A direção do hospital disse que o tempo foi curto para resolver todos os problemas no Pronto Socorro; veja fotos da coletiva
Embora tenha adotado diversas ações visando solucionar os problemas apontados pelo Conselho Regional de Medicina, a superintendente do Hospital Universitário Regional de Maringá, Elisabete Kobayashi, pediu ao CRM prazo de mais 30 dias para se adequar aos problemas que levaram o Conselho a solicitar a interdição ética do Pronto Socorro do HUM.
Na coletiva dada à imprensa, nesta quarta-feira (17) à tarde, Kobayashi, acompanhada dos diretores do hospital, disse que uma das providências tomadas, desde que assumiu o cargo, há 30 dias, foi o fechamento da escala na clínica cirúrgica com dois médicos plantonistas, um deles presencial.
Além disso, com a designação de uma equipe no PS, durante 24 horas, composta inclusive por alguns diretores, a direção do HU conseguiu fechar a escala de atendimento com ao menos um plantonista.
Levando em conta que assumiu a superintendência com a interdição solicitada, Kobayashi afirma ter pedido a prorrogação do prazo, que vencerá no próximo sábado (20), como forma de fortalecer o plantão de retaguarda no Pronto Socorro em algumas especialidades.
De acordo com ela, também foi agilizado o processo de internação na clínica cirúrgica, de tal maneira que nenhum paciente cirúrgico permanece mais que 24 horas no Pronto Socorro.
Faltou, porém, conseguir agilizar o processo de internação de pacientes na clínica médica por se tratar de pacientes de situação mais complicada, que, muitas vezes, dão entrada no hospital com processo infeccioso, necessitando, por isso, serem isolados na enfermaria.
Ainda conforme a superintendente, as enfermarias foram reformadas, com a revisão das instalações e a redução da capacidade de internação. Um dos problemas continua sendo a falta de enfermeiros, que, mesmo diante da tentativa de contratação, não foram sanados. Segundo ela, a peculiaridade do trabalho no HU para esta área e os salários oferecidos não têm atraído os profissionais enfermeiros. Kobayashi garante que está tentando tornar a contratação mais atraente, não apenas pela melhoria dos processos internos mas por meio da oferta de um salário maior.
Em resumo, dentro do que foi solicitado pelo CRM, a superintendente explica que as escalas foram fechadas, alguns processos agilizados, mas resta eliminar os pacientes dos corredores do Pronto Socorro.
Mas, a solução disso depende de um conjunto de fatores a curto, médio e longo prazos, disse ela. O que significa, por exemplo, ampliar o número de leitos e tornar mais eficiente a gestão envolvendo o internamento de pacientes.
O secretário municipal de Saúde, Jair Biatto, disse que o fato de o HU ainda ser um hospital de procura espontânea pela maioria da população dificulta a resolução da superlotação do PS. Mesmo assim, ele afirmou que a Prefeitura de Maringá está tentando reverter a situação, mas depende também de algumas definições pelo governo do Estado. Ou seja, conforme o secretário o desafio é reinserir o HU dentro do sistema de urgência e emergência na procura referenciada.
O conselheiro do CRM de Maringá, Márcio de Carvalho, reconheceu que o pedido de interdição ética foi feito num momento de transição política no hospital e no governo do Estado. Na avaliação dele, a solicitação de prorrogação do prazo "é pertinente".
Carvalho lembrou que a superintendente foi à Curitiba, visitar o CRM, numa clara demonstração de empenho para resolver a situação e que, além disso, têm executado algumas boas ações no hospital.
A resposta, no entanto, deverá ser dada na próxima segunda-feira durante reunião ordinária do Conselho Regional de Medicina do Paraná, em Curitiba.
Se os conselheiros acatarem o pedido do HU, o prazo inicial de 120 dias será estendido até o dia 20 de maio. "É bem provável que isso [prorrogação] seja aprovado", declarou.