O Observatório das Metrópoles, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), realiza, nesta quinta-feira (27), às 15 horas, na sala dos Conselhos Superiores, prédio da Reitoria, uma sessão de apresentação pública da pesquisa “O perfil de ocupação residencial no Conjunto Santa Felicidade”.
Neste evento, os coordenadores de pesquisa do Observatório das Metrópoles irão divulgar os dados preliminares de uma pesquisa domiciliar realizada, no Conjunto Santa Felicidade, com o objetivo de definir o perfil da ocupação residencial atual e, desta forma, monitorar e avaliar o impacto que será provocado no bairro com a execução de um projeto lançado pela Prefeitura de Maringá.
Com recursos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), do Ministério das Cidades, o “Projeto de Requalificação Urbana e Social – Zeis - Santa Felicidade”, da Prefeitura Municipal, prevê investimento de R$ 25 milhões no bairro, incluindo a contrapartida do município e do Estado. O projeto prevê a retirada de 82 casas do local e a transferência de 129 famílias para outros lugares.
A pesquisa buscou fazer um diagnóstico demográfico do Santa Felicidade. Os dados levantados comprovam conclusões já afirmadas em outros trabalhos sobre a desigualdade socioespacial presente no processo de ocupação urbana em Maringá. Ou seja, em Maringá a pobreza é freqüentemente afastada para as periferias ou para os municípios vizinhos.
A pesquisa mostra, por exemplo, que, dentre os entrevistados, 56% daqueles que são proprietários das suas residências foram procurados pela prefeitura e receberam proposta de remoção para outras áreas. Desse modo, o estudo questiona a quem, realmente, a intervenção prevista beneficiará, já que mais da metade dos moradores do bairro estão sendo intimados a se retirar. Além disso, a análise do projeto da prefeitura suscita dúvidas a respeito dos critérios utilizados em Maringá para a criação das Zeis - Zonas Especiais de Interesse Social.
Foto do Factorama