A publicação é uma organização de Verônica Müller, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UEM e coordenadora do PCA. Nas pesquisas e produção científica, ela busca a regulamentação do Educador Social no Brasil
A professora Verônica Regina Müller, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UEM, é a organizadora do livro Crianças em Fronteiras: histórias, culturas e direitos.
O título reúne artigos científicos de pesquisadores da área da educação sobre crianças em zonas de divisão entre nações. Algumas das fronteiras citadas nos textos são entre países como Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile, Espanha, França, Senegal e Gâmbia.
Segundo Müller, as crianças destes territórios fronteiriços estão em movimento, se deslocando entre, pelo menos, dois lugares. “Eles acabam não sendo de lugar nenhum, ficando de fora das políticas públicas, que são feitas para a média da população e para situações estáticas”, afirma a professora da UEM.
Apresentado no Encontro Internacional de Educação Social no México, em junho deste ano, a obra terá o lançamento no Encontrão de Educação Social na UEM, programado para os dias 11, 12 e 13 de outubro, no Bloco I-12, câmpus da UEM.
O título é o terceiro de uma série de quatro livros sobre crianças, com o mesmo subtítulo. A idealização da coletânea é da equipe do Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente (PCA) de Maringá, sob a coordenação de Müller.
A primeira publicação é Crianças dos Países de Língua Portuguesa: histórias, culturas e direitos, lançada há quatro anos pela Editora da UEM (Eduem). O segundo livro é Crianças na América Latina: histórias, culturas e direitos, publicado pela CRV, a mesma editora do lançamento.
Educação Social
Dentro do PCA são realizadas capacitações, assessorias, intervenções sociais e produção científica na área da Educação Social. No Brasil, apesar de a educação popular estar em prática desde a década de 1980, a profissão na área não é regulamentada.
A professora Verônica Müller realiza um trabalho de defesa pela regulamentação do Educador Social, que atualmente está prevista na Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho, mas não possui especificações. Essa é uma luta na qual estão envolvidos muitos atores, incluindo os integrantes do PCA.
O reconhecimento profissional regulamentado, segundo Müller, englobaria exigências como um curso universitário, um código de ética, estabelecimento de salário mínimo, entre outras. “Buscamos que o profissional da educação social atue com formação universitária e com isso obtenha as consequências do que é um profissional no Brasil, com uma carreira prevista”, conclui ela.
Existem dois projetos de lei que tratam desta regulamentação, um deles é o Projeto de Lei do Senado n°328, de 2015, o qual foi inspirado pelos estudos e produção teórica do PCA e se encontra em espera para votação e análise da Comissão de Assuntos Sociais.
*Jornalista residente pelo Programa de Residência Técnica, com supervisão da Assessoria de Comunicação