O Departamento de Medicina da UEM vai oferecer, pela primeira vez, um curso em nível de pós-graduação (lato sensu) que vai tratar de um assunto bastante atual: a obesidade.

Na modalidade a distância, o curso de especialização em Obesidade e Síndrome Metabólica tem como objetivo capacitar os profissionais da área da saúde com conhecimentos e estratégias individuais e coletivas, para que possam atuar em equipes multidisciplinares, planejando, implantando, organizando e avaliando programas com caráter preventivo e reabilitativo da obesidade e/ou da síndrome metabólica.

Os interessados deverão se inscrever até amanhã, dia 30, no Departamento de Medicina da UEM. Outras informações pelo telefone 2101-9119, e-mail sec-dmd@uem.br Este endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo e site www.dmd.uem.br.

A obesidade é uma doença que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Sua gravidade pode ser medida pelas complicações, como entidade mórbida, assim como pela associação com diversas doenças e agravos à saúde, tais como dislipidemia, doenças cardiovasculares, diabetes melito tipo 2, certos tipos de câncer, dificuldades respiratórias, problemas dermatológicos e distúrbios do aparelho locomotor.

Atualmente, a obesidade é um grave problema de saúde pública nos países desenvolvidos e um crescente problema nos países em desenvolvimento.

 

CAUSAS

 

O aumento na prevalência da obesidade tem sido explicado por fatores como sedentarismo e mudanças nos padrões de consumo alimentar. O nível de escolaridade e a renda têm sido identificados como variáveis que podem interferir na forma como a população escolhe seus alimentos, na adoção de comportamentos saudáveis e na interpretação das informações sobre cuidados para a saúde, podendo, portanto, influenciar a magnitude da prevalência do sobrepeso e da obesidade.

No Brasil, tem diminuído a associação positiva entre a obesidade e o nível socioeconômico. A síndrome metabólica está relacionada a um conjunto de anormalidades metabólicas e hemodinâmicas, frequentemente presentes no indivíduo obeso. Hoje é amplamente conhecido o papel da resistência à insulina como elo entre a obesidade de distribuição central, intolerância à glicose, hipertensão arterial, dislipidemia, distrubios da coagulação, hiperuricemia e microalbuminúria, integrantes dessa sindrome.

A prevalência da síndrome metabólica é estimada entre 20 a 25% da população geral, com comportamento crescente nas últimas décadas. Entre pessoas mais velhas, a prevalência é ainda mais alta, chegando a 42% naqueles com idade superior a 60 anos.

Considerando a prevalência desses distúrbios e a grande morbidade e mortalidade associada, há um grande apelo médico e socioeconômico para identificar e conduzir adequadamente esses casos.

 

DIAGNÓSTICO

 

A obesidade e o sobrepeso não são difíceis de serem reconhecidos, mas o diagnóstico correto requer que níveis de risco sejam identificados e isto, frequentemente, necessita de algumas formas de classificação. Para isto, vários são os métodos de diagnóstico disponíveis, entre eles a anamnese clínica e alimentar, medidas antropométricas, exames bioquímicos e exames de imagem.

Em relação à síndrome metabólica, epidemiológicos demonstraram que não é somente o ganho ponderal o fator de risco para o desenvolvimento dessa síndrome, mas sim a distribuição da adiposidade.

O tratamento dessas duas entidades, por sua vez, requer várias abordagens, envolvendo o aspecto clínico e farmacológico, além de mudanças nos hábitos alimentares, de atividades físicas e comportamental.

Os profissionais da área de saúde recebem informações durante sua graduação que lhes capacita para o diagnóstico e tratamento desses distúrbios. Porém, a necessidade de trabalho em equipes multidisciplinares e a grande quantidade de novas informações científicas sobre métodos de diagnóstico e tratamento que surgem a cada dia torna necessária a atualização permanente desses profissionais.

Além disso, os parâmetros determinantes da saúde são essenciais na qualidade de vida de populações específicas, podendo nortear trabalhos para a melhoria da saúde da população em geral, tratando o problema de uma forma regional e podendo justificar a necessidade de políticas públicas que atuem no combate aos hábitos que contribuem para a instalação e persistência da obesidade e/ou da síndrome metabólica.

Entender essa ciência e conhecer os mais novos estudos relacionados à obesidade e/ou à síndrome metabólica na população, irá proporcionar aos profissionais a possibilidade de atualizar-se nesse área de conhecimento e se capacitar para o trabalho em equipe multiprofissional.