A Editora da Universidade Estadual de Maringá acaba de publicar mais três obras: Presença Jesuística na Vila de Paranaguá, de Vanessa Campos Mariano Ruckstadter; Desafios na Atenção à Saúde Mental, organizada por Maria Lúcia Boarini; e Deslocamento da Escritora Brasileira, organizada por Lúcia Osana Zolin e Carlos Magno Gomes. A tiragem é de 500 exemplares cada. Os livros estão à venda no site www.eduem.uem.br.
No primeiro livro, o ponto de partida da discussão sobre a atuação da Companhia de Jesus no Brasil, mais especificamente em Paranaguá, está intimamente relacionado a uma preocupação de entender a prática pedagógica a partir da análise da História da Educação. A obra é resultado de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da UEM, entre 2005 e 2007. Analisou a presença dos jesuítas na Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá entre 1708 a 1759 e também sua atuação pedagógica. Segundo a autora, a atuação pedagógica dos padres da Companhia de Jesus no Brasil Colonial foi preponderante e decisiva. “Em mais de dois séculos, os jesuítas escreveram peças de teatro, sermões, fundaram casas de primeiras letras e também colégios. Mesmo constatada tal preponderância na prática educacional, o tema ainda é pouco estudado”.
O livro Desafios na Atenção à Saúde Mental está em sua segunda edição, que foi revista e ampliada. Sua sinopse aponta que as reflexões produzidas a partir de diferentes situações e expressadas em diferentes estilos de linguagem revelam-nos, como ponto comum, a impossibilidade de analisar o homem e seus desequilíbrios (de qualquer ordem) de forma linear, sob a ótica da natureza. Embora faça parte da natureza, dela o homem diferencia-se por criar suas próprias leis e traçar seu destino. A leitura destes textos talvez traga algum desconforto. Mas parece que é ai que reside um dos grandes desafios que a sociedade nos coloca: enfrentarmos o desconforto ou mantermos o cinismo.
Já o terceiro livro apresenta uma coletânea de ensaios que privilegia o espaço e a escrita de autoria feminina brasileira, cujo eixo temático explora o deslocamento estético e social da escritora que, por meio de um duplo movimento, questiona o cânone ao propor uma literatura engajada com as conquistas sociais da mulher. Entre os deslocamentos, destaca a invisibilidade que algumas escritoras têm sofrido no decorrer da história da literatura brasileira como sua ausência na Semana de Arte de 1922, a invisibilidade da paranaense no cenário nacional e o esquecimento de Alina Paim, uma socialista com mais de dez obras escritas, entre 1944 e 1979. Dos deslocamentos espaciais, os organizadores lembram os estudos sobre as fronteiras da casa na ficção de autoria feminina, que tanto pode ser vista como local de novas identidades, como lugar de opressão de onde as protagonistas querem fugir em busca de outros espaços, suas heteropias. São analisadas obras de Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Rachel de Queiroz, Helena Parente Cunha, Cora Coralina, Conceição Evaristo, Henriqueta Lisboa, Cecília Meireles, Lívia Garcia-Roza, entre outras.