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Encontro sobre Biopolítica e Filosofia como Modo de Vida ocorre no dia 23 de maio; projeto existe desde 2015

O Café Filosófico, projeto de extensão do Departamento de Filosofia (DFL) e da Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), retomou suas atividades em 2024. A 38ª edição será realizada na quinta-feira (23), às 15h, no auditório do Serviço Social do Comércio (Sesc). O tema do evento é “Biopolítica e Filosofia como Modo de Vida”, que coloca em debate como o poder se exerce sobre a vida dos sujeitos modernos e como o filósofo Michel Foucault apontou práticas de liberdades. 

A palestra será conduzida pelo professor do DFL, Renan Ravini Pereira da Cunha, doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e mestre em Estudos Literários pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

O projeto prevê encontros mensais abertos à comunidade interessada em debater temas filosóficos nas instalações do Sesc de Maringá.

Os organizadores do projeto são as integrantes da Unati, Ingrid Bedrow e Maria Regina Câmara Garanhani; o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PGF), Matheus dos Santos; e os docentes do DFL, Wagner Dalla Costa Félix e Evandro Luís Gomes, também coordenador do Café Filosófico.

História 

Em entrevista à equipe da Assessoria de Comunicação (ASC), o coordenador do Café Filosófico, Evandro Luís Gomes, compartilhou sobre a história do projeto de extensão. Segundo ele, a atividade de extensão iniciou-se em 2015, quando alunos da Unati, instigados por aulas de filosofia, ministradas pela professora Terezinha Oliveira, perceberam que tinham interesse em se reunir fora da sala de aula para discutir assuntos filosóficos.

A ideia do “café” para acompanhar as discussões vem de um hábito parisiense de frequentar cafés para conversar. “Os especialistas falam que o café surge como uma forma de socialização. É uma bebida não alcoólica, saborosa, barata, e que proporciona a você sentar em espaços de degustação de café e conversar sobre muitas coisas. No século 20, existiam cafés parisienses bem famosos onde havia encontros de intelectuais para sentar e debater sobre um tema”, lembra Gomes. 

Os primeiros encontros ocorreram em cafés espalhados pela cidade de Maringá. Já no primeiro ano o curador foi introduzido na dinâmica das reuniões para aprofundar as discussões e os temas escolhidos. Assim, a partir do quinto encontro, por iniciativa dos acadêmicos da Unati, Maria Regina Câmara Garanhani, Ingrid Bredow, Minor Nagabe, João Brito, Lais Penha, dentre outros, o convite para prestar consultoria técnica ao Café Filosófico foi levado ao Departamento de Filosofia, no qual se mantém vinculado até hoje. 

Assim, entraram para o grupo do Café Filosófico, os professores do DFL, Evandro Luís Gomes e Wagner Dalla Costa Félix; o então professor temporário da UEM, Flávio Rodrigues de Oliveira; e os acadêmicos de graduação do curso de Filosofia da UEM, Cristiane Piltz Fritsche, Felipe Alves e Gabriela de Freitas.

Gomes conta que com a presença de um público cada vez mais interessado em temas sob uma ótica filosófica, as reuniões saíram dos cafés e foram para as instalações do Sesc/Maringá. O antigo prédio do Sesc recebeu os alunos de forma voluntária. Em 2016, a 23ª reunião do Café Filosófico contou com um público recorde de 118 pessoas.

No ano de 2019, devido à construção do novo edifício do Sesc, os encontros passaram a ser realizados no câmpus sede da UEM e no Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal. Durante a pandemia do Covid-19, as reuniões do Café Filosófico foram suspensas e em 2021, a atividade foi retomada de forma on-line, sendo realizado um encontro no mês de dezembro. Com o fim da pandemia e o retorno às atividades presenciais, foi possível retomar as reuniões, sendo estas realizadas no câmpus sede no decorrer de 2023. De acordo com Gomes, no ano passado, o projeto de extensão foi formalizado junto à Diretoria de Extensão (DEX) da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PEC).

Formato dos Encontros

Inspirados pelo programa Café Filosófico, da TV Cultura e do Instituto Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), as primeiras reuniões do Café Filosófico sob a curadoria da UEM consistiam em selecionar um trecho de algum episódio transmitido on-line, projetá-lo para os participantes e convidar um curador para coordenar o encontro com o tema ligado ao episódio.

Durante os encontros que se seguiram, sentiu-se a necessidade de se desprender desse formato. Por isso, nas edições atuais, os temas são definidos em reuniões prévias com os responsáveis do projeto de extensão, que sugerem assuntos da atualidade.

As reuniões são realizadas uma vez por mês, no mesmo horário (15h) e dia da semana (quinta-feira). “O estabelecimento de uma rotina auxilia na frequência do público-alvo do projeto, composto majoritariamente por estudantes da Unati”, frisa Gomes.

Metas do evento 

O objetivo principal do Café Filosófico é promover um espaço cultural voltado a difundir e valorizar um estilo de reflexão filosófica acerca dos mais variados temas afetos à condição humana.

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Para a advogada aposentada e ex-auditora fiscal do Ministério do Trabalho, Maria Regina Garanhani, o Café Filosófico é um espaço cultural de reflexão e acolhimento. Aluna da Unati desde 2010, Garanhani acompanhou o desenvolvimento e o crescimento do projeto ao longo dos anos e destaca que os debates propostos durante as reuniões a fizeram refletir sobre muitos aspectos da sociedade e de sua vida. “Participar desses encontros me proporcionaram uma outra visão de mundo e um modo diferente de pensamento muito mais crítico”, comentou.

“É como um bate-papo”, descreve o coordenador do projeto, “Não são trabalhados somente temas estritamente filosóficos, mas que também abrangem a literatura, arte, cultura, saúde, bem-estar, política e o gênero humano.”

Evandro Gomes relata que, desde quando começou a trabalhar com o projeto, tem aprendido muito. “O professor é treinado para trabalhar com crianças e com jovens, ter essa oportunidade foi uma coisa totalmente nova. Eles (público da Unati) tem uma forma particular de transformar o mundo, eles são pais, mães, avós e avôs”, explica o coordenador. 

Futuro

Para o atual ano letivo, a expectativa é de aumento de público nos encontros. Isto porque é esperada a participação dos alunos do curso de Filosofia, já que o turno da graduação passou do vespertino para o noturno.

A lista prévia de temas para as próximas edições são: Estoicismo; Narcisismo e Cultura, em Sigmund Freud; Cidadania e Sociedade Digital; Melancolia em Machado de Assis e Ética ambiental.

“Os encontros são essenciais para a difusão cultural e o enriquecimento da bagagem de vida dos participantes. Eles permitem que os participantes tenham contato com estudos filosóficos e convivam com pessoas de opiniões diferentes”, finaliza Gomes.

 

*Colaborou Amanda Tiemi Kay Carvalho, estagiária da Assessoria de Comunicação Social (ASC), e Marilayde Costa, jornalista da ASC