Programação de divulgação científica mobilizou mais de mil pessoas, em Maringá
“Muito legal levar um assunto científico para um bar e dar abertura para trocar experiências pessoais sobre a ciência em um ambiente descontraído, sem obrigações e cobranças”. Foi assim que a mestranda do Programa de Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia (PBF), da Universidade Estadual de Maringá, Andressa Sulamita Siqueira (na foto abaixo, segunda à direita), definiu sua impressão sobre o “Pint of Science Festival”, um evento mundial que populariza a ciência ao levar palestras com linguagem simples para bares. A programação começou segunda-feira (20) e encerrou nesta quarta (22).
Essa foi a primeira edição do “Pint of Sciece” em Maringá. A organização foi do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (PEA), da UEM. Uma das organizadoras, a bióloga e professora do PEA Claudia Bonecker (abaixo, com estudantes da organização), explicou que foi preciso participar de uma seleção internacional para realizar o evento, que funciona como uma franquia. “Provamos que tínhamos bares interessados e com estrutura física para realizar os debates, além de apresentar as credenciais dos professores do nosso Programa de pós-graduação”, explicou a bióloga, que estima que cerca de 300 pessoas tenham participado, por dia, das palestras, organizadas em quatro bares da cidade: Hórus Cervejaria; Cervejaria Eden Beer; Donna Ninpha Skate Bar; e Boteco do Neco.
Na terça-feira (21), no Boteco do Neco, a pró-reitora de Extensão e Cultura da UEM, Débora Sant' Anna, fez palestra sobre neurociência ao lado da professora do Larissa Bianchi, bióloga e expert em problemas do sono. A pró-reitora disse que “levar ciência para a comunidade deve ser uma das principais metas de qualquer universidade. Precisamos oferecer informação para que as pessoas possam viver melhor”, reforçou.
Estudantes – O coordenador do PEA, Roger Paulo Mormul, frisou que o “Pint of Science” foi uma proposta da UEM abraçada pelos alunos do Programa que surpreendeu os organizadores. “Os pós-graduandos é que arregaçaram as mangas e nos proporcionaram esse contato com a população de Maringá, que, por sua vez, nos recebeu de braços abertos”, disse Mormul. Ele foi um dos palestrantes da última noite do evento, no Donna Ninpha. Falou sobre a necessidade de se pensar e lutar pela biodiversidade, cuidando da introdução de espécies exóticas nas diferentes regiões do mundo.
Esse tema cruzou com a apresentação de outro professor do PEA, no mesmo bar, que falou do que a biodiversidade representa para nós, humanos, não só sob o aspecto biológico e ecológico, mas sob o aspecto econômico. Sidney Magela Thomás lembrou que “hoje, dia 22 de maio, é o Dia Mundial da Biodiversidade, e é preciso que cada um de nós, por meio da nossa ação como cidadão, cobre das autoridades políticas públicas que garantam nossas florestas e os outros diferentes ecossistemas que proporcionam a vida de milhões de espécies”, concluiu o biólogo.
A colocação do professor Ney, como é conhecido no PEA, foi reforçada pela manifestação da mestranda Andressa, que estava assistindo ao Pint e que disse a frase de abertura desta reportagem. Ela destacou que esses “conhecimentos precisam chegar à escola. Quanto mais gente puder ter acesso a ele, mais chances de chegar àqueles que estão longe da universidade, onde o conhecimento é produzido. O Pint é uma forma de mostrar o que é feito lá dentro dos nossos laboratórios e, também, é importante para que as pessoas possam se informar e melhorar a sua vida e a vida de todo mundo".
Segundo Claudia Bonecker, a partir de agora, como todos têm a certeza de que tem carnaval em fevereiro, já podem reservar a agenda para, todo ano, participar do “Pinto f Science”, em Maringá, em maio. “A ciência garante nossa vida e vamos continuar defendendo o seu desenvolvimento. O Pint é uma forma de trazer todo mundo para essa luta. Um brinde à ciência e até 2020”, comemorou a professora do PEA.