Professores, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) participaram da primeira reunião do grupo de trabalho para o enfrentamento ao crack e outras drogas, nesta terça-feira (21), na Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em Curitiba. De acordo com o secretário Nildo José Lübke, a ideia é estabelecer um trabalho conjunto nas instituições, pois há a necessidade de um programa específico que auxilie os usuários, familiares e amigos. “O governador Orlando Pessuti pediu empenho nesse projeto, oferecendo condições para seu desenvolvimento e eu farei o melhor possível para que tenhamos êxito”, informou.

Durante o encontro, o enfermeiro da Universidade Estadual de Londrina (UEL), David Roberto do Carmo, fez uma apresentação sobre os riscos e motivos que levam uma pessoa a tornar-se dependente, entre os quais, fatores psicossociais e financeiros. Além disso, pessoas sem informação adequada sobre os efeitos causados pelas drogas, pessoas com saúde deficiente e com personalidade vulnerável apresentam, segundo ele, maior risco para o vício.

Um outro ponto discutido diz respeito à natureza da questão. De acordo com os profissionais, o envolvimento com drogas é, inicialmente, familiar e educacional e, na sequência, passa a ser de saúde pública. Para a advogada Lisis Pissaia, que integra a Assessoria Jurídica da Seti, é preciso trabalhar com a prevenção, “e para isso, investimentos nesses três aspectos são fundamentais”, afirmou.

Ainda segundo a advogada, a conscientização familiar precisa ser fortalecida, já que muitas vezes, pais e responsáveis transferem o problema para a escola. “Por isso, a necessidade de que cursos de Direito, Pedagogia e Licenciaturas abram espaço para disciplinas que tratem o tema e desenvolvam discussões que preparem professores para lidar com a questão”, explicou.

Para finalizar, o secretário Lübke destacou a necessidade de que os reitores envolvam os cursos de Medicina, Enfermagem, Psicologia e os Hospitais Universitários. “Esse grupo é responsável por colocar em prática essas  ideias e proporcionar a reconstrução da vida desses usuários num esforço coletivo”, disse.

Os representantes das Universidades e Faculdades Estaduais do Paraná relataram, na reunião, ter conhecimento de que o uso de drogas entre os universitários é algo crescente. Algumas já desenvolvem projetos que enfocam a importância dos “fatores de proteção”, que são habilidades sociais, habilidades para solucionar problemas, vínculos positivos com pessoas ou instituições, entre outros.

O próximo encontro acontece na Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava, onde o grupo dará sequência à construção de diretrizes na área de ensino, pesquisa e extensão com o intuito de colocar em prática as ações previstas.