Representantes das sete universidades estaduais paranaenses – UEL, UEM, UEPG, Unicentro, Unioeste, UENP e Unespar – estão reunidos na UEL nesta quarta-feira (8), discutindo dificuldades comuns às instituições em busca de soluções diante da falta de recursos financeiros, devido a redução da verba de custeio, e dificuldade de reposição de pessoal das instituições.
Segundo eles, existe uma demora do Governo do Estado em autorizar
contratações de docentes e funcionários e em liberar recursos com
previsão orçamentária aprovada para este ano.
Os participantes da reunião, cerca de 30 pessoas, na maioria diretores
de Centros de Estudos ou de faculdades, com assento no Conselho de
Administração das instituições, representam todas as IES do Paraná, já
que hoje não existem mais faculdades isoladas – a ainda recente criação
da Unespar agrupou as últimas numa Universidade.
A professora Silvia Galvão de Souza Cervantes, diretora do Centro de
Tecnologia e Urbanismo da UEL, explicou que a iniciativa da convocação
da reunião surgiu num encontro realizado na semana passada entre
representantes da UEL e da UEM, no qual se discutiram problemas comuns
às duas instituições.
“Percebemos que os obstáculos que o Governo
do Estado vem criando para que as universidades cumpram suas obrigações
para com os alunos e a comunidade atingem todas as instituições. Por
isso decidimos chamá-las para conversar hoje e tentar estabelecer
estratégias comuns em busca da solução”.
O fato é que grande número de professores e técnico-administrativos vem
se aposentando, ou deixando o serviço por outro motivo qualquer – e
desde o ano passado não é aprovada nenhuma contratação.
“Veja
bem: não se trata de pedir pessoal novo, não é para aumentar, e sim para
manter o quadro para prestar o mesmo serviço que sempre prestamos, para
dar as aulas a que os alunos que já estão aqui têm direito”, diz a
professora Silvia.
De acordo com Eder Rossatto, representante dos técnico-administrativos
no Conselho de Administração da UEM, até o ano passado, a contratação
para substituir os aposentados era realizada pelas próprias
instituições, sem a intervenção do Governo do Estado.
“Mas um ato
do governador passou a exigir que as contratações só sejam feitas após a
anuência do Governo. No entanto, nenhum processo enviado pelas
universidades recebeu anuência dele”.
Para Rossatto, o sentido da atitude do Governo é o de “precarizar” o
ensino superior. Segundo ele, existem departamentos inteiros na UEM – em
especial na área das Engenharias – que só têm professores temporários e
nenhum efetivo. O mesmo acontece com docentes e técnico-administrativos
do Campus de Ivaiporã.
Quanto à liberação do orçamento, a situação é semelhante: não têm sido
pagas às instituições as parcelas de custeio de suas atividades que
constam do orçamento estadual em vigor, e elas vêm vivendo do que
arrecadam na rubrica de recursos próprios.
Da assessoria de comunicação da UEL