Decisão do governo já começa a refletir na vida da Universidade. UEM e UEL se unem e programam ações em conjunto para tentar reverter a situação
O reitor da Universidade Estadual de Maringá, Mauro Baesso, anunciou, nesta sexta-feira (2), as medidas que estão sendo tomadas contra o bloqueio de mais de R$ 18 milhões da universidade, feito esta semana por ordem da Secretaria Estadual de Fazenda. A decisão do governo começa a ter reflexos na rotina da Universidade, comprometendo alguns serviços.
Em alguns câmpus regionais, por exemplo, já há suspensão na entrega da alimentação para os estudantes, um serviço que é subsidiado pela administração da UEM. No câmpus do Arenito, em Cidade Gaúcha, a interrupção do benefício deve se dar nos próximos dez dias. No câmpus de Goioerê também não há carro disponível, pois, falta dinheiro para pagamento das oficinas de manutenção dos veículos.
No câmpus de Maringá, o Restaurante Universitário, que serve 1,8 mil refeições por dia, tem estoque suficiente só para pouco mais de duas semanas de funcionamento.
Outro setor bastante afetado é o Laboratório de Análises Clínicas que recebe pacientes encaminhados pelas unidades de saúde de mais de cem municípios vinculados à região Noroeste do Paraná e realiza mais de 9 mil exames por mês. Segundo Baesso, o Laboratório tem kits de reagentes suficientes para mais 45 dias, depois disso terá de suspender os exames. Lembrando que um processo de licitação para compra desse material leva entre 15 e 20 dias.
Ação Conjunta
Para tentar resolver o impasse, as Universidades de Maringá e de Londrina estão trabalhando com uma agenda conjunta. Nesse sentido, tanto Baesso quanto a reitora da UEL, Berenice Jordão, querem uma audiência com o governador Beto Richa. As duas universidades encaminharam ofício à Casa Civil com o pedido.
O reitor da UEM adiantou que pretende convidar os membros do Conselho de Administração, os deputados ligados aos municípios onde a Universidade mantém câmpus regionais, além dos membros de comissão em defesa da UEM para participarem dessa audiência com o governador.
UEM e a UEL ainda estão encaminhando ofício ao presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano. A proposta é que os dois reitores tenham espaço durante uma sessão plenária da Alep para explicar o porquê as universidades públicas do Paraná não devem aderir ao sistema Meta-4.
Sobre esse assunto, o reitor da UEM conversa com jornalistas locais em uma coletiva de imprensa agendada para a próxima segunda-feira, dia 5, às 9h30, na sala dos Conselhos Superiores, no térreo do bloco da Reitoria.
Comissão em defesa da Universidade
A ideia da comissão nasceu em abril deste ano, durante uma reunião realizada na UEM, com a presença do prefeito de Maringá, Ulisses Maia e de vereadores da cidade. Também participaram representantes de classes, empresários, autoridades religiosas e acadêmicas e representantes dos estudantes.
A proposta do encontro foi justamente chamar a sociedade para sair em defesa da UEM e das universidades públicas paranaenses.