serviços públicos. Em 1943, também em 28 de outubro, a data foi incluída no calendário oficial do país mediante a edição do Decreto-Lei 5.936.

Diante da necessidade de estabelecer um Estado forte e operativo para manter o poder sob controle, Vargas determinou a criação do ordenamento jurídico que constitui a base do sistema atual. O ponto central desse ordenamento foi a criação, em 1938, do Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp).

Coerente com os princípios do Estado Novo, o Dasp via uma incompatibilidade entre a 'racionalidade' da administração e a 'irracionalidade' da política. Pretendia assim estabelecer uma maior integração entre os diversos setores da administração pública e promover a seleção e o aperfeiçoamento do pessoal administrativo por meio da adoção do sistema de mérito.

Com isso, teve início, na administração pública brasileira, a implantação da meritocracia. O servidor começou, então, a ser valorizado, com a criação de planos de carreira e a realização de concursos públicos, que, embora não fossem, ainda, obrigatórios, passaram a se tornar prática comum no país.

O passo decisivo em relação aos concursos seria dado pela Constituição de 1988 e, mais tarde, pela Lei 8.112/1990. Juntas, elas institucionalizaram o concurso público e permitiram o grande salto de qualidade que hoje faz parte do nosso dia a dia.
Parabéns, servidores, pelo nosso dia!

Fonte: Justiça do Trabalho – TRT 17ª região (ES). Link.

Em homenagem ao Dia das Mães, a ASC (Assessoria de Comunicação Social) fez ensaio fotográfico especial para o NossaUEM na Creche Pertinho da Mamãe. Durante duas semanas as mães e os respectivos filhos posaram para as lentes dos fotógrafos Isabela Valentim, Guilherme Sartori e Natália Luvizeto. Os três são acadêmicos do curso de Comunicação e Multimeios, fazem estágio na Assessoria, e tiveram a supervisão do Heitor Marcon, fotógrafo da ASC.

Além de proporcionar momentos de genuína emoção para todos os envolvidos, o trabalho foi bem recebido pelas mães, que se dispuseram a dar paradinha na correria do dia a dia para posar ao lado dos filhotes.

O projeto acabou ganhando uma dimensão maior, resultando em uma exposição na creche. São 49 fotos. Nem todas as mães puderam participar, mas todas foram convidadas. Confira o ensaio fotográfico.