O governador Beto Richa lançou, nesta segunda-feira, dia 7, o Programa de Apoio à Inovação em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Tecnova Paraná), que destinará R$ 22,5 milhões para incentivar empresários a investirem em novos produtos e ideias. Os recursos são da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (R$ 15 milhões), e da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (R$ 7,5 milhões). Richa destacou que a iniciativa é mais uma demonstração do compromisso do governo estadual com a inovação. “Queremos que as micro e pequenas empresas paranaenses tenham condições de competitividade, com melhor qualidade de produtos, através da inovação”.
O reitor Júlio Santiago Prates Filho, que esteve na cerimônia de lançamento do Tecnova, diz que as universidades estaduais paranaenses estão estrategicamente distribuídas em todo o Estado e, por meio de ações como esta, alavancadas pelo Tecnova, elas irão contribuir para a inovação e o desenvolvimento das regiões nas quais estão inseridas. O edital Tecnova já havia sido apresentado em Maringá, em 25 de julho, na I Feira de Inovação Tecnológica (I Feitech), promovido pela UEM.
Para o assessor para
Inovação Tecnológica da UEM, Marcelo Farid Pereira, o Tecnova possibilita o
estreitamento de laços entre o setor produtivo e os pesquisadores das
universidades para fortalecer as empresas com base tecnológica. Informou ainda
que as empresas da Incubadora Tecnológica de Maringá também receberão apoio na
elaboração de projetos para participar do edital. A diretora de Pesquisa e
coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica da UEM, Valéria Neves
Cavalcanti, comentou que o edital promoverá o desenvolvimento tecnológico das
micro e pequenas empresas e que, por meio da plataforma do Parque Tecnológico
Virtual (PTV), será oferecido o suporte necessário para as empresas. Informou
que o polo de Maringá tem uma parceria da Universidade com a Acim e suas ações
irão promover a interação entre a academia e o setor produtivo, o apoio à
inovação e à prospecção de necessidades e a busca de soluções.
Durante a solenidade, o governador assinou o primeiro edital para seleção de 75
projetos de subvenção econômica, que será feito através da Agência Fomento Paraná.
O público-alvo são as micro e pequenas empresas com faturamento anual inferior
a R$ 3,6 milhões e com, no mínimo, seis meses de existência. O interessado deve
enviar o projeto, conforme será descrito em edital. A universidade
estadual da região em que está instalada a empresa vai analisá-lo, para então
entrar com o pedido de recursos financeiro e colocar a ideia em prática. O valor
destinado às empresas pode variar de R$ 180 mil a R$ 600 mil, mediante a
contrapartida financeira de 5% do valor subsidiado. O prazo para a execução do projeto
será de até 24 meses. Os segmentos com prioridade são energia, tecnologia da
informação e comunicação (TICs), biotecnologia, metalmecânica, cadeias
produtivas da agroindústria e complexo industrial da saúde.
Segundo Marcelo Camargo, a
Finep adota modelo de subvenção econômica descentralizada, não reembolsável e
direcionada a segmentos estratégicos. No Paraná, a Seti é responsável por
estruturar o programa, estabelecendo mecanismos de cooperação para promover o
repasse de recursos. “A criação desse projeto é a forma que encontramos para
descentralizar a subvenção. Entendemos que os estados têm mais conhecimento do
setor empresarial e cada área que precisa ser fomentada. O Paraná é um dos
destaques do Brasil com relação à inovação, pois tem grandes universidades e
uma excelente rede de empresas. O Paraná é ainda o Estado da Federação que mais
nos solicitou recursos para inovação”, disse Camargo.
O secretário João Carlos Gomes (Seti) ressaltou que “precisamos implantar no
Paraná novos produtos de qualidade e competitividade dessas pequenas empresas.
O Estado tem uma preocupação especial com esse setor. Trata-se de parte de
ações conjuntas que são desenvolvidas entre o sistema de ensino superior e o
setor produtivo para avançarmos no processo de inovação no Paraná”.
A Fundação Araucária é responsável pela execução e coordenação dos trabalhos na
Agência Operacional Descentralizada do Tecnova-PR. “A instituição foi
encarregada de coordenar a estruturação e a operacionalização da agência,
assumindo a organização e lançamento da chamada pública, processo de seleção e
contratação das empresas, a alocação dos recursos, o acompanhamento
físico-financeiro e a prestação de contas dos projetos”, destacou Osmar
Muzilli, coordenador da agência Tecnova, junto à Fundação Araucária.
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e o Instituto de Tecnologia do
Paraná (Tecpar) vão apoiar a promoção e divulgação do Programa, na motivação e
prospecção junto ao setor produtivo, no suporte técnico e econômico para o
desenvolvimento das inovações e na integração com o Parque Tecnológico Virtual
(PTV-Paraná), como plataforma de apoio para os projetos a serem contratados. A
Rede Paranaense de Incubadoras e Parques Tecnológicos (Reparte) e a Associação
das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro) participam como
intervenientes técnicos.
De acordo com o superintendente coorporativo da Fiep, Ovaldir Nardin, o Paraná
tem aproximadamente 50 mil indústrias, das quais 90% micro e pequenas. “É um
setor carente de inovação que agora recebe uma ajuda importante para estimular
o setor. Temos uma maioria absoluta de pequenas empresas que precisam melhorar
seus produtos e, assim, a competitividade no mercado”, disse ele. Richa lançou, também, a
primeira edição da revista Paraná Faz Ciência, da Seti. “Fazemos questão que
nosso Estado esteja na vanguarda nacional em inovação. Essa é
uma prioridade do nosso governo”, afirmou o governador, lembrando que, no ano
passado, foi criada a Lei de Inovação, que prevê a cooperação técnica e
financeira entre o poder público e a iniciativa privada.
Fonte: Agência de Notícias do Paraná